Oi Julio,

On Fri, 29 Dec 2023 at 07:39, Julio Stern <jmst...@hotmail.com> wrote:
>
> Finalmente, reconheco que estas sao questoes dificeis.
>
> Na pratica, o manejo destes problemas "resiste" a nossas teorizacoes
> e categorizacoes, e a "inercia dos velhos habitos" sempre permeia e
> contamina nossas (coletiva e endividualmente) decisoes e acoes.
>
> Como avancar para resolver estes problemas, sem gerar reacoes,
> recuos e retrocessos maiores e piores que possiveis avancos?
>
> Com paciencia, muito mais paciencia, disponibilidade (de ouvir mais
> do que falar), boa vontade (de refletir e mudar de opiniao),
> determinacao (de seguir adiante), discursos sobrios e
> esclarecedores, evitando a cada passo polarizacoes paralizantes e
> buscando a construcao de consensos.

acho que aqui você levantou um ponto interessantíssimo - provavelmente
sem notar. Deixa eu começar copiando algumas das últimas falas do
"Manufacturing Consent", que é um documentário sobre o Noam Chomsky
que foi lançado em 1992...

  He's up there thinking for himself. And he's deciphering this
  tremendously overweighted body of information, which he puts into an
  order and gives you the feeling that you can do the same thing, that
  the whole thing is decipherable. And he also gives you the sense
  that there is a source, there is a centre to the... to a dissenting
  population, although we feel that there's no centre... reactivated
  in me a desire to get back... get reacquainted with the political
  scene ater 30 years of alienation from it.

  You do hundreds of interviews and lectures. And you're dealing with
  massacres in East Timor and invasions of Panama, etc. Pretty
  horrific stuff- death squads. What keeps you going? Don't you get
  burned out on this material?

  It's mainly a matter of whether you can look yourself in the mirror,
  I think.

Pelo que eu entendi você acha que o mais importante é a gente
encontrar o tom de voz certo pra conseguir conversar com as pessoas em
torno da gente - incluindo as pessoas perpetradoras de atrocidades e
as cúmplices delas - sem que elas se fechem, né? Ou seja, o tom de voz
é muito mais importante do que os argumentos...

Acho que não vou conseguir escrever o resto do que eu tinha planejado
- mas pelo menos vou contar o motivo. O meu departamento aqui em Rio
das Ostras virou uma espécie de Apocalipse Zumbi... as pessoas não
conseguem mais ler textos com mais de um parágrafo, elas argumentam
com argumentos louquérrimos, cometem altas barbaridades sem notar, e
depois todo mundo fica tendo que lidar com as consequências das
barbaridades delas. Lógicas Zumbis são muito diferente de Lógicas
Humanas, e eu, que leio muito mas sou bem ruim em conversar por voz,
não tou conseguindo conversar com elas bem o suficiente e tou
desesperado & puto.

  [[]],
    Eduardo

-- 
LOGICA-L
Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de Lógica 
<logica-l@dimap.ufrn.br>
--- 
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos 
Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
Para acessar esta discussão na web, acesse 
https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CADs%2B%2B6iGw-3g5re80fFnQ%3DsSTcUHeA2Kh_26psMgcH2Z-pPQUA%40mail.gmail.com.

Reply via email to