> olha, eu assinaria com prazer essa proposta pra se ter horas de experimentos > antes de poder falar sobre ciência! > Mas isso praticamente mataria a Filosofia da Ciência atual, não? rs.. > (e imagina se a moda pega e se exigissem previamente dos Filósofos da Arte > alguma publicação artística relevante? Todos iam perder o emprego. E a > Filosofia da Mente, não teriam eles que fazer experimentos em Neurociência e > Computação antes de abrir o bico? Sobraria então alguma Filosofia?)
E qual o sentido de se "filosofar" sobre aquilo que não se conhece? > Agora eu realmente me surpreendi você nunca ter sequer ouvido aproximações > entre as lógicas multi-valoradas e os movimentos de desconstrução da > filosofia continental. Não digo de aproximações institucionais ou acadêmicas > em publicações especializadas sobre conceitos técnicos com demonstrações ou > experimentos e tudo mais, mesmo porque quem faz tal aproximação são os > desconstrucionistas, pós-estruturalistas, etc.. e não o pessoal da Lógica, > ou da Físcia (ao menos espero!). A aproximação se dá mais no *inimigo em > comum* e nas estrutura dos argumentos com os quais combatem tais *inimigos* > (talvez também na motivação!) Parece então que simplesmente tenho sido seletivo demais na escolha do que leio... Por outro lado, parece-me paradoxal que para me informar a respeito destas "aproximações" entre lógicas não-clássicas e "movimentos de desconstrução" eu tenha que buscar publicações "não-especializadas". De modo que fico realmente sem saber o que ler. Não é falta de paciência minha. A verdade é que eu não sei de que "inimigo" estaríamos falando. > Para um rápido exemplo: se acaso não conhecer e tiver paciência (confesso > que eu não tenho), entre em contato com os trabalhos de Deleuze, Derrida e > outros do mesmo tipo e veja a *crítica* principal do pós-estruturalismo > continental em relação à Lógica e ao Racionalismo, pois tirando o aparato > técnico que eles fazem questão de zombar, é praticamente a mesma crítica que > as Lógicas Não-clássicas desferem contra à Lógica Clássica, principalmente > na questão da bivalência. Qualquer Deleuziano *rechaça* com prazer o fato de > que existem apenas dois valores de verdade, colocando de argumento coisas > estruturalmente parecidas com *Uma maça é amarela e vermelha, ou seja, é > amarela e não-amarela ao mesmo tempo*, *Dois médicos distintos sugerem > posologias distintas para os mesmo problemas num mesmo paciente*, *Haverá > uma batalha naval amanhã!*.. e pelo menos tais coisas você já deve ter visto > nas defesas de algumas Lógicas Não-clássicas multi-valoradas, certo? Engraçado. Tenho publicado muitos papers em que mostro como vindicar a tese (de Roman Suszko) de que as lógicas multivaloradas usuais *não* vão contra o princípio da bivalência... Mas também acredito (sei?), devo confessar, que há circunstâncias específicas, tecnicamente definidas, em que este princípio pode realmente ser falsificado. Serei um desconstrucionista em potencial? Um pós-estruturalista? Um irracionalista? > Outro ponto de semelhança é a questão do Pluralismo. Toda desconstrução, > todo pós-estruturalismo e, em geral, toda filosofia dita continental (em > oposição aos analíticos) são em essência posições Pluralistas, e seus > argumentos contra um Monismo na Lógica (e também na Ciência) são também de > extraordinária semelhança com os argumentos do Pluralismo Lógico à la Grahan > Priest. > > Mas, como disse, se quiser entrar em contato com tais aproximações, acredito > que não é na literatura especializada da lógica ou da matemática que isso > será encontrado! (e talvez valeria a pena ao menos como exemplo do que não > fazer) Continuei portanto sem saber como seriam estas "semelhanças" e como exatamente me informar a respeito delas... Ou mesmo se valeria a pena (em termos de dispêndio de tempo X objetivos alcançados) fazê-lo. JM -- http://sequiturquodlibet.googlepages.com/ _______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l