Re: [Logica-l] lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais
Pois é, Francisco, e a questão é: a teoria neoclássica - sejamos precisos com o que primeiro quiseram dizer com isso: o neoliberalismo - no qual colocam a Terceira Via britânica, o FHC, decerto o Roberto Camos, o estatismo desenvolvimentista dos milicos brasileiros, Guilherme Merquior et caterva - tudo, enfim, que não seja Lula, Dilma, Castro e todos os outros democratas que conhecemos tão bem - simplesmente não representa o liberalismo em geral e muito menos o liberalismo de Mises e Rothbard, pra citar apenas os dois maiores expoentes. Esse meio-de-caminho, esse vai-não-vai que alguns liberais, que não são liberais o suficiente para abandonar as teses socialistas nem socialistas o bastante para largar as teses liberais, não representa o cerne mesmo da visão de livre mercado, me desculpe. Dos austríacos, por exemplo, o mais radical deles, Rothbard, NEGA a utilização da matemática ou sua relevância no estudo da economia. E ele era matemático também. Repito: longe de mim negar a sofisticação lógica da refutação. Apenas estou dizendo: refutaram a tese errada. Criaram um espantalho, bateram bastante nele, mas não perceberam que o alvo não era aquele. De: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com Para: Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br Enviadas: Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012 11:25 Assunto: pvt Vou te responder em pvt: um dos pontos centrais da teoria neoclássica é o teorema de Arrow-Debreu, que afirma, sumariamente, todo mercado competitivo tem preços de equilíbrio. On Tue, Feb 28, 2012 at 11:07 AM, Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br wrote: Só uma observação: a discussão aqui não começou tão gratuitamente quanto parece. Não foi o Décio, salvo engano, quem linkou o artigo sobre a suposta refutação do livre mercado neoliberal via procedimentos lógicos. E daí começou a quizumba. Manjo (ainda) menos de lógica do que gostaria. Mas noto apenas o seguinte: do ponto de vista do livre mercado, ao menos no que toca ao liberalismo clássico e, especialmente, à escola austríaca de economia, a refutação está refutada por dois motivos muito simples. a) neoliberalismo não é admitido pelos liberais clássicos e especialmente pelos austríacos (Mises, Rothbard) como válido. É, já, uma mistureba de conceitos liberais com esquerdismo soft. Enfim, a tal da terceira via. b) a tese de que os liberais professam oequilíbro do livre mercado simplesmente não se aplica. O livre mercado é estruturalmente desequilibrado, por sua própria natureza de processo de troca de informações no tempo e preferências subjetivas e, portanto, pouco ou nada previsíveis. O equilíbro do mercado, como se este pudesse ficar todo certinho e distribuir os recursos bonitinho para todos, não é uma tese que liberais, de fato, defendam. É uma tese dos neoliberais mais propensos à esquerda ou ao estatismo que à liberdade. Então, me perdoem: podem ter refutado o neoliberalismo, que é muito menos liberal do que se imagina. Agora o livre mercado não refutaram. Por fim, percebo que muitos tomam desequilíbrio como sinônimo de pobreza para muitos e riqueza para uns poucos. E isso são problemas outros. ___ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l -- fad ahhata alati, awienta Wilushati ___ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
Re: [Logica-l] lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais
Puxa, isto está interessante, Georgenes. Dória, o que acha? Qual seria a tese certa na opinião de vocês? Se me permitem, falo como lógico. Quando temos uma certa concepção algo vaga, como o liberalismo ou mesmo uma teoria científica (e vou ficar nelas) proposta informalmente, como uma teoria da biologia, da economia, etc.(a palavra teoria está sendo usada em sentido amplo), podemos eventualmente axiomatizá-lá ou mesmo formalizá-lá. Acho que, para aplicar as técnicas de Gödel e seus teoremas, temos que reconstruir uma porção de tal teoria de forma que o teorema se aplique, senão nada feito. Até aí tudo bem. Mas o que acho é que não se pode provar que o que obtemos é a mesma teoria informal que tínhamos. Temos que postular isso, via uma espécie de Tese de Church para teorias. E não pode ser demonstrado que as versões formal e informal batem. Assim, o que Dória et al podem ter feito foi mostrar certos resultados para versões formais de alguma concepção, o que não implica que tenham refutado algo estabelecido na forma em que o teorema não se aplique. Enrolei? O que acham? D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 28/02/2012, às 11:44, Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br escreveu: Pois é, Francisco, e a questão é: a teoria neoclássica - sejamos precisos com o que primeiro quiseram dizer com isso: o neoliberalismo - no qual colocam a Terceira Via britânica, o FHC, decerto o Roberto Camos, o estatismo desenvolvimentista dos milicos brasileiros, Guilherme Merquior et caterva - tudo, enfim, que não seja Lula, Dilma, Castro e todos os outros democratas que conhecemos tão bem - simplesmente não representa o liberalismo em geral e muito menos o liberalismo de Mises e Rothbard, pra citar apenas os dois maiores expoentes. Esse meio-de-caminho, esse vai-não-vai que alguns liberais, que não são liberais o suficiente para abandonar as teses socialistas nem socialistas o bastante para largar as teses liberais, não representa o cerne mesmo da visão de livre mercado, me desculpe. Dos austríacos, por exemplo, o mais radical deles, Rothbard, NEGA a utilização da matemática ou sua relevância no estudo da economia. E ele era matemático também. Repito: longe de mim negar a sofisticação lógica da refutação. Apenas estou dizendo: refutaram a tese errada. Criaram um espantalho, bateram bastante nele, mas não perceberam que o alvo não era aquele. De: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com Para: Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br Enviadas: Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012 11:25 Assunto: pvt Vou te responder em pvt: um dos pontos centrais da teoria neoclássica é o teorema de Arrow-Debreu, que afirma, sumariamente, todo mercado competitivo tem preços de equilíbrio. On Tue, Feb 28, 2012 at 11:07 AM, Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br wrote: Só uma observação: a discussão aqui não começou tão gratuitamente quanto parece. Não foi o Décio, salvo engano, quem linkou o artigo sobre a suposta refutação do livre mercado neoliberal via procedimentos lógicos. E daí começou a quizumba. Manjo (ainda) menos de lógica do que gostaria. Mas noto apenas o seguinte: do ponto de vista do livre mercado, ao menos no que toca ao liberalismo clássico e, especialmente, à escola austríaca de economia, a refutação está refutada por dois motivos muito simples. a) neoliberalismo não é admitido pelos liberais clássicos e especialmente pelos austríacos (Mises, Rothbard) como válido. É, já, uma mistureba de conceitos liberais com esquerdismo soft. Enfim, a tal da terceira via. b) a tese de que os liberais professam oequilíbro do livre mercado simplesmente não se aplica. O livre mercado é estruturalmente desequilibrado, por sua própria natureza de processo de troca de informações no tempo e preferências subjetivas e, portanto, pouco ou nada previsíveis. O equilíbro do mercado, como se este pudesse ficar todo certinho e distribuir os recursos bonitinho para todos, não é uma tese que liberais, de fato, defendam. É uma tese dos neoliberais mais propensos à esquerda ou ao estatismo que à liberdade. Então, me perdoem: podem ter refutado o neoliberalismo, que é muito menos liberal do que se imagina. Agora o livre mercado não refutaram. Por fim, percebo que muitos tomam desequilíbrio como sinônimo de pobreza para muitos e riqueza para uns poucos. E isso são problemas outros. ___ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l -- fad ahhata alati, awienta Wilushati ___ Logica-l mailing
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais
A ideia foi do Tsuji. A prova original do Lewis, pra jogos recursivamente apresentáveis, é complicada. No nosso caso essa restrição é desnecessária. On Fri, Feb 24, 2012 at 8:58 PM, Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com wrote: Parabens ao Dória, Newton, Tsuhi, Delfim Neto e Turing pelo decreto de morte do Neoliberalismo (afinal, a impossibilidade de computar o equilibrio é, no fundo no fundo, consequencia do Halting Problem. Só me surpreende muito ver Delfin Neto metido nisso :-) Abs, Walter Em 25 de fevereiro de 2012 10:00, psdias2 psdi...@yahoo.com.br escreveu: Entrevista: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/entrevistas-sobre-universo-neoliberal-em-desencanto Paulo É. Mas não é minha, nunca o diria, claro. On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumeryurilu...@gmail.com wrote: O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o reconhecimento histórico que lhe faltou em vida Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não? SV On 2/24/12, Décio Krausedeciokra...@gmail.com wrote: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumeryurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943)
[Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html 2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlkithttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlnethttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html / http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhilberthttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhtmlhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html ). Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da ciência da computação. A pedra no sapato de Hilbert Kurt Gödel (1906-1978) Mas havia uma pedra em seu caminho quando 1931, o matemático alemão Kurt Gödel (1906-1978), radicado nos Estados Unidos, formula seu *teorema da incompletude* para a aritmética, inaugurando a era moderna na matemática. Muitos estudiosos sustentam que seu “teorema da incompletude” é a maior realização do gênio humano na lógica, desde Aristóteles. No começo, os achados de Gödel se tornaram secundários no desenvolvimento da matemática do século. A partir dos estudos de dois dos nossos heróis – Doria e Da Costa – os matemáticos descobriram porque a matemática não conseguia explicar uma série enorme de problemas matemáticos. E aí se entra em uma selva de conceitos de difícil
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html 2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlkithttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlnethttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html / http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhilberthttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html .
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o reconhecimento histórico que lhe faltou em vida Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não? SV On 2/24/12, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html 2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html .
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
Esses dois videos são interessantes. Não sei se foram colocados aqui . http://www.youtube.com/watch?v=REy9noY5Sg8 http://www.youtube.com/watch?v=RlYS_GiAnK8 Em 24 de fevereiro de 2012 12:07, Décio Krause deciokra...@gmail.comescreveu: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwww http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrude http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html 2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmld http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
Obrigado pela parte que me toca - mas de vc não vale, vc é amigo, Decio... Quem percebeu a coisa foi o Tsuji, que inclusive redigiu o artigo. Foi recentemente republicado num handbook de economia matemática. E quem mais gostou da coisa foi a turma neoclássica, no kidding... On Fri, Feb 24, 2012 at 12:07 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.comwrote: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwww http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrude
Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??
É. Mas não é minha, nunca o diria, claro. On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumer yurilu...@gmail.com wrote: O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o reconhecimento histórico que lhe faltou em vida Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não? SV On 2/24/12, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras das falsas. A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução desafiaria as gerações seguintes de matemáticos. (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html ://
[Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais
Parabens ao Dória, Newton, Tsuhi, Delfim Neto e Turing pelo decreto de morte do Neoliberalismo (afinal, a impossibilidade de computar o equilibrio é, no fundo no fundo, consequencia do Halting Problem. Só me surpreende muito ver Delfin Neto metido nisso :-) Abs, Walter Em 25 de fevereiro de 2012 10:00, psdias2 psdi...@yahoo.com.br escreveu: Entrevista: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/entrevistas-sobre-universo-neoliberal-em-desencanto Paulo É. Mas não é minha, nunca o diria, claro. On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumeryurilu...@gmail.com wrote: O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o reconhecimento histórico que lhe faltou em vida Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não? SV On 2/24/12, Décio Krausedeciokra...@gmail.com wrote: Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. D -- Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause -- Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumeryurilu...@gmail.com escreveu: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio. É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis. As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que merece ser detalhada. *Newton Costa* Francisco Doria O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse caminho. O método axiomático na matemática A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides. 1 Escolhem-se noções e conceitos primitivos. 2 Utiliza-se uma argumentação lógica. 3 Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados derivados, os teoremas da geometria. Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então, a técnica mais segura para a geração de conhecimento matemático. Em 1908 Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí, todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos e biólogos matemáticos. Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado? A formalização da matemática Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular e demonstrar todos os pontos de uma realidade. Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de Russel: - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os barbeiros? Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema colapsa. Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que coube ao matemático David Hilbert (1862-1943). David Hilber (1862-1943) Nos anos 20, Hilbert formulou um programa de investigação dos fundamentos da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais: - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições. - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades. - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento, digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças