Re: [Logica-l] lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais

2012-02-28 Por tôpico Georgenes Gustavo Nogy
Pois é, Francisco, e a questão é: a teoria neoclássica - sejamos precisos com 
o que primeiro quiseram dizer com isso: o neoliberalismo - no qual colocam a 
Terceira Via britânica, o FHC, decerto o Roberto Camos, o estatismo 
desenvolvimentista dos milicos brasileiros, Guilherme Merquior et caterva -  
tudo, enfim, que não seja Lula, Dilma, Castro e todos os outros democratas que 
conhecemos tão bem - simplesmente não representa o liberalismo em geral e muito 
menos o liberalismo de Mises e Rothbard, pra citar apenas os dois maiores 
expoentes. Esse meio-de-caminho, esse vai-não-vai que alguns liberais, que não 
são liberais o suficiente para abandonar as teses socialistas nem socialistas o 
bastante para largar as teses liberais, não representa o cerne mesmo da visão 
de livre mercado, me desculpe. Dos austríacos, por exemplo, o mais radical 
deles, Rothbard, NEGA a utilização da matemática ou sua relevância no estudo da 
economia. E ele era
 matemático também. Repito: longe de mim negar a sofisticação lógica da 
refutação. Apenas estou dizendo: refutaram a tese errada. Criaram um 
espantalho, bateram bastante nele, mas não perceberam que o alvo não era aquele.




 De: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
Para: Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br 
Enviadas: Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012 11:25
Assunto: pvt
 

Vou te responder em pvt: um dos pontos centrais da teoria neoclássica é o 
teorema de Arrow-Debreu, que afirma, sumariamente, todo mercado competitivo tem 
preços de equilíbrio. 


On Tue, Feb 28, 2012 at 11:07 AM, Georgenes Gustavo Nogy 
gustavon...@yahoo.com.br wrote:

Só uma observação: a discussão aqui não começou tão gratuitamente quanto 
parece. Não foi o Décio, salvo engano, quem linkou o artigo sobre a suposta 
refutação do livre mercado neoliberal via procedimentos lógicos. E daí começou 
a quizumba.

Manjo (ainda) menos de lógica do que gostaria. Mas noto apenas o seguinte: do 
ponto de vista do livre mercado, ao menos no que toca ao liberalismo clássico 
e, especialmente, à escola austríaca de economia, a refutação está refutada 
por dois motivos muito simples.

a) neoliberalismo não é admitido pelos liberais clássicos e especialmente 
pelos austríacos (Mises, Rothbard) como válido. É, já, uma mistureba de 
conceitos liberais com esquerdismo soft. Enfim, a tal da terceira via.

b) a tese de que os liberais professam oequilíbro do livre mercado 
simplesmente não se aplica. O livre mercado é estruturalmente desequilibrado, 
por sua própria natureza de processo de troca de informações no tempo e 
preferências subjetivas e, portanto, pouco ou nada previsíveis. O equilíbro 
do mercado, como se este pudesse ficar todo certinho e distribuir os recursos 
bonitinho para todos, não é uma tese que liberais, de fato, defendam. É uma 
tese dos neoliberais mais propensos à esquerda ou ao estatismo que à 
liberdade. Então, me perdoem: podem ter refutado o neoliberalismo, que é muito 
menos liberal do que se imagina. Agora o livre mercado não refutaram.

Por fim, percebo que muitos tomam desequilíbrio como sinônimo de pobreza para 
muitos e riqueza para uns poucos. E isso são problemas outros.

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Logica-l mailing list
Logica-l@dimap.ufrn.br
http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l



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Re: [Logica-l] lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais

2012-02-28 Por tôpico Décio Krause
Puxa, isto está interessante, Georgenes. Dória, o que acha? Qual seria a tese 
certa na opinião de vocês?  Se me permitem, falo como lógico. Quando temos uma 
certa concepção algo vaga, como o liberalismo ou mesmo uma teoria científica (e 
vou ficar nelas) proposta informalmente, como uma teoria da biologia, da 
economia, etc.(a palavra teoria está sendo usada em sentido amplo), podemos 
eventualmente axiomatizá-lá ou mesmo formalizá-lá. Acho que, para aplicar as 
técnicas de Gödel e seus teoremas, temos que reconstruir uma porção de tal 
teoria de forma que o teorema se aplique, senão nada feito. Até aí tudo bem. 
Mas o que acho é que não se pode provar que o que obtemos é a mesma teoria 
informal que tínhamos. Temos que postular isso, via uma espécie de Tese de 
Church para teorias. E não pode ser demonstrado que as versões formal e 
informal batem. Assim, o que Dória et al podem ter feito foi mostrar certos 
resultados para versões formais de alguma concepção, o que não implica que 
tenham refutado algo estabelecido na forma em que o teorema não se aplique. 
Enrolei? O que acham? 
D



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Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
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Em 28/02/2012, às 11:44, Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br 
escreveu:

 Pois é, Francisco, e a questão é: a teoria neoclássica - sejamos precisos 
 com o que primeiro quiseram dizer com isso: o neoliberalismo - no qual 
 colocam a Terceira Via britânica, o FHC, decerto o Roberto Camos, o estatismo 
 desenvolvimentista dos milicos brasileiros, Guilherme Merquior et caterva -  
 tudo, enfim, que não seja Lula, Dilma, Castro e todos os outros democratas 
 que conhecemos tão bem - simplesmente não representa o liberalismo em geral e 
 muito menos o liberalismo de Mises e Rothbard, pra citar apenas os dois 
 maiores expoentes. Esse meio-de-caminho, esse vai-não-vai que alguns 
 liberais, que não são liberais o suficiente para abandonar as teses 
 socialistas nem socialistas o bastante para largar as teses liberais, não 
 representa o cerne mesmo da visão de livre mercado, me desculpe. Dos 
 austríacos, por exemplo, o mais radical deles, Rothbard, NEGA a utilização da 
 matemática ou sua relevância no estudo da economia. E ele era
 matemático também. Repito: longe de mim negar a sofisticação lógica da 
 refutação. Apenas estou dizendo: refutaram a tese errada. Criaram um 
 espantalho, bateram bastante nele, mas não perceberam que o alvo não era 
 aquele.
 
 
 
 
 De: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 Para: Georgenes Gustavo Nogy gustavon...@yahoo.com.br 
 Enviadas: Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012 11:25
 Assunto: pvt
 
 
 Vou te responder em pvt: um dos pontos centrais da teoria neoclássica é o 
 teorema de Arrow-Debreu, que afirma, sumariamente, todo mercado competitivo 
 tem preços de equilíbrio. 
 
 
 On Tue, Feb 28, 2012 at 11:07 AM, Georgenes Gustavo Nogy 
 gustavon...@yahoo.com.br wrote:
 
 Só uma observação: a discussão aqui não começou tão gratuitamente quanto 
 parece. Não foi o Décio, salvo engano, quem linkou o artigo sobre a suposta 
 refutação do livre mercado neoliberal via procedimentos lógicos. E daí 
 começou a quizumba.
 
 Manjo (ainda) menos de lógica do que gostaria. Mas noto apenas o seguinte: 
 do ponto de vista do livre mercado, ao menos no que toca ao liberalismo 
 clássico e, especialmente, à escola austríaca de economia, a refutação está 
 refutada por dois motivos muito simples.
 
 a) neoliberalismo não é admitido pelos liberais clássicos e especialmente 
 pelos austríacos (Mises, Rothbard) como válido. É, já, uma mistureba de 
 conceitos liberais com esquerdismo soft. Enfim, a tal da terceira via.
 
 b) a tese de que os liberais professam oequilíbro do livre mercado 
 simplesmente não se aplica. O livre mercado é estruturalmente 
 desequilibrado, por sua própria natureza de processo de troca de informações 
 no tempo e preferências subjetivas e, portanto, pouco ou nada previsíveis. O 
 equilíbro do mercado, como se este pudesse ficar todo certinho e 
 distribuir os recursos bonitinho para todos, não é uma tese que liberais, de 
 fato, defendam. É uma tese dos neoliberais mais propensos à esquerda ou ao 
 estatismo que à liberdade. Então, me perdoem: podem ter refutado o 
 neoliberalismo, que é muito menos liberal do que se imagina. Agora o livre 
 mercado não refutaram.
 
 Por fim, percebo que muitos tomam desequilíbrio como sinônimo de pobreza 
 para muitos e riqueza para uns poucos. E isso são problemas outros.
 
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Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais

2012-02-25 Por tôpico Francisco Antonio Doria
A ideia foi do Tsuji. A prova original do Lewis, pra jogos recursivamente
apresentáveis, é complicada. No nosso caso essa restrição é desnecessária.

On Fri, Feb 24, 2012 at 8:58 PM, Walter Carnielli 
walter.carnie...@gmail.com wrote:

 Parabens ao Dória, Newton, Tsuhi, Delfim Neto  e  Turing  pelo decreto
 de morte do Neoliberalismo (afinal,  a impossibilidade de computar  o
 equilibrio é, no fundo no fundo,  consequencia do Halting Problem.

 Só me surpreende  muito  ver Delfin Neto metido  nisso :-)
 Abs,

 Walter

 Em 25 de fevereiro de 2012 10:00, psdias2 psdi...@yahoo.com.br escreveu:
  Entrevista:
 
 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/entrevistas-sobre-universo-neoliberal-em-desencanto
 
  Paulo
 
  É. Mas não é minha, nunca o diria, claro.
 
  On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumeryurilu...@gmail.com
  wrote:
 
  O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um
 
  best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o
  reconhecimento histórico que lhe faltou em vida
 
  Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não?
 
  SV
 
  On 2/24/12, Décio Krausedeciokra...@gmail.com  wrote:
 
  Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos
 
  pelos
 
  resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem
 isso.
  Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os
 
  comentários
 
  que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada,
  principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para
 dar
  pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
  D
 
 
  --
  Décio Krause
  Departamento de Filosofia
  Universidade Federal de Santa Catarina
  88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
  http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
  --
 
  Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumeryurilu...@gmail.com  escreveu:
 
 
 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
  O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José
  Carlos
  de
  Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
  extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica –
 
  ajudaram a
 
  desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia
 que
 
  em
 
  um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
  É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de
 Assis.
 
  As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
  economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que
 
  começa
 
  a
  ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém
 fascinante,
 
  que
 
  merece ser detalhada.
 
 
  *Newton Costa*
 
  Francisco Doria
 
  O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
  matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal,
 
  isto
 
  é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
  caminho.
  O método axiomático na matemática
 
  A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
  1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
  2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
  3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
  derivados, os teoremas da geometria.
 
  Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
  definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde
 
  então,
 
  a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
  Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a
 partir
  daí,
  todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
  matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,
 
  ecólogos
 
  e biólogos matemáticos.
 
  Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
  secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
  demonstrado?
  A formalização da matemática
 
  Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se
 
  alcançado
 
  na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
  calcular
  e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
  Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o
  de
  Russel:
 
- Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam
 a
 
  si
 
mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem
 os
barbeiros?
 
  Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si.
 De
  acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
  deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
  colapsa.
 
  Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
  trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades
 matemáticas, o
  que
  coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
  David Hilber (1862-1943)
 
  

[Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico yuri lumer
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo


O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de
Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a
desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em
um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.

É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.

As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a
ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que
merece ser detalhada.


*Newton Costa*

Francisco Doria

O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
caminho.
O método axiomático na matemática

A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.

1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.

2  Utiliza-se uma argumentação lógica.

3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
derivados, os teoremas da geometria.

Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então,
a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.

Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí,
todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos
e biólogos matemáticos.

Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado?
A formalização da matemática

Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular
e demonstrar todos os pontos de uma realidade.

Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
Russel:

   - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
   mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
   barbeiros?

Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
colapsa.

Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que
coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
David Hilber (1862-1943)

Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos fundamentos
da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:

   - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
   - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
   - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
   digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras
   das falsas.

A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
(httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
:// 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
. 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
2 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
. 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlkithttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
. 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlnethttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
/ 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhilberthttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
. 
http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhtmlhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
).

Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da ciência da
computação.
A pedra no sapato de Hilbert

Kurt Gödel (1906-1978)

Mas havia uma pedra em seu caminho quando 1931, o matemático alemão Kurt
Gödel (1906-1978), radicado nos Estados Unidos, formula seu *teorema da
incompletude* para a aritmética, inaugurando a era moderna na matemática.

Muitos estudiosos sustentam que seu “teorema da incompletude” é a maior
realização do gênio humano na lógica, desde Aristóteles.

No começo, os achados de Gödel se tornaram secundários no desenvolvimento
da matemática do século. A partir dos estudos de dois dos nossos heróis –
Doria e Da Costa – os matemáticos descobriram porque a matemática não
conseguia explicar uma série enorme de problemas matemáticos.

E aí se entra em uma selva de conceitos de difícil 

Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico Décio Krause
Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos 
resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso. 
Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários 
que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada, 
principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar 
pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel. 
D


--
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
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Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:

 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
 O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos de
 Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
 extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a
 desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em
 um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
 É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.
 
 As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
 economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa a
 ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que
 merece ser detalhada.
 
 
 *Newton Costa*
 
 Francisco Doria
 
 O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
 matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
 é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
 caminho.
 O método axiomático na matemática
 
 A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
 1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
 2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
 3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
 derivados, os teoremas da geometria.
 
 Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
 definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então,
 a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
 Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir daí,
 todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
 matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos
 e biólogos matemáticos.
 
 Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
 secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser demonstrado?
 A formalização da matemática
 
 Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
 na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de calcular
 e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
 Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
 Russel:
 
   - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
   mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
   barbeiros?
 
 Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
 acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
 deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
 colapsa.
 
 Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
 trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o que
 coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
 David Hilber (1862-1943)
 
 Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos fundamentos
 da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:
 
   - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
   - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
   - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
   digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas verdadeiras
   das falsas.
 
 A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
 ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
 Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
 desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
 (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 :// 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 . 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 2 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 . 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlkithttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 . 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlnethttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 / 
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlhilberthttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 . 
 

Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico yuri lumer
O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um
 best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o
 reconhecimento histórico que lhe faltou em vida

Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não?

SV

On 2/24/12, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote:
 Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos pelos
 resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso.
 Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os comentários
 que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada,
 principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar
 pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
 D


 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:

 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo


 O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos
 de
 Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
 extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram a
 desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que em
 um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.

 É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.

 As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
 economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que começa
 a
 ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante, que
 merece ser detalhada.


 *Newton Costa*

 Francisco Doria

 O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
 matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
 é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
 caminho.
 O método axiomático na matemática

 A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.

 1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.

 2  Utiliza-se uma argumentação lógica.

 3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
 derivados, os teoremas da geometria.

 Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
 definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde então,
 a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.

 Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
 daí,
 todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
 matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas, ecólogos
 e biólogos matemáticos.

 Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
 secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
 demonstrado?
 A formalização da matemática

 Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
 na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
 calcular
 e demonstrar todos os pontos de uma realidade.

 Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
 Russel:

   - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
   mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
   barbeiros?

 Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
 acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
 deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
 colapsa.

 Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
 trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
 que
 coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
 David Hilber (1862-1943)

 Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos fundamentos
 da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:

   - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
   - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
   - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
   digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas
 verdadeiras
   das falsas.

 A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
 ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
 Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
 desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
 (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 ://
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwwwhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 .
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrudehttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 2
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmldhttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
 .
 

Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico Tony Marmo
Esses dois videos são interessantes. Não sei se foram colocados aqui
.
http://www.youtube.com/watch?v=REy9noY5Sg8
http://www.youtube.com/watch?v=RlYS_GiAnK8


Em 24 de fevereiro de 2012 12:07, Décio Krause deciokra...@gmail.comescreveu:

 Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos
 pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem
 isso.
 Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os
 comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância
 generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de
 plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
 D


 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:

 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
  O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos
 de
  Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
  extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram
 a
  desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que
 em
  um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
  É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.
 
  As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
  economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que
 começa a
  ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante,
 que
  merece ser detalhada.
 
 
  *Newton Costa*
 
  Francisco Doria
 
  O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
  matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
  é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
  caminho.
  O método axiomático na matemática
 
  A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
  1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
  2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
  3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
  derivados, os teoremas da geometria.
 
  Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
  definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde
 então,
  a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
  Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
 daí,
  todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
  matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,
 ecólogos
  e biólogos matemáticos.
 
  Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
  secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
 demonstrado?
  A formalização da matemática
 
  Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
  na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
 calcular
  e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
  Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
  Russel:
 
- Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
barbeiros?
 
  Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
  acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
  deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
  colapsa.
 
  Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
  trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
 que
  coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
  David Hilber (1862-1943)
 
  Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos
 fundamentos
  da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:
 
- *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
- *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
- *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas
 verdadeiras
das falsas.
 
  A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
  ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
  Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
  desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
  (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwww
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrude
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmld
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  

Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Obrigado pela parte que me toca - mas de vc não vale, vc é amigo, Decio...
Quem percebeu a coisa foi o Tsuji, que inclusive redigiu o artigo. Foi
recentemente republicado num handbook de economia matemática.

E quem mais gostou da coisa foi a turma neoclássica, no kidding...

On Fri, Feb 24, 2012 at 12:07 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.comwrote:

 Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos
 pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem
 isso.
 Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os
 comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância
 generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de
 plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
 D


 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:

 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
  O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos
 de
  Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
  extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram
 a
  desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que
 em
  um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
  É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.
 
  As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
  economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que
 começa a
  ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante,
 que
  merece ser detalhada.
 
 
  *Newton Costa*
 
  Francisco Doria
 
  O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
  matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
  é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
  caminho.
  O método axiomático na matemática
 
  A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
  1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
  2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
  3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
  derivados, os teoremas da geometria.
 
  Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
  definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde
 então,
  a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
  Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
 daí,
  todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
  matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,
 ecólogos
  e biólogos matemáticos.
 
  Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
  secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
 demonstrado?
  A formalização da matemática
 
  Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
  na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
 calcular
  e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
  Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
  Russel:
 
- Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
barbeiros?
 
  Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
  acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
  deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
  colapsa.
 
  Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
  trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
 que
  coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
  David Hilber (1862-1943)
 
  Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos
 fundamentos
  da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:
 
- *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
- *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
- *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas
 verdadeiras
das falsas.
 
  A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
  ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
  Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
  desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
  (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwww
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrude
 

Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico Francisco Antonio Doria
É. Mas não é minha, nunca o diria, claro.

On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumer yurilu...@gmail.com wrote:

 O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um
  best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o
  reconhecimento histórico que lhe faltou em vida

 Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não?

 SV

 On 2/24/12, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote:
  Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos
 pelos
  resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso.
  Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os
 comentários
  que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada,
  principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar
  pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
  D
 
 
  --
  Décio Krause
  Departamento de Filosofia
  Universidade Federal de Santa Catarina
  88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
  http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
  --
 
  Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:
 
 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
  O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos
  de
  Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
  extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica –
 ajudaram a
  desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que
 em
  um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
  É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.
 
  As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
  economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que
 começa
  a
  ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante,
 que
  merece ser detalhada.
 
 
  *Newton Costa*
 
  Francisco Doria
 
  O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
  matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal,
 isto
  é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
  caminho.
  O método axiomático na matemática
 
  A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
  1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
  2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
  3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
  derivados, os teoremas da geometria.
 
  Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
  definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde
 então,
  a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
  Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
  daí,
  todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
  matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,
 ecólogos
  e biólogos matemáticos.
 
  Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
  secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
  demonstrado?
  A formalização da matemática
 
  Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se
 alcançado
  na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
  calcular
  e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
  Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
  Russel:
 
- Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a
 si
mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
barbeiros?
 
  Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
  acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
  deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
  colapsa.
 
  Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
  trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
  que
  coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
  David Hilber (1862-1943)
 
  Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos
 fundamentos
  da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:
 
- *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
- *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
- *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas
  verdadeiras
das falsas.
 
  A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
  ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
  Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja
 solução
  desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
  (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  ://
  

[Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais

2012-02-24 Por tôpico Walter Carnielli
Parabens ao Dória, Newton, Tsuhi, Delfim Neto  e  Turing  pelo decreto
de morte do Neoliberalismo (afinal,  a impossibilidade de computar  o
equilibrio é, no fundo no fundo,  consequencia do Halting Problem.

Só me surpreende  muito  ver Delfin Neto metido  nisso :-)
Abs,

Walter

Em 25 de fevereiro de 2012 10:00, psdias2 psdi...@yahoo.com.br escreveu:
 Entrevista:

 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/entrevistas-sobre-universo-neoliberal-em-desencanto

 Paulo

 É. Mas não é minha, nunca o diria, claro.

 On Fri, Feb 24, 2012 at 12:13 PM, yuri lumeryurilu...@gmail.com  wrote:

 O livro “Gödel’s Way”, de Doria, Newton e Gregory Chaitin tornou-se um

 best-seller no campo da matemática, ajudando a conferir a Gödel o
 reconhecimento histórico que lhe faltou em vida

 Agora, esta informação é no mínimo um exagero, não?

 SV

 On 2/24/12, Décio Krausedeciokra...@gmail.com  wrote:

 Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos

 pelos

 resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem isso.
 Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os

 comentários

 que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância generalizada,
 principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de plantão para dar
 pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
 D


 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumeryurilu...@gmail.com  escreveu:


 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo


 O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José
 Carlos
 de
 Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
 extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica –

 ajudaram a

 desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que

 em

 um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.

 É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.

 As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
 economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que

 começa

 a
 ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante,

 que

 merece ser detalhada.


 *Newton Costa*

 Francisco Doria

 O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
 matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal,

 isto

 é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
 caminho.
 O método axiomático na matemática

 A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.

 1      Escolhem-se noções e conceitos primitivos.

 2      Utiliza-se uma argumentação lógica.

 3      Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
 derivados, os teoremas da geometria.

 Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
 definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde

 então,

 a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.

 Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
 daí,
 todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
 matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,

 ecólogos

 e biólogos matemáticos.

 Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
 secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
 demonstrado?
 A formalização da matemática

 Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se

 alcançado

 na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
 calcular
 e demonstrar todos os pontos de uma realidade.

 Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o
 de
 Russel:

   - Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a

 si

   mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
   barbeiros?

 Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
 acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
 deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
 colapsa.

 Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
 trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
 que
 coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
 David Hilber (1862-1943)

 Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos

 fundamentos

 da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:

   - *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
   - *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
   - *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um
 procedimento,
   digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças