Ana, Estou de total acordo com você. Acho mais ainda, se ficarmos caindo em questões como quota para mulheres, daqui a pouco teremos cotas para homens e cotas para negros e cotas para índios e cotas para pobres e por ai vai.
Sou a favor sim de todos terem seu espaço, tanto homens quanto mulheres em qualquer espaço da sociedade. Que vença o melhor candidato, aquele com a melhor proposta independente do sexo. Se começarmos a estabelecer quotas podemos cair em situações em que elegeremos pessoas incapazes e sem potencial, simplesmente pelo cumprimento de uma cota. Se todos os eleitos forem homens, porque foram julgados os melhor e mais capacitados que assim seja. Se todos os eleitos forem mulheres, porque foram julgadas as melhores e mais capacitadas para a função assim seja também. On 10/27/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > Everton, > > Sabe, a proposta pode até ser interessante, mas eu não acho que nós mulheres > precisamos de uma cota de 30% no CGI. Eu acho que a questão do acesso a > informação e a construção do conhecimento nem é tanto de gênero e mais uma > questão cultural e de classe social, de oportunidades na vida. As mulheres > já provaram há muito tempo que podem ser talentosas nas mais diversas áreas > do conhecimento. Podemos ser minoria nas carreiras tecnológicas, mas temos > no Brasil exemplos de brilhantismo intelectual de mulheres de TI, tais como > as pesquisadoras Lea Fagundes (UFRGS) e Roseli de Deus (da Poli - USP) e > muitas outras. O próprio CGI possui funcionárias talentosas que não são > conselheiras, mas desenvolvem seu trabalho com muito brilhantismo, tal como > a jornalista e pesquisadora Mariana Balboni. Sem contar uma série de outros > exemplos anônimos de mulheres brilhantes na seara tecnológica. Comparado aos > homens, tem menos mulheres trabalhando nas carreiras tecnológicas, mas > sinceramente em decorrência do talento de algumas das nossas representantes > em TI não sei se é necessário uma cota de 30% para o CGI em nosso momento > atual. Eu considero que esta coisa de ter conselheiros do gênero feminino no > CGI virá naturalmente e não necessariamente através de cotas especificas de > 30%. > > Sinceramente, eu não acho que mulher precisa de cota de 30% para entrar no > CGI, mas basta ter representatividade no país e que na minha opinião > deveriam batalhar pela vaga como qualquer candidato a vaga. Eu acho que as > mulheres estão num estágio que não precisam mais desta cota de 30% para ter > conselheira no CGI. Eu não sei se eu sou um caso a parte, mas sempre me > senti e me vi igual aos homens e sempre fui tratada com muito respeito pelos > meus colegas de trabalho de TI. Eu acho que as questões de acesso a > informação e construção do conhecimento e desenvolvimento de talentos tem > mais a ver com oportunidades educacionais e viver ou não num ambiente > culturalmente rico, ter tido oportunidades digitais e fluência tecnológica. > Agradeço a intenção das cotas de 30% para o CGI, mas eu acho que nós > mulheres de TI já atingimos um estágio que não precisamos de cota. Ao menos > eu acho que é mais gratificante como mulher, lutar de igual para igual para > uma vaga do CGI sem cotas. Apesar de discordar do ponto de vista, é uma > questão interessante a ser debatida. Boa sorte em sua campanha. > > Um abraço, > Ana Maria. > > Em 26/10/07, [EMAIL PROTECTED] <[EMAIL PROTECTED] > > escreveu: > > Ação afirmativa – uma política necessária > > Cota de 30% para mulheres no CGIbr > > > > > > A nosso sociedade é estruturada na dicotomia entre o público e o > > privado, que destina às mulheres o papel da reprodução, do trabalho do > > cuidado, aprofundando a divisão sexual do trabalho, que atribui papeis > > secundários as mulheres nos espaços de decisão, colocando-as sempre em > > situação de desigualdade dos homens. Esse modelo de definir papeis de > > homens e papeis de mulheres, impõem as mulheres um mundo visto como > > privado e para o homem, o mundo do poder, das decisões, o mundo > > público. Mas se olharmos na verdade esses mundos não são tão > > diferentes assim. Porém, essa separação permite colocar as mulheres > > para realizarem trabalhos precários, invisíveis e gratuito. Buscar > > romper com essa forma de organização da sociedade é um desafio central > > para construímos formas mais justa, solidárias e igual. > > > > O mundo tem se transformado de forma muito dinâmica e isso não tem > > significado mudanças positivas para a vida das mulheres. Apesar de > > todos os avanços que o movimento feminista tem alcançado, o > > capitalismo busca a todo tempo se apropriar das bandeiras de luta > > conquistada por esse movimento. Isso nos leva a reafirmar que as > > transformações de valores, de questões concretas das nossas vidas, se > > faz necessários em todas as frentes de lutas e espaços da sociedade. – > > Para Tatau Godinho a igualdade efetiva entre mulheres e homens está > > relacionada à igualdade nos mais diversos âmbitos das relações > > sociais. Não se trata de uma igualdade formal, mas de conseguir que > > essa igualdade signifique não apenas o acesso, mas condições efetivas > > de participação política. > > > > Esse mundo digital ou era das tecnologias da informação e comunicação > > - TIC's, por dispor de muito poder onde informação e conhecimento é > > poder, também é reflexo direto dessa forma de organizar a sociedade, > > portanto consideradas como lugar natural dos homens. No entanto, cada > > vez mais, as mulheres tem se apropriado desse instrumento, ocupando > > espaços importantes, criando novas ferramentas, se organizando nos > > espaços de articulação, como faz o Projeto Software Livre Mulheres no > > Fórum Internacional de Software Livre. > > Neste sentido, a informática tem sido poderosa na reprodução de > > conhecimento, de circulação de informação, e por isso, pode ser uma > > ferramenta fundamental para transformação dessa sociedade de mercado. > > > > Uma das maneiras que esse espaço de poder pode contribuir diretamente > > com fim das desigualdades entre homens e mulheres é garantir no Comitê > > Gestor da Internet uma política de ação afirmativa, visto que > > atualmente toda a sua composição é masculino. Essa política representa > > o reconhecimento da necessidade, para além do discurso da > > desigualdade, da participação política das mulheres em todos os > > espaços, principalmente quando se refere a instrumento que regulariza > > o mundo da internet. Assim, a política de ação afirmativa combate a > > imensa desigualdade social entre homens e mulheres com medidas > > concretas para reverter a lógica de exclusão das mulheres do espaço > > público. > > > > O comitê Gestor da Internet tem a obrigação de se olhar como espaço > > estratégico para uma ação de rompimento com essa sociedade que > > mercantiliza o corpo e a vidas das mulheres, transforma tudo em > > mercadoria, a vida, o sentimentos, as pessoas. "Uma política de ação > > afirmativa nega que se possa construir qualquer projeto de > > transformação social igualitário, qualquer projeto socialista, sem a > > auto-organização das mulheres e sem sua presença efetiva nos espaços > > de poder e decisão. Esta é uma condição imprescindível para garantir > > que a luta contra a discriminação de gênero esteja presente com a > > radicalidade necessária em qualquer projeto de revolução > > social."(Godinho – 1998). > > > > Na busca de que o CGIbr seja também de fato um instrumento responsável > > com mudanças concretas na sociedade, rompendo com todas as formas de > > opressão, propomos que na sua composição seja adotada as cotas de 30% > > para mulheres, garantindo assim, não só participação políticas das > > mesmas nos espaços de poder, mas também permitindo que esse > > instrumento construa a partir do olhar das mulheres, formas através da > > internet a efetivação de um mundo igual entre mulheres e homens. Além > > disso, é necessário conceber processos de debate e formação, que > > fortaleçam cada vez mais a participação das mulheres nesses espaços, > > bem como propor medidas que coíbam o machismo virtual, a homofobia, o > > racismo e a pornografia infantil. > > > > Assinam essa proposta: > > > > 1 - Centro Feminista 8 de Março - http://www.cf8.org.br/ > > > > 2 - Centro das Mulheres do Cabo - > http://www.mulheresdocabo.org.br/index.html > > > > 3 - Maria do Amparo Araújo - Movimento Tortura Nunca Mais - PE - > > > http://atos.torturanuncamais.org.br/institucional/mtnm_tes/tes.htm > > > > 4 - Everton dos Santos Rodrigues - Candidato a Conselheiro do 3 setor > > no Comitê Gestor da Internet do Brasil - Cgibr > > > > > > > ------------------------------------------------------------- > > Associacao Software Livre.Org - http://www.softwarelivre.org/ > > > > _______________________________________________ > > PSL-Brasil mailing list > > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > > > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > > Regras da lista: > > > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > > > > > > -- > Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima > Site pessoal: http://br.geocities.com/bibliotecamicromundos > _______________________________________________ > PSL-Brasil mailing list > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil >
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