2018-04-10 13:09 GMT-03:00 Marcela Costa <marcelinhacost...@gmail.com>:

> Caros participantes da lista obm-l.
>
> Tenho seguido esta lista lendo as mensagens de fora há algum tempo e
> fiquei cismada com duas mensagens que o participante Claudio Buffara enviou
> em 23 de março ( https://www.mail-archive.com/o
> b...@mat.puc-rio.br/msg55232.html ) e 25 de março (
> https://www.mail-archive.com/obm-l@mat.puc-rio.br/msg55196.html), a
> respeito do ensino de matemática e decidi participar.
>
> Dessa forma, tenho as seguintes perguntas pra ele:
>
>
> 4) Qual a aplicabilidade na vida real de problemas de olimpíadas de
> matemática?
>
> Complementando...

Dá pra imaginar um currículo de matemática começando no 5o ou 6o ano da
escola no qual os tópicos são apresentados e desenvolvidos da mesma forma
como ocorre o processo de descoberta em matemática. Este, em sua essência,
consiste de três estágios:
1) observação de um dado fenômeno / detecção de um padrão - na prática,
isso poderia ser feito por meio de um problema introdutório, que seria
proposto aos alunos no início da apresentação do tópico - repare que, nesta
fase, a matemática é uma ciência experimental;
2) formulação de uma conjectura que explique este padrão;
3) demonstração lógico-dedutiva da conjectura.
Dá até mencionar um quarto estágio:
4) generalização do resultado obtido.

Um currículo de matemática baseado em padrões, conjecturas e demonstrações
certamente se assemelharia mais ao "currículo" das olimpíadas de matemática
e conteria problemas de estilo olímpico, ainda que não tão difíceis.

Mas o mais importante, a meu ver, é que tal currículo traria, para os
alunos, benefícios muito maiores e mais duradouros do que o currículo
atual.
Repare que a grande mudança não seria no conteúdo em si, mas sim na forma
de absorver este conteúdo e de atacar os problemas.
Ao invés de serem espectadores passivos, eles aprenderiam a experimentar,
exercitariam a criatividade e o raciocínio lógico-dedutivo, se acostumariam
a trabalhar com abstrações e aprenderiam a organizar o pensamento com vias
a resolver problemas e a apreender e compreender a realidade. Estas são
habilidades que devem estar no repertório de todos os cidadãos e não apenas
dos matemáticos, cientistas ou engenheiros.

[]s,
Claudio.

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.

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