Paulo,

Confesso que fiquei ser saber que tipo de resposta desejas: "... acho que
podemos ser mais técnicos e menos apaixonados ao
> discutir o assunto..."

Particularmente, garanto-te, abordo a questão completamente isento de
paixões. Estou aqui exercendo a cidadania. Contudo estimaria saber o que
entendes como "mais técnicos". Será que desejas saber como seriam as rotinas
corruptoras ? Ou em quais partes da máquina elas poderiam ser instaladas ?

Se for esta a questão, Paulo, asseguro-te: o vício pode residir no SO, no
BIOS, nos drivers, etc.

Da forma como são, Paulo, a inspeção daquelas máquinas é, será, seria, um
trabalho inútil. Se você é da área de programação e hardware sabe disto.

Fraudadas as máquinas de opinar, Paulo, a avaliação estatística  que
pretendes fazer tornar-se-á inútil. Posto que a única referência que terás
são os boletins - emitidos pela máquinas. Milhões de guardas e cadeados de
nada servirão. E estes boletins, se as urna forem infiéis, estarão
corrompidos.
Lembre-se: a máquinas de opinar não produzem uma contra-fé (não são máquinas
de votar,
posto que a figura do voto naquelas máquinas não existe, evapora-se,
restando apenas totais duvidosos). Elas se nos
entregam os totais, um tipo dado técnicamente inválido, posto que
estatística
desprovida de uma referência é adivinhação, coisa para Mãe Diná.

Suponha que dentre dez máquinas, oito sejam viciadas e duas, não. Pois bem,
da ótica estatística as sete são as produtoras dos dados confiáveis (!!!!),
posto que a tendência  que estas induzirão será a majoritária. Não é verdade
?! Mesmo tendo ocorrido a fraude. estatística estuda tendências, não
calcula, estrito senso.

Em João Pessoa (17), e outras cidades (46) paraibanas, serão feitas várias
pesquisas de boca-de-urna. Nós vamos comparar estes dados. Mas isto, Paulo,
não é um instrumento para detectar, estrito senso, as fraudes. Dar-nos-á
apenas informações quanto aos indícios de fraude. Nada mais que isto.


Um abraço,


Aristóteles




----- Original Message -----
From: Paulo Mora de Freitas <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Wednesday, September 27, 2000 8:59 AM
Subject: [VotoEletronico] Re: Re: PT protesta contra falta de autoria de
urna eletrônica


>
>  Caro Aristóteles,
>
>  Obrigado pela resposta. Mas não é de hoje que tenho acompanhado esse
> debate e acho que podemos ser mais técnicos e menos apaixonados ao
> discutir o assunto.
>
>  Veja: você pega de maneira aleatória um número N de urnas prontas a
> serem utilizadas de verdade no pleito, N de maneira a ter algo
> significativo. Se as urnas são sorteadas realmente ao acaso e se a
> amostra é significativa, existe uma grande probabilidade de que você
> pegue no flaga algum conjunto urna+software corrompido. Seja lá por quem
> for, seja lá como foi implementada a tramóia, hardware ou software.
>
>  Se de fato as urnas são lacradas (inclusive dispositivos de entrada e
> saída) basta fazer a substituição no intervalo entre a lacração e o dia
> das eleições. Você pega as urnas prontas para serem utilizadas. Se não
> for possível confiar no lacre pode-se recolher as urnas de surpresa e no
> dia da eleição. Você pode imaginar por exemplo até sortear as seções que
> serão investigadas 1 hora antes do início das eleições: daí os fiscais
> já chegam nos locais com uma urna backup, a carregam e levam a que alí
> estava para verificação.
>
>  O teste também me parece simples: você tira aleatoriamente o número de
> votos p/ cada candidato, brancos e nulos, e os entra de maneira
> aleatória em cada urna. Inclusive em intervalos de tempo aleatórios, se
> preciso. Depois você verifica se no fim do dia o total bate com o que
> entrou e etc.
>
>  Diga-me se você concorda com os fatos de que:
>
>  - esse teste é eficaz;
>  - não depende do que está gravado no disquete.
>
>  Se você não concorda por favor argumente: como poderia ser possível
> burlar essa fiscalização? Eu posso estar enganado (certamente estou),
> mas não consigo ver o furo.
>
>  Sobre o disquete: a idéia é apenas a de viabilizar que as urnas
> confiscadas para controle possam ser substituidas por outras de maneira
> rápida e segura. Donde a idéia de lacrar o disquete junto com a urna e
> etc. Entre outras coisas basta estar certo de que o disquete é empregado
> sempre protegido contra escrita para evitar tramóias que entrariam em
> função quando da "segunda carga".
>
>   Quanto ao chamado "vício da foto digitalizada": por favor, explique
> melhor porque até agora o que eu ví passar nesse forum sobre isso me
> parece ubaldismo. Se você digita o número de um candidato e aparece a
> cara de um outro, isso me parece fácil de se verificar no teste acima.
> Fora isso, o que mais pode acontecer com a foto do sujeito?
>
>  Abraços, Paulo.
>
> Aristóteles wrote:
> >
> > Paulo,
> >
> > Respostas a estas questões já foram dadas nesta Lista. A confiança que
> > demonstras no que vier a ser gravado no disquete é da mesma natureza da
> > daqueles que ora acreditam na urna.
> >
> > Sou da opinião de que estas urnas são difíceis de serem viciadas por
pessoas
> > de fora do grupo que mantem e fez a coisa. É possível estenamente criar
um
> > problema na máquina, mas, vicia-las, vejo como improvável, um
possibilidade
> > remota, pois.
> >
> > O problema destas máquinas, Paulo, é o fato de que o que elas apresentam
> > como resultado não é confiável. A segurança, a certeza destas
informações
> > pendem à honestidade de um grupo de pessoas que cabem folgadamente em
> > qualquer gabinete modesto. Basta que um destes detentores dos mistérios
da
> > urna seja subornado para que as urna se tornem viciadas. Você vota em
alguém
> > e ela anota seu voto para outro.
> >
> > Então, Paulo, estamos a mercê da honestidade destas pessoas. Vez que,
para
> > estas pessoas, viciar a máquina é uma coisa muito simples.. E veja,
estes
> > prováveis vícios, aos cidadãos, são invisíveis. Há uma possibilidade de
> > vício, o da foto digitalizada, por exemplo, que é impossível detectar
sem
> > que a máquina produza uma contra-fé.
> >
> > E mais, o risco, ou o grande risco, não está na apuração geral: está na
> > urna.
> >
> > O defeito do teste, o qual buscas saber quais são, são da mesma natureza
do
> > diagnóstico feito pelo médico que não dispõe de um raio-x:: ninguém
sabe,
> > estrito senso, o que contém na máquina.
> >
> > Aristóteles
>
> __________________________________________________
> Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
>        http://www.votoseguro.org
> __________________________________________________


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