2018-04-16 11:53 GMT-03:00 Marcela Costa <marcelinhacost...@gmail.com>:

> Obrigada ao Claudio e aos demais por suas respostas.
>
> Aproveito para responder sua dúvida em relação a minha profissão, que fez
> parte de uma mensagem sua anterior. Sou sim professora de matemática e
> atualmente tenho dado aula para turmas do 8º e 9º ano.
>
> Gostaria ainda de ressaltar que não foi minha intenção ofender ou mesmo,
> ser agressiva. Aceite minhas sinceras desculpas caso tenha se sentido
> ofendido pelo tom dos meus questionamentos.
>
> Com relação às suas respostas, ainda não ficou claro pra mim como
> funcionaria uma aula de "matemática experimental", que progrediria na
> sequência padrões -> conjecturas -> demonstrações.
>
> O problema é que nenhum dos livros-texto descreve este método.
>
> Infelizmente, seu projeto me parece utópico, pois:
>
> - os alunos chegam ao Ensino Fundamental 2 (6o ano) já com muitas
> deficiências;
>
> - a estrutura dos currículos e dos livros-texto são incompatíveis com suas
> ideias;
>
> - o treinamento dos professores é inadequado para conduzir aulas no seu
> formato.
>
> Mas acho que qualquer iniciativa que vise melhorar o ensino-aprendizagem
> de matemática é bem vinda.
>
>
Primeiro, não vi ofensa nenhuma. E entendo que profissionais fiquem
chateados quando leigos decidem dar pitacos na sua área de atuação.

Admito que o  exemplo que eu dei do uso do produto notável (x-a)^2 como um
PADRÃO para resolver uma equação do 2o grau certamente pode ser bastante
expandido.
Mas "matemática experimental" é algo naquela linha: a ideia é fazer com que
os alunos examinem padrões (sugeridos pelo professor), e tentem encontrar
estes padrões em exemplos concretos até que descubram, eles mesmos, os
resultados e teoremas que devem aprender.
Também acho que os alunos tendem a reter muito mais as coisas que descobrem
por eles mesmos do que as coisas que lhes são ensinadas passivamente.

Também não conheço nenhum livro didático que use este método de forma
sistemática para cada tópico do currículo. Duvido que algum exista.
Quem sabe alguém nesta lista topa encarar este desafio...

Como 80 a 90% dos alunos do ensino básico no Brasil frequentam a rede
pública, qualquer mudança em qualquer dos três itens que você mencionou
acima depende de vontade política.
Infelizmente, apesar de todo político falar da importância da educação,
pouco ou nada tem sido feito, especialmente na educação básica e
especialmente em prol do mais importante instrumento de mudança: os
professores - uma classe mal remunerada, mal treinada e com baixo prestígio
social (ainda que exerçam a profissão mais "nobre" e talvez a mais crucial
para o futuro do país: educar as próximas gerações).

Tenho algumas idéias pra atacar os três problemas que você apontou acima.
Mas fica pra outra mensagem.

[]s,
Claudio.

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.

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