Desculpem-me, mas que bestialógico!

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On 20 Sep 2018, at 08:19, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> wrote:

>> Eu não sei se isso contribui para o tema da postagem, mas na UNESP tem um 
>> documento chamado "O homem livre"
>> Aqui está o link: 
>> https://bibdig.biblioteca.unesp.br/bitstream/handle/10/8974/o-homem-livre-1965-0002.pdf?sequence=2
> 
> Agradeço pelo link.
> 
> * * *
> 
> O texto "Os sinais, um tema de máxima atualidade" é _muito_ divertido.  Cito:
> 
> "Hoje em dia, em face do desenvolvimento das chamadas lógicas
> matemáticas, lógicas simbólicas, etc, e da proliferação de livros
> sobre o tema dos sinais e da Lógica, não podemos deixar de contribuir,
> dentro de nossas forças, com algo no intuito de dissipar tanta treva,
> tanta sombra, tanta confusão que se faz aqui, que mais tem servido
> para confundir os já confusos, e ameaça precipitar naquela aqueles que
> ainda não foram arrastados para esse abismo.
> 
> [...]
> 
> Assumiremos, portanto, uma série de compromissos, que passamos a enumerar:
> 
> 1) que o conceito de sinal, como é comumente aceito por tais autores,
> além de confuso é falso;
> 
> 2) que a lógica matemática, quanto às suas contribuições verdadeiras,
> estas já estão contidas na Lógica clássica, as outras são por sua vez
> falsas;
> 
> 3) que a problemática apresentada é produto de deficiência e não de
> proficiência;
> 
> 4) que a quase totalidade dos chamados lógicos modernos, que seguem o
> que freqüentemente se chama logística, pensam que a lógica clássica é
> apenas a Lógica Formal, e quase nada entendem da Lógica Predicamental,
> da Lógica Material e da Lógica Demonstrativa, nem das mais altas
> investigações da boa Dialética;
> 
> 5) que essa lógica, em vez de desenvolver mentalmente o homem, tende a
> mecanizá-lo;
> 
> 6) que há uma série de problemas lógicos, que ela não é apta a
> resolver, enquanto seguindo-se os caminhos da lógica clássica são eles
> solucionáveis;
> 
> 7) que no âmbito da lógica simbólica, e entre os logísticos em geral,
> há uma heterogeneidade de opiniões e que cada um repele o que o outro
> diz, havendo entre seus seguidores controvérsias que ultrapassam os
> limites do ridículo e raiam os da loucura;
> 
> 8) que a maioria revela um atrevimento tolo e caricaturiza o que foi
> feito, quando não maliciosamente deforma o que se realizou, com
> inequívoca manifestação de má fé;
> 
> 9) que são considerados como «sumidades», rematados tolos pretenciosos;
> 
> 10) que, enfim, se queremos lutar por algo que leve avante os estudos
> lógicos, precisamos saber percorrer com sinceridade e honestidade os
> caminhos que foram traçados pelos grandes gregos e pelos escolásticos,
> sob pena de estarmos rejeitando um patrimônio cultural que não
> pertence a nenhum setor, mas, sim, à humanidade."
> 
> * * *
> 
> O texto "Os netinhos da Filosofia" também parece oportuno citar:
> 
> "Quando alguém é avô conhece uma das mais deliciosas experiências. É a
> dos netinhos que lhe dão conselhos, ou que pretendem explicar-lhe
> coisas que êle conhece de sobejo. «Vovô não ande na chuva, que faz
> mal...» ou «ah! isso é assim, vovô. Vou ensinar ao senhor como é. . .»
> A ingenuidade infantil comove, traz consigo uma beleza que provoca
> emoções estéticas até.
> 
> Mas tudo isso, que é cheio de beleza na criança, é cheio de ridículo
> quando vemos proceder assim adultos. É o espetáculo que oferecem esses
> cavalheiros do Circulo de Viena e dos sub-círculos que proliferam
> entre nós, desses logísticos que não conhecem a Lógica, e que, como
> outras crianças, vêm dar conselhos e lições aos que conhecem a matéria
> melhor que eles. Vem descobrir coisas já velhas e descobertas, e,
> pior, já postas na lata de lixo, que eles vão remexer e apresentar
> como novidades estupendas. São os netinhos da filosofia moderna. . .
> 
> No futuro, iremos mostrar as suas inúmeras ingenuidades. Mas há uma
> diferença: é que a ingenuidade infantil é deliciosa, e a desses
> bárbaros, casados, vacinados, é simplesmente ridícula. Mas, assim como
> os netinhos causam assombro aos de sua idade, também esses adultos
> assombram como Vascos da Gama, descobridores de um novo mundo para
> outros de mente infantil de nossa época, que desconhecem, o que já se
> fêz sobre a matéria."
> 
> * * *
> 
> JM
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