> Sobre a indiscernibilidade sintática eu me refiro a precisamente o que
> Walter Carnielli e Cláudio Pizzi explicam magnificamente no seu livro
> relançado em Inglês.

Talvez você ainda queira ser mais específico, uma vez que a expressão
em questão _não_ aparece neste livro...

De todo modo, tudo que eu disse antes a respeito deste assunto, à
guisa de esclarecimento e não de provocação, ainda se aplica.
Joao Marcos

> Obrigado pelas demais provocações que vou pesquisar quando tiver tempo.
>
> Em 15 de outubro de 2011 09:38, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> escreveu:
>>
>> > Por outro lado, já faz muitos anos que Dugundji provou que não há uma
>> > matriz finita característica de S5.
>>
>> Mas há matrizes infinitas para todos os sistemas modais normais.  Além
>> disso, como muitos deles possuem a _propriedade do modelo finito_
>> (Harrop 1958), há mesmo assim procedimentos de decisão associados
>> (McKinsey 1941), mesmo que às vezes não sejam muito eficientes ou
>> tragam muito insight.
>>
>> > Também, já faz muito tempo que se sabe que os
>> > sistemas de Lewis são indiscerníveis sintaticamente, que é preciso
>> > considerar uma semântica (de mundos) para os diferenciar.
>>
>> Como é que alguém poderia "saber" algo assim?!
>>
>> Não sei o que você quer dizer com "indiscernibilidade sintática".  Por
>> exemplo: a lógica clássica e a lógica intuicionista são indiscerníveis
>> sintativamente? (certamente elas podem ser escritas _na mesma
>> linguagem_)
>>
>> A discernibilidade entre as lógicas modais, vistas como relações de
>> consequência, pode ser verificada usando resultados de independência,
>> e recorrendo a algumas de suas metapropriedades.  Isto já era sabido
>> há muito tempo, bem antes das "semânticas de mundos", que são
>> maravilhosas, pintarem por aí.  Quanto ao uso de semânticas
>> características/adequadas para a mesma tarefa de distinção entre
>> sistemas, _qualquer semântica_ em princípio serviria, desde que
>> tivesse algumas características recursivas óbvias mínimas.
>>
>> > Esses resultados são velhos e não creio que alguém os consiga derrubar.
>>
>> Eu sequer entendo o que significaria "derrubar" um resultado
>> matemático, velho ou novo...
>>
>> > Se, por outro lado, colocarmos a lógica modal dentro de uma tradição de
>> > lógicas intensionais, então há menos motivos para falar revisionismo.
>>
>> Para mim a expressão "lógica intensional" é ainda mais mal definida,
>> muito mais mal definida, do que "lógica modal".  Mas certamente
>> acredito em definições ruins, como já exemplifiquei, para o caso da
>> lógica modal, definições que não acertam nem por baixo nem por cima, e
>> que não são úteis --- e, por consequência e otimismo, acredito também
>> em outras melhores.
>> JM
>>
>>
>> > Em 14 de outubro de 2011 18:43, Joao Marcos <botoc...@gmail.com>
>> > escreveu:
>> >>
>> >> > Da minha parte, também creio que não podemos perder o espírito geral
>> >> > por
>> >> > detrás do arcabouço dos sistemas modais: fazer lógica modal consiste
>> >> > em
>> >> > primeiro pensar nos modelos, nas relações e nas suas propriedades e
>> >> > depois
>> >> > encontrar ou construir os axiomas, as regras de inferência, enfim,
>> >> > como
>> >> > diria o Chellas, os esquemas correspondentes.
>> >>
>> >> Este "espírito geral" sobre o qual você insiste é _revisionista_, Tony.
>> >>
>> >> Não discordo que seja maravilhoso pensar na lógica modal a partir de
>> >> sua semântica relacional, ou a partir de sua semântica de vizinhança.
>> >> Mas não foi assim (fato histórico) que os axiomas modais nasceram.
>> >>
>> >> De todo modo, a lógica como relação de consequência pode ser definida
>> >> independentemente desta interpretação "modal" particular.
>> >>
>> >> Por outro lado, há até quem defenda, como Jean-Yves, que a lógica
>> >> modal não é mais do que o "estudo dos operadores unários".  Esta
>> >> proposta particular, contudo, tem dois defeitos que me parecem graves:
>> >> desconsidera operadores modais n-ários, e não explica "o que é ser
>> >> modal" do ponto de vista da Lógica Universal.  De uma maneira ou de
>> >> outra, é verdade que a maior parte da literatura sobre lógica modal
>> >> não define "o que é ser modal", do ponto de vista lógico.
>> >>
>> >> Joao Marcos
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