Amigos listeiros, acho importante passar a vocês o que Brizola disse ao votar de manhã neste momento em que toda a mídia - e  algumas figuras menores como José Genoíno - estão empenhadas, via mídia, em tentar destrui-lo politicamente por conta do resultado das eleições do Rio de Janeiro - a medida em que avança a fraude do esforço conjugado mídia/pesquisa/urna eletrônica. Como diria o velho Raul Ryff, secretário de imprensa de Jango com quem tive a honra de trabalhar no "Jornal do Brasil": cavalo de raça morre na pista.
 

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA

Assessoria de Imprensa, Rio, 1º de outubro de 2000

 ATT. EDITOR DE POLÍTICA

 Brizola: “PDT assume hoje

a bandeira pela lisura da

eleição presidencial de 2002”

 

            “O PDT assume a partir de hoje a bandeira da lisura, da limpeza das eleições no Brasil, porque as eleições presidenciais de 2002 não poderão se realizar sob o processo atual em que os votos da população podem estar sendo canalizados, orientados, de acordo com o interesse dos que controlam o poder” através das urnas eletrônicas, afirmou hoje o candidato do PDT a prefeito do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, no momento em que saía de casa para votar na Escola Penedo, em Copacabana.

            Brizola votou no início da manhã, por volta das 8h30m, saindo a pé de casa – na Avenida Atlântica – indo até a escola Penedo, na rua Raul Pompéia, - acompanhado por grande número de simpatizantes e jornalistas. Na sua opinião, as eleições municipais deste ano no Rio de Janeiro “foram ilegítimas, irregulares e viciadas”. Ele explicou porquê:

            — Em primeiro lugar, por causa dessa imoralidade que foi a permanência de Conde, candidato, no cargo de prefeito – cometendo excessos que um democrata não cometeria. Mas é a lei, dirão alguns. Só que estava ao alcance dele assumir a atitude correta: passada a convenção partidária, se licenciar em respeito à população. E depois o derrame de dinheiro. Um prefeito que concorre no exercício do cargo deveria fazer seus gastos com moderação.

            Outra interferência indevida, na avaliação de Brizola, foi a do Garotinho.

            — Ele andou por aí, à custa do dinheiro público, para lá e para cá. Ele usou veículos públicos, carros, helicópteros do governo e isto é dinheiro público. Transformou o palácio do governo, de maneira insólita, em espécie de sede partidária, quando sua função deveria ser a de governar e não colocar-se como se fora um partido político. Suas interferências começaram no próprio partido e junto aos aliados, sem um mínimo de coerência na preocupação de juntar solidariedades e apoio para si.

            Mas os vícios desta eleição, na opinião de Brizola, não terminaram aí.

— Depois veio o mais grave, que é o sistema eleitoral. Já fui vítima de uma tentativa de fraude eletrônica em 1982 e tudo está aí, da mesma forma. As pesquisas eleitorais e a mídia integram hoje o processo em que os votos da população podem estar sendo canalizados, orientados, de acordo com os interesses dos que controlam o poder. Interessa dominar o país através desse sistema que dispensa o domínio direto, através das Forças Armadas. O domínio agora se dá através da eletrônica e do processo eleitoral.

Brizola lembrou a sua formação profissional, de engenheiro, para reforçar a sua argumentação contra o processo eleitoral eletrônico instaurado no país a partir de 1996, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— A Justiça Eleitoral e os tribunais, principalmente o TSE, estão equivocados. Admito e reconheço a boa fé dos ministros do TSE. Mas eles estão envolvidos por uma falsa argumentação sobre as urnas eletrônicas. E digo isto porque, em matéria de informática, sei mais do que eles – como engenheiro entendo isto. E eles se deixaram envolver por esse sistema.

Para o presidente nacional do PDT, as eleições do Rio de Janeiro são importantíssimas porque “elas vão nos apresentar a ponta desse fio que vamos puxar”.

— As eleições presidenciais de 2002 não poderão se realizar sob este processo. Estou convencido de que foi o CEPESC (Centro de Pesquisas em Segurança em Comunicações, órgão da Agência Brasileira de Informações) que já existia em 1982, embrionariamente, que armou a tentativa de fraude da Proconsult em 1982, dentro do que era SNI, hoje ABIN. Acredito que tudo tenha sido dirigido para Conde continuar e, também, para Benedita competir com ele. Benedita não tinha e não tem esses votos, sua ida para o segundo turno é indício de fraude, mas não temos como provar. As pesquisas são cartelizadas e esses números são, todos eles, parte do plano. Por isso o PDT assume a partir de hoje a bandeira da lisura, das eleições limpas, do direito à recontagem dos votos.

Um repórter quis saber como vai se sentir, caso seja derrotado:

— A mim não acontece nada. O que já fiz, já fiz, ninguém me tira. Sou o sujeito que mais escolas já fez em todo o mundo em qualquer tempo, cerca de 8 mil, e ninguém me tira isto. Aquele momento glorioso de resistência, o da cadeia da Legalidade, que garantiu a posse do presidente João Goulart, também ninguém me tira. E assim por diante. O Conde sim, se perder, tem que ir embora para Barcelona. A Benedita está marcada para perder caso chegue ao segundo turno, já que Conde está marcado para ganhar. Benedita vai continuar sendo vice-governadora. Se o César perder, também será um abalo. Acho que o César também está sendo lesado neste processo, como eu. Os que pensam que nos derrotam, estão muito enganados – concluiu.

Sobre o segundo turno, disse que prefere saber o resultado da eleição, antes de se manifestar. “Em princípio não tenho dúvidas de que vão levar Benedita para o segundo turno, mesmo não sendo esta a realidade da população”, comentou. Sobre as eleições estaduais de 2002, manifestou que o candidato do PDT deverá ser Jorge Roberto Silveira, atual prefeito de Niterói.

— Jorge Roberto se coloca muito bem no conceito de nossos companheiros por estar fazendo uma administração brilhante em Niterói e por representar também uma legítima tradição trabalhista. Eu me deixei seduzir um pouco pelo Garotinho, mas hoje penso – que bom seria para o Rio de Janeiro se tivéssemos feito esforço especial para candidatar o Jorge Roberto no lugar do Garotinho. Jorge sempre teve posição correta.

Ainda sobre Garotinho, Brizola disse:

— Neste processo eleitoral, não houve acirramento da divisão entre PDT e Garotinho. Houve a consumação de uma separação e eu devo desculpas ao povo do Rio de Janeiro por ter colaborado na eleição desse governador.  Naquele momento (1998) era o melhor candidato, mas agora, em relação a ele, só cantando aquela música com a Beth Carvalho: “Você pagou com traição  a quem  sempre lhe deu a mão” – recitou.

 

Mais informações com Osvaldo MANESCHY (9983-3322) e Antonio OSÉAS (96595565)

Responder a