Acho que a sua definição de "vicinal" é bem próxima de ser uma via não
pavimentada onde apenas 1 veículo pode passar por vez. Eu entendo por
que você usaria track para vias em mau estado, mas daí não sei se o
melhor não seria usar a tag "smoothness", proposta justamente pra isso
mas bem pouco usada (não sei de nenhum GPS que considere esse valor no
cálculo da rota).

Então na sua opinão a ocorrência de semáforos deveria ser uma
característica para diferenciar motorways de trunk, certo? Sem
problemas, desde que todos concordem, acrescentamos essa
característica como requisito para ser "motorway" além dos que já
foram contemplados.

O caso das pontes acho que seria uma exceção. Nesse caso, poderíamos
ignorar esse fator na classificação e, se ficarmos em dúvida entre 2
classes, escolhemos a mais próxima da classificação do restante da via
(antes e depois da ponte).

Eu assumo que as características sejam sempre "predominantes" e não
"absolutas" na via. Quer dizer, se houver um curto trecho em que uma
das características varia, isso não afeta a classificação de toda a
via - no máximo, afetaria a classificação daquele trecho, mas não
seria obrigatório. Agora se alguém decidir mudar o trecho baseado
nesses critérios, também não estaria errado.

Eu entendo e concordo que "highway" deve ser a hierarquia, mas o que
estamos tentando decidir é como estabelecer essa hierarquia. Eu e você
podemos discordar sobre o nível hierárquico (ou de importância) de uma
via. Eventualmente, discutiríamos e chegaríamos a um consenso. Alguns
meses depois, outra pessoa poderia vir e reabrir a discussão. E assim
ficaríamos discutindo eternamente, cada vez com uma pessoa diferente,
que tem um senso subjetivo de importância diferente, como ficou bem
claro pela quantidade de critérios diferentes propostos nessa
discussão até agora.

Você não concorda que a hierarquia tem efeitos colaterais sobre o
formato da via? Ou seja, que o formato "diz alguma coisa" (sem dizer
tudo, é claro) sobre a importância da via?

Quando você analisa o contexto "local", você tem que ver que "local"
pode ser uma área muito pequena ou muito ampla, depende da pessoa que
está considerando. Por exemplo, se eu for calcular uma rota (com GPS
ou à olho) do Rio de Janeiro até Buenos Aires, o contexto local (a
relação hierárquica/de importância) das vias depende de comparações
numa área muito grande. Já se for fazer uma rota do Rio até Niterói a
relação hierárquica pode ser bem diferente porque as vias da região
são muito mais parecidas entre si.

2013/5/20 Pedro Geaquinto <pedrodi...@gmail.com>:
> A discussão está muito interessante! Desculpem pelo fluxograma estar meio
> mal explicado, podemos mudar juntos.
> Tentem fazer novas versões!
>
> Em 20 de maio de 2013 13:08, Fernando Trebien <fernando.treb...@gmail.com>
> escreveu:
>
>> Eu concordo com tudo que o Pedro e o Gerald disseram (com o que o
>> Vitor disse sobre as BR-4xx eu precisaria estudar mais) e achei os
>> fluxogramas muito bons.
>>
>> Mas o problema que eu tentei abordar desde o começo é a ambiguidade
>> nas interpretações do que é comparativamente mais "importante" (qual o
>> raio de comparação?), do que é "vicinal", do que é uma "pequena"
>> conurbação, e até o do que é "paralela" (pois nenhuma via é
>> absolutamente reta).
>
>
> Vicinal: eu imaginei vicinal todas aquelas pequenas estradinhas que passam
> entre os "lotes" de plantação (não sei o termo certo) e acessos a chácaras,
> sítios e sedes de fazenda. Eu também utilizo "highway=track" para ruas de
> terra em péssimas condições, mas posso mudar.
>
> Pequena conurbação: nesse caso fica meio fora do contexto apenas "pequena
> conurbação", o termo que usei foi "acesso a pequena conurbação isolada". A
> ênfase está em "isolada", ou seja, um distrito ou concentração rural que não
> seja caminho para outro município.
>
> Paralela: imaginei uma cidade populosa com um caminho mais utilizado e um
> caminho alternativo.
>
>>
>> Foi muito bom marcar as coisas ambíguas em
>> vermelho no fluxograma para guiar o debate, mas eu marcaria algumas
>> coisas a mais.
>>
>
> Eu marquei essas coisas a mais com preto! Leia a legenda no fluxograma que
> explica minha sugestão. Em preto são características que levam um pouco de
> reflexão, em cinza são características físicas (podem ganhar um "predomina"
> antes de cada pergunta) e em vermelho são características que devem ser
> discutidas por toda a comunidade.
>
>>
>> Acho melhor tentarmos nos concentrar nas características mensuráveis
>> da via para minimizar as nossas divergências. Parece que estamos nos
>> concentrando na classificação em área não-urbana, então vou considerar
>> apenas isso a seguir.
>>
>> Parece que todos concordam que uma "motorway" precisa ter 2 pistas,
>> acostamento, canteiro central, e (eu defendo) a alta velocidade. Se
>> faltar alguma dessas coisas, o máximo que ela poderia ser é "trunk".
>
>
> Não concordo em colocar na mesma medida acostamento com falta de
> cruzamentos! E falta de canteiros centrais em pequenos trechos não faz a via
> deixar de ser motorway como um semáforo faria: isso é uma convenção global
> no OSM.
> Não seria bom senso chamar a Ponte Rio-Niterói de trunk, aquilo é claramente
> uma motorway, apesar de não ter acostamento (já teve inclusive no passado).
> Em "restrições?", eu pensei nisso: "semáforos, lombadas e/ou cruzamentos?"
> (com resposta invertida, claro)
>
>>
>> Para ser trunk, o Gerald e o Pedro parecem concordar que teria que ter
>> tudo isso exceto o canteiro central, e eu dispensaria a alta
>> velocidade também. (Em meio urbano, no entanto, uma trunk seria de
>> velocidade superior (80 km/h) à das avenidas principais (60 km/h) para
>> corresponder à definição no wiki.)
>>
>> Isso faria com que as primárias do Gerald que fossem duplicadas e
>> tivessem acostamento se tornassem "trunk" e concordaria com os
>> fluxogramas do Pedro.
>>
>> As primárias, então, seriam parecidas com as trunk, mas de pista
>> simples e com acostamento. Temos que pensar se o acostamento teria que
>> ser contínuo ou se aceitaríamos a sua ausência se houver refúgios com
>> certa frequência.
>
>
> Perfeita sua colocação. Se fôssemos considerar tudo ao pé da letra iríamos
> restringir ainda mais as rodovias e tudo seria secondary, a não ser perto
> das regiões metropolitanas. Por isso que em cada característica física
> (marcada em cinza nos fluxogramas), deve-se perguntar se a característica
> predomina e não se ela é completamente absoluta na via em questão. Isso com
> exceção em motorways, que o carregamento 2x2 deve prevalecer sempre.
>
>>
>>
>> As secundárias poderiam ser as duplicadas sem acostamento. Isso
>> indicaria que ainda comportam bastante tráfego mas não foram tão bem
>> projetadas e podem oferecer alguns riscos. Nesse grupo entrariam
>> algumas estradas de praticamente todos os níveis administrativos.
>>
>> (Acho que alguns prefeririam inverter essas duas definições anteriores
>> de acordo com o que acharem mais importante, segurança ou volume de
>> tráfego.)
>>
>> As terciárias seriam então as de pista simples sem acostamento e
>> pavimentadas.
>>
>
> Eu acho que dessa forma vai ficar muito destoante do resto do mundo. O
> acostamento não é fator decisivo.
>
>>
>> As não-classificadas (unclassified) seriam as de pista simples não
>> pavimentadas e largas o bastante para fluxo de veículos nos dois
>> sentidos em quase todo o seu percurso. Seria uma via que bastaria
>> pavimentar (sem ampliar) para se tornar terciária.
>>
>
> Excelente. A não ser quando liga dois municípios, aí é tertiary. Acho que
> vocês estão levando muito em consideração as caracterísiticas físicas! Para
> isso servem as tags lanes, shoulder, surface... A tag highway é
> primariamente para HIERARQUIA.
>
>>
>> Por fim, sobrariam as trilhas (track) que seriam as de pista simples,
>> não pavimentadas, onde apenas 1 veículo pode passar por vez.
>>
>
> Gostei da definição. :)
>
>>
>> O que acham? Isso poderia virar uma tabela bem simples para um
>> principiante seguir sem ter dúvidas.
>>
>> 2013/5/20 Gerald Weber <gwebe...@gmail.com>:
>> > Oi Pedro
>> >
>> > seus fluxogramas ficaram muito legais, parabéns pelo esforço
>> > interpretativo.
>> >
>> > 2013/5/20 Pedro Geaquinto <pedrodi...@gmail.com>
>> >>
>> >>
>> >> - Um muito próximo do que está escrito na wiki, que é a interpretação
>> >> livre do Gerald: http://i.imgur.com/2IAfQT7.gif
>> >
>> >
>> > Eu notei que há várias partes na wiki descrevendo as hierarquias das
>> > rodovias e que não parecem consistentes entre sí. Acho que vamos ter de
>> > fazer uma busca geral.
>> >
>> > Sobre este fluxograma, acho que não ficou muito claro as caixas com
>> > "vicinal" no caso de rodovias não-pavimentadas e "restrições"  no caso
>> > de
>> > motorway. Eu trocaria "restrições"  por "tem canteiro central, acessos
>> > especiais e não tem cruzamentos?" ou algo assim.
>> >
>> > Trocaria "vicinal" por "é de uso constante, larga e tem manutenção
>> > periódica?"
>> >
>> >>
>> >>
>> >> - Um intermediário da minha sugestão. Só com alguns parâmetros a mais
>> >> que
>> >> adicionei, para padronizar por exemplo o uso de "unclassified":
>> >> http://i.imgur.com/rcY2LC6.gif
>> >
>> >
>> > Ficou interessante também.
>> >
>> >>
>> >>
>> >> - Minha sugestão. Com o conceito de "importância" que depende da
>> >> interpretação da comunidade: http://i.imgur.com/MsqrZlp.gif
>> >
>> >
>> > Não querendo puxar a sardinha para a minha brasa, mas este fluxograma é
>> > o
>> > que melhor mostra a complexidade em optar por este esquema de
>> > classificação.
>> >
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> Ah, e quanto a essa questão (meio off) de que se houvesse
>> >> infraestrutura
>> >> não haveria essa indagação: foi exatamente assim que eu comecei a me
>> >> questionar. Essas vias que eu sugiro serem marcadas como trunk, por
>> >> serem
>> >> mais importantes que meras primary, deveriam ter sido duplicadas há
>> >> tempos
>> >> pelo tráfego pesado que recebem. Acaba que no Brasil temos corredores
>> >> muito
>> >> importantes com um formato totalmente desproporcional. É um atraso que
>> >> temos
>> >> no país, infelizmente.
>> >>
>> >
>> > O país é gigante e pobre, e suas prioridades tem hora são muito
>> > estranhas.
>> > Não vejo como o resultado pudesse ser muito diferente.
>> >
>> > Nem por isto podemos marcar as rodovias pelo que elas deveriam ser, quer
>> > dizer, não faz sentido marcar uma rodovia como trunk por que ela deveria
>> > ser
>> > duplicada mas não é.
>> >
>> > mais uma vez obrigado por esta sistematização.
>> >
>> > abraço
>> >
>> > Gerald
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