Estou publicante este comentário tanto no artigo quanto no tópico da
lista de e-mails/discussão psl-brasil:
http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2016-June/005111.html


Vale lembrar que a FSF é uma organização "de caridade" ("charity" nos
EUA), nenhuma das organizações-"mecenas" ("patrons", nos EUA) da FSF
exerce poder de decisão nas ações da FSF. Não posso dizer como funciona
a lei das organizações sem fins lucrativos nos EUA, mas uma coisa é
certa: Nos EUA, todas as "de caridade" ("charity") são sem fins
lucrativos, mas nem todas as sem fins lucrativos são "de
caridade" ("charity").

Uma discussão similar foi levantada no fórum inglês do projeto Trisquel,
onde um membro protestou pelo fato da FSF receber dinheiro da Google:

https://trisquel.info/en/forum/fsf-gets-money-google

Outra nota importante é saber que o movimento político-filosófico do
software livre não é *sempre* contra o modelo de desenvolvimento de
[código-]fonte aberto, eles podem trabalhar juntos, desde que as ações
envolvidas não comprometam seus objetivos maiores e que termos corretos
sejam utilizados durante tais ações. Um exemplo disto foram as ações
conjuntas que ocorreram em 2014 entre OSI e FSF para tentar
abolir/proibir patentes em dados funcionais (principalmente de
software).

Não obstante, os ativistas do software livre quase sempre são bem
desconfiados uns dos outros, o que faz com que eles se vigiem para
estarem em concordância, ou com uma decisão ou documento filosófico já
publicado, ou com um consenso da comunidade.

Outro ponto que vale observar: O sistema operacional *de fato* se chama
GNU. O kernel, necessário para que o sistema operacional seja usável,
pode ser qualquer um, mas o distribuidores de sistemas geralmente
escolhem o Linux. Assim, a junção/distribuição destes, que é o sistema
base, se chama "GNU com Linux" (ou quando escrever sobre eles:
"GNU/Linux" ou "GNU+Linux"), não é nem "GNU Linux", nem "GNU", nem
"Linux", seja a distribuição livre *ou não*. Consulte a página de
perguntas frequentes do projeto GNU para mais informações sobre o motivo
de insistirmos em tais nomes. Adicionalmente, consulte este tópico que
envolve várias listas de discussão/e-mails (libreplanet-discuss, dev do
projeto Parabola, e GNU-linux-libre):

http://lists.libreplanet.org/archive/html/libreplanet-discuss/2016-06/msg00063.html

Adicionalmente, se somos ativistas do software livre, não podemos usar
"FOSS". Se quisermos permanecer neutros em determinado assunto (de modo
a envolver tanto "software livre" quanto "[código-]fonte aberto"),
devemos usar "FLOSS". Pois caso usemos "FOSS" espalhasse duas confusões:

a) "Free" poderia se referir à gratuidade. O que não é verdade.

b) Poderia causar a impressão de que "software livre" e "[código-]fonte
aberto" são sempre a mesmo coisa. O que não é verdade.

Para mais informações, vejam:

https://www.gnu.org/philosophy/floss-and-foss.en.html

Eis algumas discussões relacionadas:

http://lists.libreplanet.org/archive/html/libreplanet-discuss/2016-06/msg00062.html

https://mail.gnome.org/archives/gimp-web-list/2016-June/msg00005.html

De qualquer forma, ativistas do software livre não precisam permanecer
neutros ao falar dos dois. Somos ativistas ou não?

Finalmente, concordo com o fato de que o FISL e ASL estão fazendo
compromissos perigosos. Penso que deveria ser repensado o método pelo
qual oficinas e palestras são avaliadas para aceitação, principalmente
pelo fato de perceber que cada vez mais as palestras e oficinas estão
falando de "[código-]font aberto" junto com "software livre" de forma
confusa.

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