Chadel, realmente peguei pesado por conta da emoção e da raiva pelo
acontecido no estúdio da TV Bandeirantes Rio. Fui eu que negociei com a
direção da emissora a participação do Brizola e tudo o que foi acordado
foi desrespeitado. Seriam 25 minutos em rede nacional, mais do que
suficientes para o velho Briza soltar os cachorros em cima da fraude
eleitoral e da urna eletronica - como estamos fazendo direto aqui no Rio
de Janeiro há pelo menos uma semana, com pouquissimo espaço na midia.
Mas ele falou só três minutos. Depois disseram que ele teria, em
programação para o Rio, o tempo que quisesse, sendo o unico entrevistado
pela
equipe da emissora. Mas apareceram com uma fulana no estúdio, que nem
apresentaram ao Brizola e  na hora em que o Brizola começou a falar - só
para o Rio - em fraude eleitoral via urna eletrônica,  foi cortado no ar
pelos apresentadores, que  passaram a palavra para a  desconhecida que,
do alto de sua sapiência, começou a falar um monte de asneiras que,
soube depois, queriam que Brizola em seguida comentasse. Brizola se
levantou, soltou o microfone de lapela e foi embora. Fechei com ele na
hora, não foi o que combinamos, não foi o acerto com a emissora. E pouco
depois, na mesma Bandeirantes, me aparece em rede nacional o Genoíno
atacando rasteiramente o Brizola com o discurso surrado de que ele
(Brizola) está velho, deveria se aposentar, não tinha que ter saído
candidado a prefeito, etc. etc.  Quer dizer: atacar o Brizola pode, ele
falar, não pode. Não foi este o trato, daí o meu mau humor ontem com
Genoíno que tem boas lutas, mas tambem é um oportunista. Mas uma coisa é
fundamental que você entenda, Chadel, a fraude eletrônica precisa de
ambiente político para acontecer. E aqui no Rio de Janeiro, quem deu
respaldo para que ela acontecesse, como
aconteceu nesta eleição, foi o PT. A Benedita não teve os votos que as
pesquisas e a mídia garantiam que ela tinha, e as urnas eletronicas
"provaram" que ela realmente teve. Desculpe companheiro, mas sou
jornalista há 30 anos, faço campanha eleitoral desde 78 e campanha de
prefeito do Rio, esta foi a segunda que fiz. Se o amigo acha que mereço
um pouco de credibilidade, por favor escute. Eles não são burros de
fazer as coisas sem que haja um ambiente político para que elas
aconteçam. Este é o busilis da questão. Tem que haver ambiente. Como
também eles sabem que , de vez em quando, tem que dar "milho para os
pintos", como dizemos
aqui no Rio, porque se o povo brasileiro tiver a clareza que nós aqui,
nesta lista, temos sobre a urna eletronica, a festa deles acaba. A
galinha dos ovos de ouro morre. É preciso ambiente, para que as
maquinetas funcionem. E eles sabem que divisionismo é sempre um prato
cheio. Não são bobos. Sabem que de vez em quanto tem que pintar um
Olívio Dutra no pedaço, um Itamar Franco, etc. Porque se eles ganharem
todas, fica tudo muito claro. Essa gente vem dos socavões da ditadura,
sabe que as coisas pouco claras são as que interessam. É por isso que
não há transparência. Chadel, Benedita não teve os votos que o resultado
final deu a ela. Tenho convicção de que foi armação que conjugou mídia, 
pesquisas e, finalmente, urnas eletronicas. A trilogia do mal. Afirmo
isto, listeiros, com sinceridade e friamente. Disse há tempos atrás e
repito: nada entendo de computador, mas entendo de mídia (sou jornalista
há 30 anos) e de eleição. Já trabalhei nas campanhas eleitorais de 82
(Brizola governador), 85 (Saturnino prefeito), 86 (Darcy Ribeiro
governador) , 89 (Brizola presidente), 91 (Brizola governador de novo),
96 (Garotinho governador), 98 (Garotinho governador) e agora na de
Brizola prefeito.  Como trabalhei 10 anos no Jornaldo do Brasil, oito
anos no Globo, dois anos na Rádio Jornal do Brasil e dois anos na
agência Reuters. Por isso digo e repito: é
preciso ambiente político para  fazer a fraude. Eles não são bobos de
eleger poste, embora saibam que tem condições de fazer isto. É preciso
que exista ambiente para que as coisas acontecam. E aqui no Rio, nesta
eleição, infelizmente Lula, Genoíno, Marta Suplicy e o José Dirceu -
fizeram aqui no Rio o que nem o PT do Rio fez:  campanha para Benedita.
Enquanto Brizola batia na possibilidade de fraude e corria a cidade
levantando multidões, eles criaram o ambiente político para que fosse
possível prejudicar Brizola, o candidato de esquerda que realmente tinha
votos na população. Lula sabia disso? Genoínio, Marta ou Dirceu?
Acredito que não. Eles estavam aqui para, sinceramente, fazerem campanha
para a candidata do partido deles. Só que Benedita não tinha e não teve
votos, como também não teve  militancia do PT e povo com ela. //Há 20
dias atrás nós, do PDT, fizemos uma carreata na Zona Oeste com mais de
300 automóveis. Benedita, uma semana depois, fez a sua: tinham 12
automóveis e 51 kombis alugadas na carreata dela.  Em Copacabana,
fizemos uma
marcha que juntou cerca de 5 mil pessoas. Benedita fez uma marcha em
Copacabana, domingo retrasado, que segundo a imprensa juntou 500
pessoas, mas pessoas nossas disseram que tinham no máximo 200 pessoas
com ela.
Benedita  teve mídia, pesquisa e urna eletronica. Fiz a campanha do
Brizola do primeiro ao último dia. Como fiz a de Saturnino Braga, em 85,
do primeiro ao último dia. Aquela nós ganhamos, esta, perdemos.
Saturnino,
em 85, só fez comícios nos 15 últimos dias de campnha. Brizola, com um
mes de campanha, já tinha feito uns quatro comícios. A campanha do
Brizola foi a inversa do Saturnino. Começou excelentemente bem e, com o
massacre das pesquisas e da mídia, foi perdendo empuxo. Mas mesmo assim,
anteontem, sábado, no calçadão de Campo Grande aconteceu o que um dia
tinha de acontecer. Benedita estava lá, pedindo votos, e nós, do PDT,
chegamos e começamos a esperar Brizola que também iria para lá. Fui para
onde Benedita estava e vi com os meus olhos: umas sete pessoas, se
tanto, acompanhavam Benedita, que panfletava passantes que sequer
detinham
o passo para pegar o papelzinho que ela oferecia. Uma coisa gélida, fria
e sem graça faltando 24 horas para a eleição. Fiquei observando de
longe. Pouco depois chegou Brizola e Benedita achou melhor sair do
calçadão,
foi embora. As pessoas começaram a parar quando perceberam a presença do
Brizola, que começou a ser cumprimentado, abraçado e beijado por pessoas
que faziam questão de se aproximar. Uma mulher, chorando, abraçou
Brizola. Eu vi, ninguém me contou, e o fato em si nem me chamou a
atenção porque vi isso acontecer várias vezes pelo Rio de Janeiro a
fora. Muitas pessoas, geralmente de idade, se emocionam na presença de
Brizola. Juntou tanta gente que entupiu o calçadão, com Brizola no
centro. Aí ele caminhou o calçadão todo, sendo cumprimentado o tempo
todo. Pois bem, amigo Chadel, a Benedita ganhou do Brizola na Zona
Oeste, segundo o resultado oficial do TRE - confirmando o que as
pesquisas e a mídia disseram o tempo todo que ia acontecer. Fraude, meu
amigo, foi o que aconteceu. Se tenho alguma credibilidade nesta lista,
por favor amigos listeiros, acreditem no que estou falando. E em
Niterói, cidade onde moro, o filho do ministro do TSE
Waldemar Zveiter, o mesmo que indeferiu o mandado de segurança do PDT
contras as urnas eletronicas dia  27 de setembro - chamado Sérgio
Zveiter - passou para o segundo turno das eleições.  Amigos listeiros,
até por
ética, o ministro Zveiter deveria se considerar impedido de julgar o
mandado de segurança - já que o seu filho era, e continua sendo,
candidato nestas eleições. // Para encerrar, repito: fraude via urna
eletrônica
só é possível se houver  ambiente político. E a turma que desfruta das
maquinetas sabe que de repente tem que dar um Olívio Dutra ou um Itamar
Franco para garantir  a credibilidade do sistema. É por isso que
Brizola, com a autoridade de 50 anos de vida pública, em um país onde o
Presidente da República de hoje pode ser o vigarista de amanhã, tipo
Collor ou FHC, incomoda, precisa ser combatido por sua coerencia e
espirito de luta. Como Genoíno fez ontem, dando respaldo a direita. É
isso.// É tão complicado tudo isto, amigo Chadel, que você - que está aí
em Santos - acha que Brizola realmente perdeu aqui no Rio de Janeiro. Já
reparou que as coisas sempre acontecem por uma nesguinha de votos e a
mídia faz uma onda danada criando "disputas" entre candidatos tipo Maluf
e Alckmin em São Paulo; Benedita e César Maia no Rio; ou ainda, Jorge
Roberto e Zveiter em Niterói, a minha cidade (Zveiter passou  para o
segundo turno por 1.500 votos em um eleitorado de 380 mil, acho); ou
ainda Lula e Brizola, em 89? Não acha isto estranho, amigo Chadel? Para
mim, Chadel, é a repetição já cansativa de uma mesma fórmula inventada
por algum marqueteiro do mal - jogam um boi para as piranhas, enquanto a
boiada passa e ninguém questiona o primeiro lugar da Marta, o primeiro
lugar do Conde, o primeiro lugar do Jorge Roberto, o primeiro lugar do
Collor e o primeiro lugar de FHC. Não
é um achado para uma eleição, seja qual for, de prefeito, governador ou
presidente da república? O pior de tudo, Chadel, é que em 2002 teremos
eleições presidenciais e este sistema  continuará funcionando se nós
poucos, listeiros, não convencermos o Brasil de que temos toda razão
quando afirmamos que a máquina de opinar pode fraudar uma eleição. //
Pois amigos, estou convencido de que a eleição do Rio deste ano foi
fraudada. Aconteceu de novo. 

 ChadelRoger Chadel wrote:

> A respeito de [VotoEletronico] Brizola,
> em 01/10/2000, 20:19, Osvaldo Maneschy escreveu:
>
> OM> Amigos  listeiros,  acho importante passar a vocês o que
> OM> Brizola  disse  ao  votar  de manhã neste momento em que
> OM> toda  a  mídia  -  e  algumas  figuras menores como José
> OM> Genoíno   -  estão  empenhadas,  via  mídia,  em  tentar
> OM> destrui-lo  politicamente  por  conta  do  resultado das
> OM> eleições  do  Rio  de Janeiro - a medida em que avança a
> OM> fraude    do   esforço   conjugado   mídia/pesquisa/urna
> OM> eletrônica.  Como diria o velho Raul Ryff, secretário de
> OM> imprensa  de Jango com quem tive a honra de trabalhar no
> OM> "Jornal do Brasil": cavalo de raça morre na pista.
>
> Pegou  pesado, hein Osvaldo? Chamar o José Genoíno de figura
> menor não é próprio da imparcialidade que um jornalista deve
> ter.  Não sou petista, mas admiro a figura deste político de
> mão cheia que honra a classe a que pertence.
>
> OM> PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA
>
> OM> Assessoria de Imprensa, Rio, 1º de outubro de 2000
>
> OM>  ATT. EDITOR DE POLÍTICA
>
> OM>  Brizola:  "PDT  assume  hoje  a bandeira pela lisura da
> OM> eleição presidencial de 2002"
>
> OM>             "O PDT assume a partir de hoje a bandeira da
> OM> lisura,  da  limpeza  das  eleições no Brasil, porque as
> OM> eleições  presidenciais  de 2002 não poderão se realizar
> OM> sob  o processo atual em que os votos da população podem
> OM> estar  sendo  canalizados,  orientados,  de acordo com o
> OM> interesse  dos  que controlam o poder" através das urnas
> OM> eletrônicas,  afirmou hoje o candidato do PDT a prefeito
> OM> do  Rio  de  Janeiro,  Leonel Brizola, no momento em que
> OM> saía de casa para votar na Escola Penedo, em Copacabana.
>
> O  Brizola, já foi discutido isso aqui amplamente, tem o dom
> da  palavra, e a usa de modo extravagante. É claro que muito
> do  que  ele  diz  aqui é exagerado e irrelevante, típico do
> candidato derrotado. Mas tem toda razão quando encampa nossa
> bandeira da impossibilidade da recontagem dos votos.
>
> Eu  quero  aproveitar  a  deixa  para  retratar-me. Disse em
> outras  mensagens  que  estava convencido que estas eleições
> estariam marcadas pela fraude. Embora passíveis de fraude, e
> nossa  luta é justamente para acabar com essa possibilidade,
> as  urnas  não  parecem  ter sido usadas para desviar votos.
> Isto ficou claro no Rio e em São Paulo.
>
> No  Rio,  o Brizola garantiu que fariam a Benedita ir para o
> segundo  turno.  Por  muito  pouco  não o foi. Não creio que
> alguém que tivesse tido o acesso à programação da urna fosse
> tão   ingênuo  ao  viciá-la  de  não  garantir  sua  segunda
> colocação.
>
> Da mesma forma em São Paulo, e desta vez com um candidato do
> governo  que  perde  por  um  décimo  de ponto percentual do
> Maluf.  Se  o  TSE  (ou  TRE,  ou  quem tivesse tido acesso)
> quisesse  usar  seu  poder  de  alterar a programação, teria
> feito o Alckmin chegar em segundo.
>
> Na  verdade,  as  eleições  municipais não alteram as forças
> políticas. Mostram apenas a opinião da população com relação
> à  administração de sua cidade, algo muito localizado. Pelas
> prévias pude observar que a corja de vereadores corruptos de
> São Paulo, mais do que denunciada pela imprensa e por listas
> que  circulam sem parar pela internet, não deve se reeleger,
> com  raras  exceções.  A possibilidade de fraude não deveria
> mesmo  ser  exercida  hoje.  Nossa  luta é para que isso não
> ocorra na de 2002 quando, nessa sim, as forças políticas que
> mandam  no  país estarão em jogo. E nessa luta temos grandes
> aliados,  o  PDT e o Brizola, este que foi um dos poucos que
> entenderam  onde  e  como estão burlando a transparência que
> uma eleição eletrônica deve ter.
>
> --
> Grande abraço,
>
> Roger Chadel
> Chadel Quality Software
> http://www.chadel.com.br
>
> --------
>
> Extraido de minha coleção de taglines:
> Ninguém jamais vencerá a guerra dos sexos: há muita confraternização entre os 
>inimigos (Henry Kissinger)
>
>  /"\
>  \ /  Campanha da fita ASCII - contra mail html
>   X   ASCII ribbon campaign - against html mail
>  / \
>
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> Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
>        http://www.votoseguro.org
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