Eu também concordo contigo e acho que é uma seara delicada esta coisa de
cotas para mulheres. Acho que você ainda refinou ainda mais o meu argumento
colocando pontos de vista bem interessantes. Também concordo contigo quando
você diz que os eleitos sejam aqueles que apresentem as melhores propostas e
que tenham maior representatividade na sociedade, independente do sexo, mas
escolhidos pelos seus talentos e capacidades para atuar no CGI.

Beijos,
Ana Maria.

Em 28/10/07, mups. cp <[EMAIL PROTECTED]> escreveu:
>
> Ana,
>
> Estou de total acordo com você.
> Acho mais ainda, se ficarmos caindo em questões como quota para
> mulheres, daqui a pouco teremos cotas para homens e cotas para negros
> e cotas para índios e cotas para pobres e por ai vai.
>
> Sou a favor sim de todos terem seu espaço, tanto homens quanto
> mulheres em qualquer espaço da sociedade. Que vença o melhor
> candidato, aquele com a melhor proposta independente do sexo.
>
> Se começarmos a estabelecer quotas podemos cair em situações em que
> elegeremos pessoas incapazes e sem potencial, simplesmente pelo
> cumprimento de uma cota.
>
> Se todos os eleitos forem homens, porque foram julgados os melhor e
> mais capacitados que assim seja. Se todos os eleitos forem mulheres,
> porque foram julgadas as melhores e mais capacitadas para a função
> assim seja também.
>
>
>
> On 10/27/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima
> <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> > Everton,
> >
> > Sabe, a proposta pode até ser interessante, mas eu não acho que nós
> mulheres
> > precisamos de uma cota de 30% no CGI. Eu acho que a questão do acesso a
> > informação e a construção do conhecimento nem é tanto de gênero e mais
> uma
> > questão cultural e de classe social, de oportunidades na vida. As
> mulheres
> > já provaram há muito tempo que podem ser talentosas nas mais diversas
> áreas
> > do conhecimento. Podemos ser minoria nas carreiras tecnológicas, mas
> temos
> > no Brasil exemplos de brilhantismo intelectual de mulheres de TI,  tais
> como
> > as pesquisadoras Lea Fagundes (UFRGS) e Roseli de Deus (da Poli - USP) e
> > muitas outras. O próprio CGI possui funcionárias talentosas que não são
> > conselheiras, mas desenvolvem seu trabalho com muito brilhantismo, tal
> como
> > a jornalista e pesquisadora Mariana Balboni. Sem contar uma série de
> outros
> > exemplos anônimos de mulheres brilhantes na seara tecnológica. Comparado
> aos
> > homens, tem menos mulheres trabalhando nas carreiras tecnológicas, mas
> > sinceramente em decorrência do talento de algumas das nossas
> representantes
> > em TI não sei se é necessário uma cota de 30% para o CGI em nosso
> momento
> > atual. Eu considero que esta coisa de ter conselheiros do gênero
> feminino no
> > CGI virá naturalmente e não necessariamente através de cotas especificas
> de
> > 30%.
> >
> > Sinceramente, eu não acho que mulher precisa de cota de 30% para entrar
> no
> > CGI, mas basta ter representatividade no país e que na minha opinião
> > deveriam batalhar pela vaga como qualquer candidato a vaga. Eu acho que
> as
> > mulheres estão num estágio que não precisam mais desta cota de 30% para
> ter
> > conselheira no CGI. Eu não sei se eu sou um caso a parte, mas sempre me
> > senti e me vi igual aos homens e sempre fui tratada com muito respeito
> pelos
> > meus colegas de trabalho de TI. Eu acho que as questões de acesso a
> > informação e construção do conhecimento e desenvolvimento de talentos
> tem
> > mais a ver com oportunidades educacionais e viver ou não num ambiente
> > culturalmente rico, ter tido oportunidades digitais e fluência
> tecnológica.
> > Agradeço a intenção das cotas de 30% para o CGI, mas eu acho que nós
> > mulheres de TI já atingimos um estágio que não precisamos de cota. Ao
> menos
> > eu acho que é mais gratificante como mulher, lutar de igual para igual
> para
> > uma vaga do CGI sem cotas.  Apesar de discordar do ponto de vista, é uma
> > questão interessante a ser debatida.   Boa sorte em sua campanha.
> >
> > Um abraço,
> > Ana Maria.
> >
> > Em 26/10/07, [EMAIL PROTECTED] <[EMAIL PROTECTED] >
> > escreveu:
> > > Ação afirmativa – uma política necessária
> > > Cota de 30% para mulheres no CGIbr
> > >
> > >
> > > A nosso sociedade é estruturada na dicotomia entre o público e o
> > > privado, que destina às mulheres o papel da reprodução, do trabalho do
> > > cuidado, aprofundando a divisão sexual do trabalho, que atribui papeis
> > > secundários as mulheres nos espaços de decisão, colocando-as sempre em
> > > situação de desigualdade dos homens. Esse modelo de definir papeis de
> > > homens e papeis de mulheres, impõem as mulheres um mundo visto como
> > > privado e para o homem, o mundo do poder, das decisões, o mundo
> > > público. Mas se olharmos na verdade esses mundos não são tão
> > > diferentes assim. Porém, essa separação permite colocar as mulheres
> > > para realizarem trabalhos precários, invisíveis e gratuito. Buscar
> > > romper com essa forma de organização da sociedade é um desafio central
> > > para construímos formas mais justa, solidárias e igual.
> > >
> > > O mundo tem se transformado de forma muito dinâmica e  isso não tem
> > > significado mudanças positivas para a vida das mulheres. Apesar de
> > > todos os avanços que o movimento feminista tem alcançado, o
> > > capitalismo busca a todo tempo se apropriar das bandeiras de luta
> > > conquistada por esse movimento. Isso nos leva a reafirmar que as
> > > transformações de valores, de questões concretas das nossas vidas, se
> > > faz necessários em todas as frentes de lutas e espaços da sociedade. –
> > > Para Tatau Godinho a igualdade efetiva entre mulheres e homens está
> > > relacionada à igualdade nos mais diversos âmbitos das relações
> > > sociais. Não se trata de uma igualdade formal, mas de conseguir que
> > > essa igualdade signifique não apenas o acesso, mas condições efetivas
> > > de participação política.
> > >
> > > Esse mundo digital ou era das tecnologias da informação e comunicação
> > > - TIC's, por dispor de muito poder onde informação e conhecimento é
> > > poder, também é reflexo direto dessa forma de organizar a sociedade,
> > > portanto consideradas como lugar natural dos homens. No entanto, cada
> > > vez mais, as mulheres tem se apropriado desse instrumento, ocupando
> > > espaços importantes, criando novas ferramentas, se organizando nos
> > > espaços de articulação, como faz o Projeto Software Livre Mulheres no
> > > Fórum Internacional de Software Livre.
> > > Neste sentido, a informática tem sido poderosa na reprodução de
> > > conhecimento, de circulação de informação, e por isso, pode ser uma
> > > ferramenta fundamental para  transformação dessa sociedade de mercado.
> > >
> > > Uma das maneiras que esse espaço de poder pode contribuir diretamente
> > > com fim das desigualdades entre homens e mulheres é garantir no Comitê
> > > Gestor da Internet uma política de ação afirmativa, visto que
> > > atualmente toda a sua composição é masculino. Essa política representa
> > > o reconhecimento da necessidade, para além do discurso da
> > > desigualdade, da participação política das mulheres em todos os
> > > espaços, principalmente quando se refere a instrumento que regulariza
> > > o mundo da internet. Assim, a política de ação afirmativa combate a
> > > imensa desigualdade social entre homens e mulheres com medidas
> > > concretas para reverter a lógica de exclusão das mulheres do espaço
> > > público.
> > >
> > > O comitê Gestor da Internet tem a obrigação de se olhar como espaço
> > > estratégico para uma ação de rompimento com essa sociedade  que
> > > mercantiliza  o corpo e a vidas das mulheres, transforma tudo em
> > > mercadoria, a vida, o sentimentos, as pessoas. "Uma política de ação
> > > afirmativa nega que se possa construir qualquer projeto de
> > > transformação social igualitário, qualquer projeto socialista, sem a
> > > auto-organização das mulheres e sem sua presença efetiva nos espaços
> > > de poder e decisão. Esta é uma condição imprescindível para garantir
> > > que a luta contra a discriminação de gênero esteja presente com a
> > > radicalidade necessária em qualquer projeto de revolução
> > > social."(Godinho – 1998).
> > >
> > > Na busca de que o CGIbr seja também de fato um instrumento responsável
> > > com mudanças concretas na sociedade, rompendo com todas as formas de
> > > opressão, propomos que na sua composição seja adotada as cotas de 30%
> > > para mulheres, garantindo assim, não só participação políticas das
> > > mesmas nos espaços de poder, mas também permitindo que esse
> > > instrumento construa a partir do olhar das mulheres, formas através da
> > > internet a efetivação de um mundo igual entre mulheres e homens. Além
> > > disso, é necessário conceber processos de debate e formação, que
> > > fortaleçam cada vez mais a participação das mulheres nesses espaços,
> > > bem como propor medidas que coíbam o machismo virtual, a homofobia, o
> > > racismo e a pornografia infantil.
> > >
> > > Assinam essa proposta:
> > >
> > > 1 - Centro Feminista 8 de Março - http://www.cf8.org.br/
> > >
> > > 2 - Centro das Mulheres do Cabo -
> > http://www.mulheresdocabo.org.br/index.html
> > >
> > > 3 - Maria do Amparo Araújo - Movimento Tortura Nunca Mais - PE -
> > >
> > http://atos.torturanuncamais.org.br/institucional/mtnm_tes/tes.htm
> > >
> > > 4 - Everton dos Santos Rodrigues - Candidato a Conselheiro do 3 setor
> > > no Comitê Gestor da Internet do Brasil - Cgibr
> > >
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