Bom dia, Mais ainda, se alguém quiser se engajar mais no Movimento de Software Livre, além dos hackings, eu vejo que há muito trabalho para ser realizado na FSF, FSF-LA ou até na EFF (https://www.eff.org/). São instituições sérias, com alinhamento ideológico forte e constantemente promovem campanhas relevantes.
Localmente, temos a ASL que promove o FISL, nosso evento mais importante do Software Livre. Se alguém deseja mudar a visão OSIsta do FISL, é necessário começar se associando e convencer outros sócios a mudarem de comportamento. Uma associação é espelho de seus sócios e o FISL reflete isso. Talvez a ASL necessite ser raqueada, no sentido de se tornar mais aberta e ser filosoficamente mais GNUista. Há algum ráquer incomodado com isso? Abraços, Em 15 de outubro de 2014 08:46, Marcelo Akira <marcelo.ak...@gmail.com> escreveu: > Em 14 de outubro de 2014 18:55, Luciana Fujii <luci...@fujii.eti.br> > escreveu: > >> Não é só uma questão de gerar forks livres. O Ubuntu era livre (ou tão >> livre quanto a maioria das distribuições) e adicionou software >> proprietário, adicionou software que não respeitava a privacidade de >> usuários, criou projetos novos pra competir com software livre usando a GPL >> + atribuição de direito autoral pra criar lock-in. >> > > Pelo menos, o Ubuntu é forqueável, os hackers podem exercer as liberdades > para poder colocar o software na linha certa. Enquanto isso, se o Ubuntu > atrair mais pessoas comuns para usufruírem e acostumarem com Software > Livre, não vou ficar condenando, é preferível lutar contra ameaças mais > graves. > > E o que é mais grave ou ameaçador para mim? É relativo, cada um lida com > seu próprio contexto e assim tem seu próprio conjunto de valores para > julgar o que é mais ameaçador ou não. Para o Anahuac, o Gmail é mais > ameaçador pois tirou mercado do seu ganha-pão (Kyapanel). No meu caso, > Software Livre para compartilhar Recursos Educacionais é significativo para > mim, pois sou professor. Aaron Schwartz raqueou o sistema que limitava > baixar artigos científicos no MIT. Hackers são movidos por lutar contra > tecnologias que o aprisionam, veja seus hackings e verá que na maioria dos > casos é algo que o incomoda no dia-a-dia. Stallman lutou contra um driver > de impressora proprietário. Quando perguntei a ele o que motiva dedicar sua > vida a trabalhar pelo Movimento de Software Livre, ele me disse que era > para lutar contra o mal. No início, achei muito estranho, mas depois tudo > fez sentido: *nada é mais motivador do que combater aquilo que o > incomoda/oprime diariamente, ou você conforma ou é um hacker que 'luta até > a morte*'. > > Por que o Ubuntu resolveu distribuir Software Proprietário? Eu creio que é > por uma razão simples: geralmente todo produto para se sustentar no > mercado, ele se adapta ao usuário e não o contrário. Os usuários do Ubuntu > querem comodidade, valorizam coisas do dia-a-dia: suporte a vários tipos de > hardware, interface agradável, facilidade de uso, etc. E como brinde pode > agregar vantagens que o Software Livre tem de diferencial: imunidade a > vírus, estabilidade, segurança mais ágil, etc. *Os consumidores do Ubuntu > não são hackers, não se incomodam com Software Proprietário.* > > >> >> Criar um fork livre do Ubuntu faz sentido? >> > > O sentido depende do contexto. Do ponto de vista do contexto comercial, > sim. Um exemplo de fork bem sucedido comercialmente do Ubuntu é o Linux > Mint: > - É a mais popular, segundo o Distrowatch: > http://distrowatch.com/index.php?language=PT > - Não instala drivers proprietários por padrão, segundo seu FAQ: > http://www.linuxmint.com/faq.php. O Ubuntu também não, mas para instalar > é um clique: > > http://www.howtogeek.com/115041/htg-explains-whats-the-difference-between-ubuntu-linux-mint/ > > Linux Mint e Ubuntu são distros que ficam no limiar do SL e do SP. Ambos > não apoiam o boicote a Software Proprietário. Do ponto OSIsta é bom ter > forks, pois as soluções que dão certo em uma são compartilhadas com a > outra. O Debian, por exemplo, teoricamente se beneficia de volta com o > Ubuntu: > > https://wiki.debian.org/Utnubu > > Do ponto de vista do Movimento de Software Livre, a FSF se posiciona de > forma crítica: > > http://www.gnu.org/distros/common-distros.html > > > >> Usar o software livre que eles usam pra não respeitar o usuário? Eu acho >> que a discussão é muito mais do que hackear ou criar uma boa interface pro >> usuário. >> > > Criar uma boa interface é essencial para conquistar popularidade e incluir > mais usuários de Software Livre. Se o usuário escolhe instalar um Software > Proprietário no Software Livre é por que o seu contexto o obriga: um > computador ganhado que exige um driver proprietário para funcionar; um > software proprietário (CAD, por exemplo) que é necessário para que ele > possa trabalhar; etc. Para os usuários comuns, o Ubuntu pode ser um > primeiro passo para um futuro mais livre. > > Para julgar os usuários, é necessário compreender o contexto (econômico, > social, educacional) que elas vivem, ver pelos olhos delas e não julgar > pelo seu contexto (conhecimento, habilidade, trabalho). > > >> Você falou em outra discussão que é uma questão de mudança de tática e >> não de objetivo. Qual é o objetivo? >> >> > O objetivo do Movimento Software Livre continua o mesmo: defender a > liberdade do usuário de software, ou não? > > Qual é a mudança tática? Eu acho que o Movimento de Software Livre deve se > alinhar mais ideologicamente a ética hacker: > - formar novos hackers: eles é que percebem os entraves a liberdade e > geram soluções. Sem percepção dos problemas, não há motivação para a > solução. > - resolver problemas locais que incomodam seu próprio contexto; > - compartilhar globalmente seus hackings livres - soluções inteligentes e > criativas para que outros hackers possam readaptar a seus próprios > contextos; > > Abraços, > -- > Marcelo Akira Inuzuka > (62) 9261-4004 > -- Marcelo Akira Inuzuka (62) 9261-4004
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