Amilcar, 

 Obrigado pelos esclarecimentos sobre o teste proposto ao PT pelo TSE e
que agora foram anulados. De fato perdí o bonde nessa História e nem
entendia porque o PT era tão frouxo sobre esse assunto. Levaram na
cabeça. Ou melhor, levamos todos nós porque nessas o TSE/FHC conseguiu
dividir para reinar.

 Quanto ao teste em sí: não fazia referência ao teste que você descreve
proposto ao PT, o qual concordo não prova nada. Pensava num caso ideal
como explicado em mail anterior. 

 Por outro lado a crítica abaixo não invalida o teste tal qual eu propûs
em mail anterior (respondendo agora ao Benjamin):

> At 20:27 27/09/2000 -0300, Benjamin wrote:
> >Diga-me uma coisa: como voce garante que nao se enganou na digitacao do
> >teste?
> >Vai comparar o resultado com o que?
> >Eh igual fazer conta de cabeca: distraiu, perdeu a conta ...

 Da mesma maneira em que é feito em eleições normais: um conjunto de
fiscais como testemunha, voto cantado e 1/2 dúzia de fiscais os contando
e verificação final os totais.

> >E o que fazer se a(s) urna(s) de teste confirmassem erro?
> >As demais poderiam ter o mesmo erro.
> >Anular a eleicao?

 Sim, não haveria outra alternativa. Por isso digo que seria melhor que
nada, mas não a boa solução.

 Voltando à observação do Amilcar:

> Muito boas suas observações, Benjamin.
> Simples, claras e precisas.
> Demonstrou que este tipo de teste, ainda que bem melhor que o atual, não é
> suficiente por si só de garantir o sistema eletrônico de votação.
> Por isto deve ser um ato complementar da fiscalização, além da impressão do
> voto para conferência da apuração.
> E, se tiver que escolher entre um ato ou outro (votação paralela ou
> conferênria da apuração) fico com o voto impresso para poder conferir a
> apuração.

 Estou de pleno acordo que entre votação paralela ou impressão do voto
para conferência, fico com conferir via apuração com impressão do voto.
Mesmo porque a impressão do voto permite recontagem, no outro caso seria
necessário anular as eleições caso uma única urna apresentasse
problemas.

 O que eu penso é numa solução provisória utilizando a urna tal qual, de
maneira a tirar a desculpa "falta de tempo hábil" do TSE/FHC.

 Voltando ao teste tal qual eu propûs em mail anterior, ACHEI UM FURO:
ao entrar os votos na votação paralela seria necessário entrá-los de
maneira aleatória e com espaço de tempo também aleatórios. Até aí,
nenhuma dificuldade. O problema é que provavelmente teriamos um programa
para geração desses dados de maneira pseudo-aleatória e esse programa
teria também que ser obrigatoriamente público. Donde a função utilizada
para representar a distribuição seria conhecida. Donde bastaria um
software viciado da urna detetar no final do dia um desvio maior do que
o aceitável pela função utilizada para decidir se a urna está em teste
ou não. E daí fazer o que bem entender...

 Mas me ocorreu algo mais simples e viável se as pessoas se mobilizarem:

 - tira-se ao acaso no dia das eleições 3 % (ou a porcentagem
necessária) de seções em todo o país que serão auditadas;
 - nessas seções o voto é feito em paralelo: as pessoas digitam o voto
na urna eletrônica E ao mesmo tempo preenchem e depositam um boletim de
voto numa urna lacrada.
 - recontagem e verificação.

 O que vai se argumentar aqui é que muita gente vai se enganar face à
urna eletrônica, donde que o teste não provaria nada. Mas aí afirmo que
essa é uma das vantagens deste teste. Se entre a urna manual e a
eletrônica houver uma grande diferença, ou a urna eletrônica está
bichada ou ela não serve. Pois o teste mostraria que o resultado das
eleições assim contabilizadas não representa a vontade da maioria da
população, visto que a urna é complicada demais para o cidadão médio. Em
todo caso, em caso de grande diferença esse teste prova que os
resultados promulgados não são significativos, seja por fraude ou por
razões de ergonomia. Não é uma boa idéia?

 É claro que o TSE/FHC não deixam passar uma coisa dessas. Mas pasmem:
seria possível de organizar isso entre os partidos e instalar as urnas
manuais em frente às seções sorteadas e fazer de forma a recolher todos
os votos alí expressos. E aí? Virou proposta concreta, o que vocês
acham?

 Em todo o caso, volto a afirmar e me cito: não é numa solução mas algo
provisório utilizando a urna tal qual, de maneira a tirar a desculpa
"falta de tempo hábil" do TSE/FHC.

 Abraços, Paulo.

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