Olá  Sérgio,

Obrigado por ter enviado estas matérias (texto abaixo) do JB-Online com a 
entrevista do Eng. Obino, do PT e do Coppe/UFRJ, sobre a confiabilidade das 
Unas Eletônicas.

Além dos petistas que estão recebendo cópia desta minha resposta, estou 
também enviando cópias, com endereço oculto, a algumas outras pessoal que 
acho que se interessam pela questão aqui abordada.

Quanto a sua colocação de que vai desistir de ser petista, eu gostaria de 
lhe dizer que não se deve confundir esta "equipe técnica do PT" (formada 
pelo próprio Obino, pelo Moacir Casagrande e pelo Silvio Pereira) com  o 
próprio PT.

Acho que petistas como você (de SP), o Evandro Oliveira (MG) e a Rejane 
Luthemaier (RS), que compreenderam a falta de confiabilidade do nosso 
sistema eleitoral com seus programas controlados e mantidos secretos por um 
pequeno grupo de agentes do Executivo Federal (Aeronáutica e ABIN), 
deveriam lutar para desmascarar esta "equipe técnica", que tanto mal já 
causou à imagem do PT por sua comprovada incompetência técnica (nas 
eleições internas do PT em 2000) e sua subservência àquele mesmo grupo de 
agentes do Executivo, como revela a entrevista do Obino ao JB.

Esta "equipe técnica" é a mesma que foi responsável pelo fiasco da eleição 
nacional do PT, quando não foi capaz de montar o esquema de totalização de 
mil e poucas urnas. Veja a noticia da Folha em :
http://www.uol.com.br/fsp/brasil/fc2009200118.htm
Segundo esta notícia, um dos membros desta equipe reconhece que não 
testaram o sistema eletrônico de votação de forma adequada antes das 
eleições devido a "sobrecarga de trabalho". Mas eu entendo que o problema 
não foi de falta de tempo, não, foi falta de competência mesmo, como disse 
a notícia da Folha:

"O fracasso causou irritação na cúpula do partido. A avaliação corrente, 
segundo a Folha apurou, é que houve incompetência dos organizadores da 
eleição, que não testaram o sistema previamente e confiaram na sorte. Há o 
temor de que, pior do que ficar com a pecha de incompetente, o PT seja 
acusado de tentar esconder ou fraudar o resultado."

Ou seja, eles terceirizaram a produção do sistema (urnas do TSE e 
totalização da empresa Gaia Informática) mas não foram capazes de testar 
competentemente um sistema eleitoral com pouco mais de mil urnas. Agora os 
membros desta equipe se dizem prontos para testar e fiscalizar, com a mais 
a absoluta competência, o sistema do TSE de mais de 400 mil urnas eletrônicas.

Dá para acretidar neles?

O que me deixa mais apreensivo é que o discurso que o JB diz ser o do Eng. 
Obino é apenas uma repetição acrítica e superficial do que dizem os 
técnicos do TSE.

Falar que só existem 5 grupos no Brasil (dois das forças armadas e três 
estrangeiros), aptos a fazerem programas de segurança, além de mentira, é 
uma profunda ofensa a toda comunidade acadêmica brasileira envolvida com a 
Tecnologia de Informação.

Pior, revela, ainda, que o objetivo do Obino é apenas repetir para os 
ouvidos da cúpula do PT o que os técnicos do TSE lhes assopram. Este é 
exatamente o argumento que nos apresentam lá dentro do TSE e duvido que o 
Obino tenha feito um levantamento nas universidades brasileiras para 
encontrar centros de excelência aptos a desenvolver bibliotecas de 
criptografia robusta. Eu nunca o vi partipando dos principais simpósios de 
segurança em informática do Brasil.

É sempre bom lembrar que estes técnicos do TSE, que assopram ao Obino e ao 
Casagrande o que eles devem repetir para a cúpula do PT, já foram flagrados 
mentindo EXPLICITAMENTE, aos partidos políticos, em 2000, quando disseram 
que o programa da ABIN só atuava DEPOIS da impressão dos BUs e foram 
DESMENTIDOS CATEGORICAMENTE no relatório da Unicamp, que revelou que o 
programa da ABIN era executado ANTES da impressão do BU, e portanto poderia 
interfeir na apuração de forma indevida.
O Obino e o Casagrande sabem desta mentira que o TSE lhes pregou em 2000, e 
em vez de mostrar isto à cúpula do PT, preferem continuar repetindo as 
novas mentiras que estão lhe sendo assopradas neste ano.

Que comportamento estranho!

Nós já alertamos aos deputados José Dirceu e a Aluisio Mercadante para 
estes fatos. Propusemos que nos dessem a oportunidade de lhes apresentar 
nossos argumentos. Chegamos a discutir com o Israel Bayma, assessor do PT 
na Cãmara, a possibilidade de um debate aberto entre nós e esta equipe 
técnica. Mas deu em nada.

Perante as denúncias de falta de confiabilidade do sistema eleitoral, a 
cúpula do PT tem se pautado apenas pelo discurso desta sua equipe técnica, 
a qual já deu provas de incompetência e agora tem dado sinais claros de 
submissão ao TSE e até de desonestidade (pois não é verdade o que Obino 
teria dito no JB, de que o programa da ABIN é o único mantido secreto pelo 
TSE, tem também todo o sistema operacional, uma vez que o TSE recusou a 
sugestão do próprio PT de se adotar um sistema operacional aberto de 
software livre)

Para rersolver estas contradições, entre o que afirmamos e o que afirma a 
equipe técnica do PT, bastaria juntar-nos num debate e pedir que cada lado 
apresentasse seus argumentos e  suas provas. Por exemplo, poderiamos 
discutir o relatório da Unicamp para ver se nela há tudo o que o Obino 
afirma ou se apenas era mais uma análise superficial do Obino.Mas esta 
equipe técnica dom PT evita o debate aberto conosco.

Nós, da "equipe" do Voto-E composta por mim (Amilcar), o Evandro Oliveira 
(petista de carteirinha) e o prof. Pedro Resende (UNB), já expusemos nossos 
argumentos em congressos e simpósios científicos de ponta. Temos 
publicações nos anais destes congressos.

A equipe técnica do PT nada tem publicado (em nivel acadêmico), apenas 
estes relatórios internos, sem rigor metodológico, e eivado de distorções, 
quando não de mentiras. Eles não têm coragem de submeter seus argumentos ao 
crivo da comunidade científica brasileira, a qual não reconhecem 
competência sem demonstrar o porquê.

Enfim, Sérgio, volto a lhe sugerir. Não deixe o PT, lute internamente para 
abrir os olhos de sua cúpula de que sua imagem já foi queimada uma vez no 
caso do fiasco da eleição interna, por que confiou em gente não merecia 
tantos créditos.

Errar uma vez é normal, insistir no erro é...
(escolha a palavra que achar mais adequada mais adequada para completar a 
frase acima: burrice, incompetência, sinal de má fé...)
Qualquer que seja a escolha. o resultado será, mais uma vez, manchar a 
imagem de seriedade do PT.

[ ]s
    Amilcar

At 07:15 14/07/02 -0300, Sérgio Salgado wrote:
>Pessoal, bom dia !!!
>Encaminhado por um petroleiro, que está em outro fórum nosso e  que pegou 
>hoje em torno da zero hora  no JB on-line (são três artigos relacionados).
>Assim eu desisto de ser petista
>
><mailto:[EMAIL PROTECTED] r>Cid Benjamin
>
>SUBEDITOR DE BRASIL
>
>O engenheiro Artur Obino Neto, coordenador da equipe técnica do PT que 
>auditou as urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições gerais deste 
>ano, faz sobre elas uma avaliação bastante positiva. ''Embora ainda possa 
>ser aperfeiçoado em alguns aspectos, em geral o sistema é bastante 
>avançado e seguro. Eu lhe daria nota 9''.
>
>A opinião de Obino, que é analista de sistemas da Coppe/UFRJ, tem o 
>endosso de três outros especialistas petista no relatório apresentado pelo 
>grupo há duas semanas à direção nacional do partido.
>
>Para eles, qualquer tentativa de fraudar as eleições adulterando os 
>resultados da votação nas urnas seria imediatamente descoberta porque há 
>mecanismos que permitem o controle por parte dos partidos. Obino vai mais 
>longe. Para ele, a tecnologia desenvolvida para o voto eletrônico no país 
>deve ser motivo de orgulho para a engenharia brasileira.
>
>O engenheiro lembra que uma equipe de especialistas da Unicamp chegou à 
>mesma conclusão que os técnicos do PT sobre a confiabilidade das urnas e 
>do sistema de voto eletrônico. A universidade fez uma auditoria no istema, 
>a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois de uma sugestão dos 
>partidos nesse sentido, encampada pelos presidentes da Câmara, Aécio 
>Neves, e do Senado, Ramez Tebet.
>
>Os especialistas da Unicamp fazem sugestões para o aperfeiçoamento do 
>sistema, mas, ainda assim, nas conclusões do relatório o classificam como 
>''robusto, seguro e confiável, atendendo a todos os requisitos''. O 
>trabalho é assinado pelos oito integrantes da equipe, dirigida pelo 
>professor Clésio Luís Tozzi.
>
>Obino afirma, também, que houve uma relação de diálogo entre os 
>especialistas do partidos e os técnicos da área de informática do TSE. 
>Segundo ele, muitas sugestões apresentadas para aumentar a segurança e a 
>confiabilidade do sistema foram acolhidas. ''Só surgiram dificuldades 
>quando as propostas tinham como conseqüência alguma limitação no poder de 
>juízes eleitorais''. ''Aí, a resistência do TSE era imediata'', diz ele. 
>''Tudo o que cheirasse a controle externo encontrava dificuldades''.
>
>Obino lembra, por exemplo, que o TSE não aceitou a sugestão do PT para que 
>os juízes deixassem de ter consigo um disquete que permite alterar a data 
>e a hora do relógio interno da urna, após a carga do sistema de votação. 
>Isso, em tese, permite nova carga na urna, inserindo distorções. Mas, 
>ainda assim, tal procedimento seria percebido. O tribunal alegou que esse 
>poder em mãos dos juízes se justifica pelos diferentes fusos horários no país.
>
>De qualquer forma, segundo o especialista do PT, todos os passos do 
>processo do voto eletrônico serão acompanhados por fiscais dos partidos: a 
>preparação das urnas, com a inseminação dos programas, a votação, o envio 
>dos resultados parciais e sua totalização. Obino assegura que qualquer 
>interferência externa inevitavelmente deixará rastros.
>
><http://www.jb.com.br/jb/papel/brasil/2002/07/13/jorbra20020713008.html>Equipe 
>da Abin não preocupa petista
>
><http://www.jb.com.br/jb/papel/brasil/2002/07/13/jorbra20020713009.html>Para 
>Obino, críticas não se sustentam
>
>[14/JUL/2002]
>Equipe da Abin não preocupa petista
>
>Para o coordenador do grupo de técnicos do PT, Artur Obino Neto, um dos 
>argumentos mais usados pelos opositores das urnas eletrônicas - a 
>participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na criptografia 
>dos resultados da votação de cada urna, antes de eles serem enviados para 
>a totalização - não procede. Esse trabalho é necessário para que os dados 
>sejam transmitidos em segurança, sem a possibilidade de alteração por um 
>hacker.
>
>Segundo Obino, apenas cinco grupos têm condições técnicas no Brasil para 
>executar esse tipo de trabalho.
>
>''Os quatro primeiros são empresas privadas - três estrangeiras, que não 
>abrem o código-fonte do programa, e outra de militares que, no passado, 
>tiveram ligações com o Cenimar (Centro de Informações da Marinha). O 
>quinto é um grupo de técnicos hoje na Abin.''
>
>''Mas este'' - diz - ''é uma equipe antes vinculada ao Ministério de 
>Ciência e Tecnologia, que, quando o governo passou para a Abin o trabalho 
>de segurança na área de informática, foi transferido para lá em bloco''.
>
>Ainda assim, segundo Obino há um argumento que anula a crítica relacionada 
>com a participação da Abin : os partidos terão os dados, documentados, 
>antes que sejam enviados. ''Assim, se eles partirem de um jeito e chegarem 
>ao destino de outro, facilmente se poderá provar a fraude. Até por isso 
>não procede essa crítica''. (C.B.)
>
>
>Para Obino, críticas não se sustentam
>
>O engenheiro petista Artur Obino Neto rebateu as principais objeções ao 
>sistema de votação eletrônica implantado pelo TSE. Elas são:
>
>1. As urnas não permitiriam recontagem.
>
>Segundo Obino, 50 mil urnas (1/6 do total) terão um mecanismo de impressão 
>do voto, que poderá ser conferido visualmente pelo eleitor e ficará 
>depositado numa urna fechada, permitindo a contagem manual posteriormente 
>em caso de dúvida.
>
>2. O resultado da votação nas urnas eletrônicas poderia ser fraudado por 
>meio da programação.
>
>Obino diz que técnicos dos partidos tiveram acesso aos programas e poderão 
>acompanhar sua implantação nas urnas, que na ocasião deverão estar zeradas.
>
>3. O TSE estaria mantendo secreta a maior parte dos programas utilizados.
>
>Obino diz que isso não é verdade e só ocorre no caso do programa de 
>criptografia para a transmissão dos dados de cada urna, antes da 
>totalização - o que seria justificável. Mas lembra que, mesmo aí, os 
>partidos terão documentados os resultados antes da transmissão e poderão 
>conferir se eles chegam ao destino intactos.
>
>4. A digitação do número do título eleitoral na urna permitiria 
>identificar como votou cada eleitor.
>
>Obino nega a possibilidade e diz que a Unicamp chegou à mesma conclusão. 
>(C.B.)
>
>
>Sérgio Salgado


[ ]s
     Eng.  Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
     EU QUERO VER MEU VOTO !
     moderador do Fórum do Voto Eletrônico
             www.votoseguro.org
     moderador do Movimento em Defesa da Língua Portuguesa
             www.novomilenio.inf.br/idioma

             "Eu não sei se o TSE frauda as eleições com a
              urna eletrônica, nem se ele deixa fraudar, mas
              de uma coisa eu tenho absoluta certeza: ele
              não deixa investigar de jeito nenhum"  - PGSA.

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