Re: [obm-l] Cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Claudio Buffara
on 07.01.05 11:11, Artur Costa Steiner at [EMAIL PROTECTED] wrote:

 
 Oi, Nicolau e Artur:
 
 Pelo que eu entendo, o axioma da escolha eh necessario justamente
 quando nao existe uma forma obvia de se ordenar
 os .elementos de um conjunto. Voces
 concordam?
 
 Sim, acho que eh nesta linha, mas me parece que nao so com relacao a
 ordenacao. Por exemplo, se tivermos que escolher um elemento em um intervalo
 de R, que nao pode ser ordenado em ordem crescente nem decrescente, podemos
 usar o seguinte processo bem definido: se o intervalo tiver pontos extremos
 reais, escolhemos o seu ponto medio; se um dos pontos extremos for + ou -
 infinito e outro for um real r, escolhemos + = - 0,9 r, conforme r seja
 positivo ou negativo; e se o intervalo for o proprio R, escolhemos 0.
 Existem eh claro uma infinidade e outros processos bem definidos que evitam
 o que se chama de escolha arbitraria (bom, pode aperecer alguem que diga que
 se usou o axioma da escolha porque se escolheu arbitrariamente um processo
 no conjunto infinito de processos.)
 
Pensando melhor, eu deveria ter dito BEM-ORDENAR os elementos de um conjunto
(de forma que todo subconjunto nao vazio desse conjunto tenha um menor
elemento). Mas acabei de me lembrar que o axioma da escolha eh equivalente
ao principio geral da boa ordenacao, que diz que todo conjunto pode ser bem
ordenado. Agora, exibir uma tal boa-ordenacao de R sao outros 500...

 Por exemplo, quando lidamos com algum   subconjunto A de N o
 axioma da escolha   nao eh necessario pois podemos sempre escolher
 o menor elemento de A, digamos a1, que existepor causa do principio
 da boa ordenacao, o qual  eh independente  do axioma da escolha (acho eu!).
 
 Eu acho que eh independente sim.
 
 Em seguida do axioma da escolha (acho eu!). Em  seguida do axioma da
 escolha (acho eu!). Em seguida, escolhemos o menor elemento de A -
 {a1}, etc.
 
 Tem uma ilustracao famosa do axioma da escolha, devida a Betrand Russel, se
 nao me engano, que diz o seguinte: o axioma da escolha eh necessario para se
 escolher uma meia de um conjunto infinito de pares de meias, mas nao para se
 escolher um sapato de um conjunto infinito de pares de sapato.
 
 Eh do Bertrand Russel sim.
 
 Um ponto que sempre me intrigou e que quem nao aceita o Axioma da escolha
 nao pode aceitar praticamente nenhuma das provas referentes a espacos
 metricos ou topologicos gerais. Por exemplo, quase todas a sprovas sobra
 compaticidade em espacos metricos ou mesmo topologicos gerais beaseiam em
 escolhas infinitas e arbitraris, de elementos, coberturas, etc.

No fim das contas, acho que quase todo mundo prefere uma demonstracao
construtiva. Soh que, infelizmente, ela nao existe pra maior parte dos
teoremas interessantes. Entao, a unica alternativa eh aceitar uma
demonstracao que mata a cobra mas NAO mostra o pau. Me parece que, hoje em
dia, a maioria dos matematicos estah conformada com esta situacao e engole o
axioma da escolha justamente porque nao tem escolha...

[]s,
Claudio.

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[obm-l] Re: [obm-l] + 2 prob. de álg. linear

2005-01-07 Por tôpico Artur Costa Steiner
Acho que estas provas estao perfeitas, so tenho um ponto. O termo dimensao
enumeravel eh um tanto improprio, nao eh? Dimensao, neste caso, eh um
elemento do sistema dos reais expandidos, pelo que entendo. O que se quis
provar eh que, com um conjunto enumeravel de reais, nao eh possivel
representar todo numero real como uma combinacao linear dos elementos deste
conjunto nas quais  os coeficientes sejam racionais.
Artur



- Mensagem Original 
De: obm-l@mat.puc-rio.br
Para: obm-l@mat.puc-rio.br obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: Re: [obm-l] + 2 prob. de álg. linear
Data: 07/01/05 12:34

on 07.01.05 10:07, Lista OBM at [EMAIL PROTECTED] wrote:


olá gente, tem mais dois problemas q naum estou conseguindo resolver, e
gostaria de uma ajudinha do pessoal da lista:

1) Mostrar que a dimensão do espaço vetorial R (corpo do reais) sobra Q
(corpo do racionais) não é enumerável.

Suponhamos que a dimensao de R sobre Q seja enumeravel.
Entao, existe um conjunto enumeravel B de reais (uma base de R sobre Q) tal
que todo real pode ser expresso como uma combinacao linear racional de um
numero finito de elementos de B.
Por sua vez, isso implica na existencia de uma sobrejecao do conjunto dos
subconjuntos finitos de Q sobre R, o que eh uma contradicao, pois o conjunto
dos subconjuntos finitos de Q eh enumeravel.

2) Sejam V um K-espaço vetorial de dimensão INFINITA e B = {v_L ; L pertence
a uma família qualquer de índices} uma base infinita para V. Seja {w_L ; L
pertence a mesma família de índices do conj. B} um subconjunto de W, onde W
é um K-espaço vetorial. Mostre que existe uma única transformação linear T:
V -- W tal que T(v_L) = w_L, p/ todo L.

A demonstracao eh exatamente identica ao do caso em que a dimensao eh
finita. Consulte qualquer livro de algebra linear (se o livro nao tiver essa
demonstracao, jogue-o fora e arranje outro).
A unica coisa a ter em mente eh que uma combinacao linear eh sempre uma soma
finita, mesmo que a base seja infinita.

[]s,
Claudio.


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[obm-l] Soma de 1/n^2

2005-01-07 Por tôpico claudio.buffara

Achei esse bonitinho:

Seja A = conjunto dos inteiros positivos livres de quadrados e que tem um numero ímpar de fatores primos (distintos, claro!)

Assim, A contém todos os primos e seu menor elemento composto é 30 = 2*3*5.

Calcule o valor de Soma(n em A) 1/n^2.

Pode usar, sem demonstrar, que: 
Soma(n em N) 1/n^2 = Pi^2/6  e Soma(n em N) 1/n^4 = Pi^4/90.

***

Aliás, falando nisso, alguém conhece algum argumento heuristico contra ou a favor da hipótese de que Soma(n em N) 1/n^ké um multiplo racional ou, pelo menos, algébrico de Pi^k para k ímpar e maior que 1?

[]s,
Claudio.




[obm-l] e o problema alg. linear - cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Lista OBM

E o problema abaixo, proposto antes,
ninguém tem uma idéia para fazê-lo?

Seja V um K-espaço vetorial que admite uma base infinita B. Mostrar que qualquer outra base de V tem a mesma cardinalidade de B.

grado desde já, éder.
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[obm-l] Problema de natural

2005-01-07 Por tôpico André Barreto


Do nadaelaborei um problema futucando na minha calculadora.Tentei resolver, mas não deu... não sei nem se tem como, mas todo caso lá vai ele.

Vc possui uma calculadora que comporta números de até 8 algarismos.
Qual o número natural (y)de 3 algarismos,que multiplicado por um natural de 1 algarismo, x vezes alcança 8 algarismos exatamente. Sendo a soma dos algarismos de (y) + x o menor número possível para que isso aconteça?

Será possível resolver isso? Ou pelo menos chegar a algumas conclusões interessantes?

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Re: [obm-l] Soma de 1/n^2

2005-01-07 Por tôpico Carlos Yuzo Shine
Oi Claudio e demais amigos da lista,

Aqui estão algumas referências legais do Mathworld.

http://mathworld.wolfram.com/RiemannZetaFunction.html
http://mathworld.wolfram.com/AperysConstant.html

Pelo que li lá, pode-se demonstrar que para s ímpar,
Soma(n em N) 1/n^k = r\pi^k - S(k),
sendo r um racional positivo e S(k) séries envolvendo
exponenciais e potências.

A constante de Apery é \zeta(3). Só se sabe que esse
número é irracional; não se sabe se é algébrico ou
transcendente.

[]'s
Shine

--- claudio.buffara [EMAIL PROTECTED]
wrote:

 Achei esse bonitinho:
 
 Seja A = conjunto dos inteiros positivos livres de
 quadrados e que tem um numero ímpar de fatores
 primos (distintos, claro!)
 
 Assim, A contém todos os primos e seu menor elemento
 composto é 30 = 2*3*5.
 
 Calcule o valor de Soma(n em A) 1/n^2.
 
 Pode usar, sem demonstrar, que:
 Soma(n em N) 1/n^2 = Pi^2/6   e   Soma(n em N) 1/n^4
 = Pi^4/90.
 
 ***
 
 Aliás, falando nisso, alguém conhece algum argumento
 heuristico contra ou a favor da hipótese de que
 Soma(n em N) 1/n^k é um multiplo racional ou, pelo
 menos, algébrico de Pi^k para k ímpar e maior que 1?
 
 []s,
 Claudio.
 




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RE: [obm-l] Problema de natural

2005-01-07 Por tôpico Rogerio Ponce
Olá André,
se entendi o que você pediu, o resultado de y * z^x deve ter 8 algarismos, 
e a soma dos algarismos de y e x deve ser mínima.
Então
1) faça z o maior possível: z=9
2) faça y o menor possível, já que o investimento em x rende mais (x é 
expoente) : y=100
3) assim, assim x=6 (levando ao total de 53144100)

Resultado: a soma mínima é 7.

From: André Barreto
Do nada elaborei um problema futucando na minha calculadora. Tentei 
resolver, mas não deu... não sei nem se tem como, mas todo caso lá vai ele.


Vc possui uma calculadora que comporta números de até 8 algarismos.
Qual o número natural (y) de 3 algarismos, que multiplicado por um natural 
de 1 algarismo, x vezes alcança 8 algarismos exatamente. Sendo a soma dos 
algarismos de (y) + x o menor número possível para que isso aconteça?


Será possível resolver isso? Ou pelo menos chegar a algumas conclusões 
interessantes?

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Re: [obm-l] Cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Fri, Jan 07, 2005 at 11:11:56AM -0200, Artur Costa Steiner wrote:
 Um ponto que sempre me intrigou e que quem nao aceita o Axioma da escolha
 nao pode aceitar praticamente nenhuma das provas referentes a espacos
 metricos ou topologicos gerais. Por exemplo, quase todas a sprovas sobra
 compaticidade em espacos metricos ou mesmo topologicos gerais beaseiam em
 escolhas infinitas e arbitraris, de elementos, coberturas, etc.

Correto, a matemática sem o axioma da escolha e estranha e pouco estudada.
Em um certo sentido, a comunidade matemática decidiu que o axioma da escolha
é verdadeiro. Isto não significa, obviamente, que o axioma tenha sido
demonstrado. Significa sim que ele será usado sem referência explícita,
sem nem pensarmos no assunto. Significa também que a quase totalidade
dos matemáticos tem interesse zero em matemática sem o axioma da escolha.

[]s, N.
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Re: [obm-l] Cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Fri, Jan 07, 2005 at 11:39:44AM -0200, Artur Costa Steiner wrote:
 Obrigado Nicolau. 
 
 Eu pediria que vc esclarecesse uma duvida. Eu julgava que, para provar que
 uma união enumerável de conjuntos enumeráveis é enumerável, nao precisavamos
 do axioma da escolha. Suponhamos que  A_1...A_n..seja os conjuntos da
 colecao e que, a principio, sejam disjuntos 2 a 2. Podemos dispor os
 elementos dos conjuntos da colecao em uma matriz de dimensoes infinitas 
 a_1_1 a_1_2a_1_n...
 .
 .
 a_m_1 a_m_2a_m_n...
 .
 .

Para chegar aqui você *escolheu* para cada n um elemento do conjunto
não vazio de bijeções entre N e An.

 Como a colecao eh disjunta 2 a 2, a cada elemento de A =Uniao(A_n)
 corresponde 1 e somente 1 par ordenado (m,n) de N^2, N os inteiros
 positivos. Hah assim uma bijecao entre A e N^2, e como N^2 eh enumeravel, A
 tambem eh. Nao consegui ver onde usamos o axioma da escolha aqui. Para
 provar que N^2 eh enumeravel nao precisamos de axioma da escolha, certo?

Certo.

 Podemos estabelecer uma bijecao entre os pares (m,n) e os valores da funcao
 f(m,n) = 2^m*3^n, uma das provas classicas.

Existem várias bijeções explícitas entre N e N^2.

[]s, N.
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Re: [obm-l] Cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Fri, Jan 07, 2005 at 12:25:29PM -0200, Artur Costa Steiner wrote:
 Eu acho curioso que o axioma da escolha, tao polemico no incio do seculo XX,
 eh perfeitamente intuitivo. Se vc o explica para alguem sem muita formacao
 matematica, a apessoa geralmente achA que ele eh obviamente verdadeiro. Vc
 poe a mao num conjunto da colecao, saca um elemento, poe a mao em um outro,
 saca outro elemento e assim por diante, formando um conjuntoem que cada
 elemento pertence a um membro da colecao. Principalmente quando a colecao eh
 enumeravel, ainda que infinita. Entretanto, quase todo mundo sem muita
 formacao matematica acha estranho que a serie harmonica vah para infinito.

Depende da intuição de quem. Alguém disse que O axioma da escolha
é obviamente verdadeiro, o teorema da boa ordem [que é equivalente
ao axioma da escolha] é obviamente falso, e quem sabe sobre o Lema de Zorn
[que também é equivalente]?
 
 Apesar de ainda causar alguma polemica, o axioma da escolha foi, no inicio
 de seculo XX, creio,  absolvido pelos matematicos, pois, contrariamente ao
 que varios afirmavam, ele nao eh culpado de possiveis incoerencias que
 possam existir na teoria dos conjuntos (acho que o paradoxo de Tarski-
 Banach, por exemplo, nao eh consequencia do axioma da escolha)  

Gödel provou a consistência relativa do axioma da escolha.
Ou seja, se ZF (os axiomas usuais da teoria dos conjunto) for consistente
então ZFC (ZF + axioma da escolha) também é.

O paradoxo de Banach-Tarski não é uma contradição, só é pouco intuitivo.
E depende do axioma da escolha sim, complicando o ponto de vista de que
o axioma da escolha seria intuitivo.

[]s, N.
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Re: [obm-l] off - Professorado, requisitos?

2005-01-07 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Fri, Jan 07, 2005 at 01:22:06PM -0200, Fabio Niski wrote:
 Pessoal, como anda hj em dia os requisitos para exercer a profissao de 
 professor em uma instituicao de ensino?
 O que diz a lei e o que de fato as escolas e universidades estao 
 fazendo? Alguem formado como bacharael em matematica pode dar aulas sem 
 ter nenhum curso de educacao? E nas universidades?

Nas escolas não, nas universidades sim.  Por lei, eu posso dar aula
em instituições de ensino superior mas por não ter licenciatura
não posso dar aula no ensino médio ou fundamental. Mais surpreendente ainda,
se eu desejar completar o curso de licenciatura na PUC eu sou obrigado a cursar
disciplinas que eu tenho direito de ensinar.

 É possivel voce ser contratado para dar aula sem diploma?

Tecnicamente não. Por outro lado, todos sabemos muito bem que no Brasil
as leis nem sempre são seguidas. As instituições de ensino particular
muitas vezes avaliam a competência do candidato de forma mais inteligente
do que uma simples verificação de que ele tem este ou aquele diploma.

 Como funciona isso? Sao leis federais? Estaduais? Municipais?

As leis em questão são federais.


[]s, N.
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Re: [obm-l] e o problema alg. linear - cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Claudio Buffara
Title: Re: [obm-l] e o problema alg. linear - cardinalidade



on 07.01.05 13:57, Lista OBM at [EMAIL PROTECTED] wrote:

E o problema abaixo, proposto antes,
ninguém tem uma idéia para fazê-lo?
 
Seja V um K-espaço vetorial que admite uma base infinita B. Mostrar que qualquer outra base de V tem a mesma cardinalidade de B.
 
grado desde já, éder.
Suponhamos que existam bases A e B de V tais que card(A)  card(B).

Cada elemento a de A pode ser expresso de maneira unica como uma K-combinacao linear de um numero finito de elementos de B.

Seja B' o subconjunto de B cujos elementos fazem parte da combinacao linear que expressa pelo menos um elemento de A.

B' serah uma uniao de conjuntos finitos indexada por elementos de A.
Logo, como A eh infinito, card(B') = card(A)  card(B).

Mas eh claro que B' gera V, jah que B' gera A e A eh uma base de V.

Seja v pertencente a B - B'. Um tal v existe porque card(B')  card(B).
Como B' gera V, vao existir b_1, b_2, ..., b_n em B' e x_1, x_2, ..., x_n em K tal que: 
v = x_1*b_1 + x_2*b_2 + ... + x_n*b_n.
Obviamente v  b_i para cada i.

Isso quer dizer que o vetor v de V estah sendo expresso de duas formas distintas como uma combinacao linear de elementos de B, o que contradiz o fato de B ser uma base de V.
 
Essa contradicao decorre da hipotese feita inicialmente sobre a existencia de duas bases A e B de V tais que card(A)  card(B).

Logo, quaisquer duas bases de V tem o mesmo cardinal.


[]s,
Claudio.






[obm-l] Continuidade uniforme

2005-01-07 Por tôpico Artur Costa Steiner
Achei este problema interessante:

Mostre que, se f:R -R eh continua, periodica e nao constante em R, entao
g(x) = f(x^2) nao eh uniformemente continua em R.
Nao eh dificil mostrar isto. E com isto, concluimos como corolario aquilo
que jah foi aqui discutido, ou seja, g nao eh periodica em R.
Artur


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Re: [obm-l] Continuidade uniforme

2005-01-07 Por tôpico Claudio Buffara
on 07.01.05 18:24, Artur Costa Steiner at [EMAIL PROTECTED] wrote:

 Achei este problema interessante:
 
 Mostre que, se f:R -R eh continua, periodica e nao constante em R, entao
 g(x) = f(x^2) nao eh uniformemente continua em R.
 Nao eh dificil mostrar isto. E com isto, concluimos como corolario aquilo
 que jah foi aqui discutido, ou seja, g nao eh periodica em R.
 Artur
 
Seja a  0 o periodo de f.

Como f eh continua, teremos que lim(n - infinito) f(x + y/n) = f(x),
quaisquer que sejam x e y reais.

Como f eh nao-constante, vai existir b tal que:
0  b  a/4  e  |f(2*raiz(a*b) - f(0)| = 2*eps  0

Logo,
|g(raiz(n*a) + raiz(b/n)) - g(raiz(n*a))| =
|f(n*a + b/n + 2*raiz(a*b)) - f(n*a)| =
|f(b/n + 2*raiz(a*b)) - f(0)|  eps, para n suficientemente grande.
 
No entanto, raiz(b/n) pode ser feito tao pequeno quanto se queira.

Ou seja, encontramos x = raiz(n*a)  e  y = x + raiz(b/n)  tais que |x - y|
torna-se arbitrariamente pequeno enquanto |f(x) - f(y)| permanece maior do
que uma quantidade positiva fixa (eps).

Logo, g nao eh uniformemente continua.

[]s,
Claudio.

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Re: [obm-l] off - Professorado, requisitos?

2005-01-07 Por tôpico Faelccmm
Se não me engano, há um artigo na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que assegura ao indivíduo de "notório saber" a possibilidade de obter um diploma de nível superior. Este "notório saber" está relacionado à disciplina do qual ele quer o diploma. Eu não tenho a absoluta certeza se é exatamente assim - vou verificar depois aqui na LDB e ver se encontro o artigo. Pois quando eu ainda estava na faculdade havia uma matéria e a leitura da LBD era imprescindível.

Obs: Eu sei que existem várias pessoas aqui que não são formadas em Matemática mas possuem um "notório saber" nesta disciplina, logo poderiam, por hipótese, obter o diploma.
Ao que parece, o indivíduo que se dispuser a isso terrá que se submeter a uma avaliação (ou bateria de testes, não sei ao certo) para avaliar se ele realmente conhece todos os assuntos abordados no curso do qual ele quer o diploma.

Se alguém conhecer sobre esta norma da LDB e estiver em desacordo com o falei, por favor, me corrija.




Em uma mensagem de 07/01/05 16:30:08 Hor. de verão leste da Am. Sul, [EMAIL PROTECTED] escreveu:




On Fri, Jan 07, 2005 at 01:22:06PM -0200, Fabio Niski wrote:
 Pessoal, como anda hj em dia os requisitos para exercer a profissao de 
 professor em uma instituicao de ensino?
 O que diz a lei e o que de fato as escolas e universidades estao 
 fazendo? Alguem formado como bacharael em matematica pode dar aulas sem 
 ter nenhum curso de educacao? E nas universidades?

Nas escolas não, nas universidades sim. Por lei, eu posso dar aula
em instituições de ensino superior mas por não ter licenciatura
não posso dar aula no ensino médio ou fundamental. Mais surpreendente ainda,
se eu desejar completar o curso de licenciatura na PUC eu sou obrigado a cursar
disciplinas que eu tenho direito de ensinar.

 É possivel voce ser contratado para dar aula sem diploma?

Tecnicamente não. Por outro lado, todos sabemos muito bem que no Brasil
as leis nem sempre são seguidas. As instituições de ensino particular
muitas vezes avaliam a competência do candidato de forma mais inteligente
do que uma simples verificação de que ele tem este ou aquele diploma.

 Como funciona isso? Sao leis federais? Estaduais? Municipais?

As leis em questão são federais.


[]s, N.







[]s, 
Rafael 
"Deus não joga dados com o universo" (Albert Einstein)




Re: [obm-l] off - Professorado, requisitos?

2005-01-07 Por tôpico fabiodjalma
 Nicolau, existem também os cursos livres como preparatórios para 
vestibulares, concursos públicos e militares. 
Nestes qualquer um pode dar aula. 


Em (16:22:44), obm-l@mat.puc-rio.br escreveu: 


On Fri, Jan 07, 2005 at 01:22:06PM -0200, Fabio Niski wrote: 
 Pessoal, como anda hj em dia os requisitos para exercer a profissao de 
 professor em uma instituicao de ensino? 
 O que diz a lei e o que de fato as escolas e universidades estao 
 fazendo? Alguem formado como bacharael em matematica pode dar aulas sem 
 ter nenhum curso de educacao? E nas universidades? 
 
Nas escolas não, nas universidades sim. Por lei, eu posso dar aula 
em instituições de ensino superior mas por não ter licenciatura 
não posso dar aula no ensino médio ou fundamental. Mais surpreendente 
ainda, 
se eu desejar completar o curso de licenciatura na PUC eu sou obrigado a 
cursar 
disciplinas que eu tenho direito de ensinar. 
 
 É possivel voce ser contratado para dar aula sem diploma? 
 
Tecnicamente não. Por outro lado, todos sabemos muito bem que no Brasil 
as leis nem sempre são seguidas. As instituições de ensino particular 
muitas vezes avaliam a competência do candidato de forma mais inteligente 
do que uma simples verificação de que ele tem este ou aquele diploma. 
 
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-- 


Re: [obm-l] Cardinalidade

2005-01-07 Por tôpico Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet
Bem, como funciona a prova de Tarski-Banach?

 --- Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]
escreveu: 
 No fim das contas, acho que quase todo mundo prefere
 uma demonstracao
 construtiva. Soh que, infelizmente, ela nao existe
 pra maior parte dos
 teoremas interessantes. Entao, a unica alternativa
 eh aceitar uma
 demonstracao que mata a cobra mas NAO mostra o pau.
 Me parece que, hoje em
 dia, a maioria dos matematicos estah conformada com
 esta situacao e engole o
 axioma da escolha justamente porque nao tem
 escolha...
 
 []s,
 Claudio.
 
 De fato. 
 Eu acho curioso que o axioma da escolha, tao
 polemico no incio do seculo XX,
 eh perfeitamente intuitivo. Se vc o explica para
 alguem sem muita formacao
 matematica, a apessoa geralmente achA que ele eh
 obviamente verdadeiro. Vc
 poe a mao num conjunto da colecao, saca um elemento,
 poe a mao em um outro,
 saca outro elemento e assim por diante, formando um
 conjuntoem que cada
 elemento pertence a um membro da colecao.
 Principalmente quando a colecao eh
 enumeravel, ainda que infinita. Entretanto, quase
 todo mundo sem muita
 formacao matematica acha estranho que a serie
 harmonica vah para infinito.
 
 Apesar de ainda causar alguma polemica, o axioma da
 escolha foi, no inicio
 de seculo XX, creio,  absolvido pelos matematicos,
 pois, contrariamente ao
 que varios afirmavam, ele nao eh culpado de
 possiveis incoerencias que
 possam existir na teoria dos conjuntos (acho que o
 paradoxo de Tarski-
 Banach, por exemplo, nao eh consequencia do axioma
 da escolha)  
 Artur
 
 
 
 
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Re: [obm-l] FALSIFICAÇÃO DA SORTE!

2005-01-07 Por tôpico Chicao Valadares
  Se você acha que aquela moeda usada pelo juiz está
 prejudicando seu time, como é
 possível se proteger contra a falsificação da sorte?
 
 Imaginemos que o juiz tenha uma dessas moedas e que
 a chance de resultar coroa
 seja muito maior que a chance de resultar cara,
 digamos 70% contra 30%. Quais
 os meios para nos proteger de uma moeda viciada?

Lance a moeda duas vezes:
Se der CARA/CARA ou COROA/COROA despreze.
Se der CARA/COROA considere como CARA. 
Se der COROA/CARA considere como COROA. 
Nesse nosso novo esquema(lançar a mesma moeda duas
vezes) a probabilidade de dar cara é igual a de dar
coroa pois se a probabilidade de dar CARA em um
lançamento da moeda for p, no novo esquema, a
probabilidade de dar CARA ou COROA será a mesma e é 
p(1-p) deixando ela nao viciada.Essa foi  a ideia de
Von Neumann.
Observe que existe a possibilidade de sempre dar 
CARA/CARA ou COROA/COROA, portanto qual seria o numero
esperado de lançamentos no nosso esquema ate aparecer
uma sequencia valida??

Como se trata de uma distribuiçao geometrica , sua
esperança é 1/p(1-p)
e como p(1-p) é no maximo 1/4 teremos em media que em
4 rodadas do nosso esquema (4X 2 = 8 lançamentos da
moeda)
aparecerá CARA/COROA ou COROA/CARA.

Observe que metade das possibilidades é lixo, isso dá
um custo muito alto pra o nosso esquema.Vc seria 
capaz de propor uma variante ao esquema tal que
minimizasse o numero de possibilidades nao validas???

Valeu

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O Binômio de Newton é tão belo como a Vênus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso... 
Fernando Pessoa - Poesias de Alvaro Campos

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2005-01-07 Por tôpico cristiane
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