> Eu não sei se isso contribui para o tema da postagem, mas na UNESP tem um 
> documento chamado "O homem livre"
> Aqui está o link: 
> https://bibdig.biblioteca.unesp.br/bitstream/handle/10/8974/o-homem-livre-1965-0002.pdf?sequence=2

Agradeço pelo link.

* * *

O texto "Os sinais, um tema de máxima atualidade" é _muito_ divertido.  Cito:

"Hoje em dia, em face do desenvolvimento das chamadas lógicas
matemáticas, lógicas simbólicas, etc, e da proliferação de livros
sobre o tema dos sinais e da Lógica, não podemos deixar de contribuir,
dentro de nossas forças, com algo no intuito de dissipar tanta treva,
tanta sombra, tanta confusão que se faz aqui, que mais tem servido
para confundir os já confusos, e ameaça precipitar naquela aqueles que
ainda não foram arrastados para esse abismo.

[...]

Assumiremos, portanto, uma série de compromissos, que passamos a enumerar:

1) que o conceito de sinal, como é comumente aceito por tais autores,
além de confuso é falso;

2) que a lógica matemática, quanto às suas contribuições verdadeiras,
estas já estão contidas na Lógica clássica, as outras são por sua vez
falsas;

3) que a problemática apresentada é produto de deficiência e não de
proficiência;

4) que a quase totalidade dos chamados lógicos modernos, que seguem o
que freqüentemente se chama logística, pensam que a lógica clássica é
apenas a Lógica Formal, e quase nada entendem da Lógica Predicamental,
da Lógica Material e da Lógica Demonstrativa, nem das mais altas
investigações da boa Dialética;

5) que essa lógica, em vez de desenvolver mentalmente o homem, tende a
mecanizá-lo;

6) que há uma série de problemas lógicos, que ela não é apta a
resolver, enquanto seguindo-se os caminhos da lógica clássica são eles
solucionáveis;

7) que no âmbito da lógica simbólica, e entre os logísticos em geral,
há uma heterogeneidade de opiniões e que cada um repele o que o outro
diz, havendo entre seus seguidores controvérsias que ultrapassam os
limites do ridículo e raiam os da loucura;

8) que a maioria revela um atrevimento tolo e caricaturiza o que foi
feito, quando não maliciosamente deforma o que se realizou, com
inequívoca manifestação de má fé;

9) que são considerados como «sumidades», rematados tolos pretenciosos;

10) que, enfim, se queremos lutar por algo que leve avante os estudos
lógicos, precisamos saber percorrer com sinceridade e honestidade os
caminhos que foram traçados pelos grandes gregos e pelos escolásticos,
sob pena de estarmos rejeitando um patrimônio cultural que não
pertence a nenhum setor, mas, sim, à humanidade."

* * *

O texto "Os netinhos da Filosofia" também parece oportuno citar:

"Quando alguém é avô conhece uma das mais deliciosas experiências. É a
dos netinhos que lhe dão conselhos, ou que pretendem explicar-lhe
coisas que êle conhece de sobejo. «Vovô não ande na chuva, que faz
mal...» ou «ah! isso é assim, vovô. Vou ensinar ao senhor como é. . .»
A ingenuidade infantil comove, traz consigo uma beleza que provoca
emoções estéticas até.

Mas tudo isso, que é cheio de beleza na criança, é cheio de ridículo
quando vemos proceder assim adultos. É o espetáculo que oferecem esses
cavalheiros do Circulo de Viena e dos sub-círculos que proliferam
entre nós, desses logísticos que não conhecem a Lógica, e que, como
outras crianças, vêm dar conselhos e lições aos que conhecem a matéria
melhor que eles. Vem descobrir coisas já velhas e descobertas, e,
pior, já postas na lata de lixo, que eles vão remexer e apresentar
como novidades estupendas. São os netinhos da filosofia moderna. . .

No futuro, iremos mostrar as suas inúmeras ingenuidades. Mas há uma
diferença: é que a ingenuidade infantil é deliciosa, e a desses
bárbaros, casados, vacinados, é simplesmente ridícula. Mas, assim como
os netinhos causam assombro aos de sua idade, também esses adultos
assombram como Vascos da Gama, descobridores de um novo mundo para
outros de mente infantil de nossa época, que desconhecem, o que já se
fêz sobre a matéria."

* * *

JM

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