On Sep 13, 2007, Olival Júnior <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > Eu defendo que QUALQUER empresa q opere no sistema capitalista pode > (e deve) tomar medidas q protejam seu mercado, CONTANTO Q NÃO > ULTRAPASSEM OS LIMITES DA ÉTICA E DA BOA CONDUTA CORPORATIVA.
Mas e aí, fazer alguma coisa que prejudica a toda a sociedade é ético? (os exemplos abaixo são, até onde eu sei, fictícios) Quando uma empresa de cigarros batalha pra manter legislação que permite a comercialização desse veneno, é ético? Quando um fabricante de remédios batalha para que um remédio seja aprovado apesar de um colateral perigoso verificado nos testes, sem mencionar esse pequeno detalhe, é ético? Quando um fabricante de refrigerantes coloca na fórmula de seu xarope um componente que causa dependência química nos consumidores e batalha para que o tal componente não seja proibido, é ético? Quando um fabricante se recusa a implementar um padrão de interoperabilidade e decide fazer de conta que tem algo similar para oferecer, e tenta fazê-lo se passar por algo diferente, sem dar a menor bola para o prejuízo que as dificuldades de interoperabilidade resultantes causaria a toda a sociedade, é de fato ético? O problema ético começou bem antes da compra de votos. E não precisa nem entrar na ética do Software Livre, que levaria à conclusão que o problema começou na década de 70. A proposta de padrão concorrente, quando já existe um interoperável, já demonstra a falta de ética. > Se a questão é "ficha corrida", não entendo pq então se usam dois > pesos e duas medidas. A questão é só de qto tempo se passou até as > pessoas esquecerem o monopólio do passado? Eu acho que é possível acreditar em mudança de direção, em regeneração corporativa, mas nenhuma empresa é santinha. A missão de qualquer empresa, maximizar os lucros, exige que muitas vezes se ande em cima da linha que separa o comportamento ético do anti-ético, para os que têm a força moral de não ignorá-la. E, quando se anda no limite, às vezes você escorrega. Às vezes "um funcionário faz alguma coisa fora da política da empresa". Às vezes o chefe executivo "não sabia de nada". Não é fácil... Mas buscar aliados quando faz sentido, trabalhar interesses comuns, isso tudo faz parte do processo político. Às vezes a escolha é entre ser um santo e "não se misturar com esse pessoal" ou conseguir avançar a mudança na sociedade que se entende necessária. Escolha muitas vezes difícil... Às vezes até tem uma resposta certa, outras não tem. -- Alexandre Oliva http://www.lsd.ic.unicamp.br/~oliva/ FSF Latin America Board Member http://www.fsfla.org/ Red Hat Compiler Engineer [EMAIL PROTECTED], gcc.gnu.org} Free Software Evangelist [EMAIL PROTECTED], gnu.org}
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