Re: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Tony Marmo
Rodrigo,

Como o que você escreveu pode servir para todos aqui que citaram ou
analisaram a produção da Carla Rodrigues, acho-me no direito de me
defender, ainda que meu nome particular você não tenha explicitamente
referido.

Quero dizer o seguinte: que em todos os meus posts eu escrevi textualmente
que respeito a jornalista citada. Jamais falei mal dela. Fiz as análises
que achei pertinente de modo construtivo. Ela tem seu próprio jeito de
fazer jornalismo e tem objetivos com isso. Não há ofensa em dizer isto.
Mas, ainda assim, o nosso respeito por ela não nos obriga a achar que tudo
o que ela escreve procede, é bem pensado ou é verdade.

Tampouco seria o caso de necessariamente responder a ela em seu próprio
blog, visto que não compartilho com os objetivos ou pressupostos do
jornalismo dela. Afinal de contas, eu também poderia estar analisando um
texto escrito por um Testemunha de Jeová sobre Darwinismo, mas não teria
por isso que ir a um Salão do Reino fazer a contra-pregação. Aliás, neste
último caso, nem sequer seria correto fazer isto.

Em 6 de dezembro de 2011 18:37, Rodrigo Oliveira
escreveu:

>
>
> Aqui fico eu pensando: uma manifestação no blog da mulher, dando a ela a
> oportunidade de se explicar, acabou não rolando... Mas falar mal dela nos
> bastidores, sem direito a defesa vale? Já ouviram falar no artigo do
> Margutti sobre a desconversação dos filósofos brasileiros? Este é um
> exemplo típico.Compartilho da mesma indignação que você Ricardo.
> Rodrigo
>
> > From: rica...@cle.unicamp.br
> > Date: Tue, 6 Dec 2011 11:57:00 -0200
> > To: logica-l@dimap.ufrn.br
> > Subject: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica
> >
> > Prezados.
> >
> > Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
> > menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
> > apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um
> instrumento
> > indispensável a quem quer se manter atualizado na área.
> >
> > Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
> > explicando o porquê.
> >
> > Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista
> pública
> > (atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
> > internet) e se comportam como se estivessem em privativo.
> >
> > Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não
> recebêssemos
> > todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
> > haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
> > com os outros).
> >
> > É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
> > necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
> > viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na
> página
> > inicial da lista
> >
> > http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> >
> > com o endereço
> >
> > http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
> >
> > mas que também poderia ser
> >
> > http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)
> >
> > Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
> > lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
> > forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que
> contivesse
> > apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente,
> na
> > qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.
> >
> > Abraços,
> > Ricardo.
> > --
> > Dr. Ricardo Pereira Tassinari
> > Departamento de Filosofia
> > UNESP - FFC/Marília
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Re: [Logica-l] analíticos & continentais

2011-12-06 Por tôpico Decio Krause
Caro João e caros todos
Eu fiz algo parecido com você, João, quando me deparei com um livro do Badiou 
um dia. Mas fui ver o que sugeriu e, ainda que sem ter lido o homem 
diretamente, está na Wiki:

"Badiou's use of set theory in this manner is not just illustrative or 
heuristic. Badiou uses the axioms of Zermelo–Fraenkel set theory to identify 
the relationship of being to history, Nature, the State, and God. Most 
significantly this use means that (as with set theory) there is a strict 
prohibition on self-belonging; a set cannot contain or belong to itself."

Bom, claro que não dá para dizer nada sem ler bem, mas somente isso  aí em cima 
já é estranho. Por que optar por ZFC? Por que não NF, ou tipos, ou categorias? 
Isso talvez ele explique. Mas o que têm a ver os axiomas de ZF com as relações 
mencionadas entre ser e história? Hum Mas se ele diz (ele mesmo, não quem 
escreveu o verbete) que há uma *proibição* de um conjunto conter ele mesmo, 
está louco. Assume o axioma do fundamento sem mais nem menos? Por quê? Será que 
ele justifica? Se trata do *being*, usa ou não Urelemente? Lembrando: uma 
coleção de supostos *beings*, como por exemplo os membros desta lista, não é um 
conjunto (de ZFC pelo menos)!! Se fosse, seríamos entidades abstratas, e 
supostamente somos *concretos*. 
Talvez alguém da lista conheça mais e possa nos dar uma dica. Mas o desafio é 
bacana, porque ele é bem conhecido e certamente não é (assim se espera) como 
aquela moça da PUC-RJ. Ou é?
D.


Decio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
deciokrause[at]gmail.com
www.cfh.ufsc.br/~dkrause

"He [God] will never choose among indiscernibles"
(G.W.Leibniz)
[But] He (God) would never choose among discernibles too. (M. Franciotti)










Em 06/12/2011, às 19:57, Joao Marcos escreveu:

> E o que acham os colegas de "L'être et l'événement" (1988), de Alain Badiou?
> 
> 
> Da Wikipedia anglófona:
> 
> "His philosophy draws upon both 'analytical' and 'continental'
> traditions. In Badiou's own opinion, this combination places him
> awkwardly relative to his contemporaries, meaning that his work had
> been only slowly taken up. Being and Event offers an example of this
> slow uptake, in fact: it was translated into English only in 2005, a
> full seventeen years after its French publication.
> 
> As is implied in the title of the book, two elements mark the thesis
> of Being and Event: the place of ontology, or 'the science of being
> qua being' (being in itself), and the place of the event – which is
> seen as a rupture in being – through which the subject finds
> realization and reconciliation with truth. This situation of being and
> the rupture which characterizes the event are thought in terms of set
> theory, and specifically Zermelo–Fraenkel set theory (with the axiom
> of choice), to which Badiou accords a fundamental role in a manner
> quite distinct from the majority of either mathematicians or
> philosophers."
> 
> http://en.wikipedia.org/wiki/Alain_Badiou#Introduction_to_Being_and_Event
> 
> 
> A tradução no Brasil saiu em 1996.
> (Na época em que olhei para ela, no estande da editora numa ANPOF
> longínqua, não entendi rigorosamente *nada*.  Mas me apressei a pôr a
> culpa no tradutor e nos meus parcos conhecimentos de teoria de
> conjuntos.)
> 
> 
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Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico Joao Marcos
> olha, eu assinaria com prazer essa proposta pra se ter horas de experimentos
> antes de poder falar sobre ciência!
> Mas isso praticamente mataria a Filosofia da Ciência atual, não? rs..
> (e imagina se a moda pega e se exigissem previamente dos Filósofos da Arte
> alguma publicação artística relevante? Todos iam perder o emprego. E a
> Filosofia da Mente, não teriam eles que fazer experimentos em Neurociência e
> Computação antes de abrir o bico? Sobraria então alguma Filosofia?)

E qual o sentido de se "filosofar" sobre aquilo que não se conhece?

> Agora eu realmente me surpreendi você nunca ter sequer ouvido aproximações
> entre as lógicas multi-valoradas e os movimentos de desconstrução da
> filosofia continental. Não digo de aproximações institucionais ou acadêmicas
> em publicações especializadas sobre conceitos técnicos com demonstrações ou
> experimentos e tudo mais, mesmo porque quem faz tal aproximação são os
> desconstrucionistas, pós-estruturalistas, etc.. e não o pessoal da Lógica,
> ou da Físcia (ao menos espero!). A aproximação se dá mais no *inimigo em
> comum* e nas estrutura dos argumentos com os quais combatem tais *inimigos*
> (talvez também na motivação!)

Parece então que simplesmente tenho sido seletivo demais na escolha do
que leio...

Por outro lado, parece-me paradoxal que para me informar a respeito
destas "aproximações" entre lógicas não-clássicas e "movimentos de
desconstrução" eu tenha que buscar publicações "não-especializadas".
De modo que fico realmente sem saber o que ler.

Não é falta de paciência minha.  A verdade é que eu não sei de que
"inimigo" estaríamos falando.

> Para um rápido exemplo: se acaso não conhecer e tiver paciência (confesso
> que eu não tenho), entre em contato com os trabalhos de Deleuze, Derrida e
> outros do mesmo tipo e veja a *crítica* principal do pós-estruturalismo
> continental em relação à Lógica e ao Racionalismo, pois tirando o aparato
> técnico que eles fazem questão de zombar, é praticamente a mesma crítica que
> as Lógicas Não-clássicas desferem contra à Lógica Clássica, principalmente
> na questão da bivalência. Qualquer Deleuziano *rechaça* com prazer o fato de
> que existem apenas dois valores de verdade, colocando de argumento coisas
> estruturalmente parecidas com *Uma maça é amarela e vermelha, ou seja, é
> amarela e não-amarela ao mesmo tempo*, *Dois médicos distintos sugerem
> posologias distintas para os mesmo problemas num mesmo paciente*, *Haverá
> uma batalha naval amanhã!*.. e pelo menos tais coisas você já deve ter visto
> nas defesas de algumas Lógicas Não-clássicas multi-valoradas, certo?

Engraçado.  Tenho publicado muitos papers em que mostro como vindicar
a tese (de Roman Suszko) de que as lógicas multivaloradas usuais *não*
vão contra o princípio da bivalência...

Mas também acredito (sei?), devo confessar, que há circunstâncias
específicas, tecnicamente definidas, em que este princípio pode
realmente ser falsificado.  Serei um desconstrucionista em potencial?
Um pós-estruturalista?  Um irracionalista?

> Outro ponto de semelhança é a questão do Pluralismo. Toda desconstrução,
> todo pós-estruturalismo e, em geral, toda filosofia dita continental (em
> oposição aos analíticos) são em essência posições Pluralistas, e seus
> argumentos contra um Monismo na Lógica (e também na Ciência) são também de
> extraordinária semelhança com os argumentos do Pluralismo Lógico à la Grahan
> Priest.
>
> Mas, como disse, se quiser entrar em contato com tais aproximações, acredito
> que não é na literatura especializada da lógica ou da matemática que isso
> será encontrado! (e talvez valeria a pena ao menos como exemplo do que não
> fazer)

Continuei portanto sem saber como seriam estas "semelhanças" e como
exatamente me informar a respeito delas...  Ou mesmo se valeria a pena
(em termos de dispêndio de tempo X objetivos alcançados) fazê-lo.

JM

-- 
http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
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[Logica-l] analíticos & continentais

2011-12-06 Por tôpico Joao Marcos
E o que acham os colegas de "L'être et l'événement" (1988), de Alain Badiou?


Da Wikipedia anglófona:

"His philosophy draws upon both 'analytical' and 'continental'
traditions. In Badiou's own opinion, this combination places him
awkwardly relative to his contemporaries, meaning that his work had
been only slowly taken up. Being and Event offers an example of this
slow uptake, in fact: it was translated into English only in 2005, a
full seventeen years after its French publication.

As is implied in the title of the book, two elements mark the thesis
of Being and Event: the place of ontology, or 'the science of being
qua being' (being in itself), and the place of the event – which is
seen as a rupture in being – through which the subject finds
realization and reconciliation with truth. This situation of being and
the rupture which characterizes the event are thought in terms of set
theory, and specifically Zermelo–Fraenkel set theory (with the axiom
of choice), to which Badiou accords a fundamental role in a manner
quite distinct from the majority of either mathematicians or
philosophers."

http://en.wikipedia.org/wiki/Alain_Badiou#Introduction_to_Being_and_Event


A tradução no Brasil saiu em 1996.
(Na época em que olhei para ela, no estande da editora numa ANPOF
longínqua, não entendi rigorosamente *nada*.  Mas me apressei a pôr a
culpa no tradutor e nos meus parcos conhecimentos de teoria de
conjuntos.)


JM
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Re: [Logica-l] Filosofia continental

2011-12-06 Por tôpico Rodrigo Oliveira


Julio, espero sinceramente que isso não represente sua opinião, pois é de uma 
tolice sem tamanho.
Rodrigo

> Date: Tue, 6 Dec 2011 09:34:05 -0800
> From: juliocesarfont...@yahoo.com.br
> To: logica-l@dimap.ufrn.br
> Subject: [Logica-l] Filosofia continental
> 
> Certamente que a filosofia continental não se resume a Derrida e Quinton 
> reconhece isso. Ele afirma: "O existencialismo, o estruturalismo e a teoria 
> crítica são bastante diferentes entre si. [...] Mas, em diferentes graus, 
> todos atribuem maior credibilidade a afirmações dramáticas, e até 
> melodramáticas, que a argumentos racionalmente sustentados."
> 
> 
> Julio Fontana
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[Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Rodrigo Oliveira


Aqui fico eu pensando: uma manifestação no blog da mulher, dando a ela a 
oportunidade de se explicar, acabou não rolando... Mas falar mal dela nos 
bastidores, sem direito a defesa vale? Já ouviram falar no artigo do Margutti 
sobre a desconversação dos filósofos brasileiros? Este é um exemplo 
típico.Compartilho da mesma indignação que você Ricardo.
Rodrigo

> From: rica...@cle.unicamp.br
> Date: Tue, 6 Dec 2011 11:57:00 -0200
> To: logica-l@dimap.ufrn.br
> Subject: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica
> 
> Prezados.
> 
> Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
> menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
> apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um instrumento
> indispensável a quem quer se manter atualizado na área.
> 
> Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
> explicando o porquê.
> 
> Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista pública
> (atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
> internet) e se comportam como se estivessem em privativo.
> 
> Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não recebêssemos
> todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
> haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
> com os outros).
> 
> É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
> necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
> viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na página
> inicial da lista
> 
> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> 
> com o endereço
> 
> http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
> 
> mas que também poderia ser
> 
> http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)
> 
> Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
> lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
> forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que contivesse
> apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente, na
> qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.
> 
> Abraços,
> Ricardo.
> --
> Dr. Ricardo Pereira Tassinari
> Departamento de Filosofia
> UNESP - FFC/Marília
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[Logica-l] um dos melhores livros sobre Derrida foi escrito por um ... filosofo da matematica!

2011-12-06 Por tôpico Alessio Moretti
Julio,

o melhor livro que conheço sobre Derrida é:

Jean-Michel Salanskis, "Derrida", Les Belles Lettres, Paris, 2010.

O autor, filosofo (continental!), também tem um doutorado de mathematica 
(trabalhou sobre a analise não-standard), é um aluno do Jean Petitot (que 
foi aluno do René Thom, que ganhou a Fields Medal em 1958) e é professor de 
logica e filosofia da ciência numa das universidades de Paris (Paris X). 
Entre outras coisas, tem escrito um livro de filosofia da matematica que tem 
o titulo "Le constructivisme non-standard" (1999) e um livro sobre a 
hermeneutica que tem o titulo "L'herméneutique formelle" (1991), onde 
critica a sentença do Heidegger "die Wissenschaft denkt nicht" ("a ciência 
não pensa") e onde aplica a hermeneutica (do Schleiermacher, do Dilthey, do 
Heidegger, do Gadamer, do Ricoeur, ...) à matematica (!).

O seu livro sobre Derrida - muito pedagogico, mas também muito 
estimulante -, na minha opinião, é muito, muito bom (tem que ser lido!). Da 
posses muito uteis para compreender quais são as coisas novas (os conceitos) 
que o Derrida tem ofrecido à filosofia. Coisas bastante importantes para 
deixar plausivel o feito de chamar Derrida um grande filosofo (pace 
Quinton).
Para quem quer ler Derrida mesmo, acho que o melhor é começar com "La voix 
et le phénomène" (1967) (um pequeno livro de fenomenologia), onde pode verse 
que o jovem Derrida (come o jovem Freud) era um "fenomeno" - como o vosso 
Ronaldo! : ) - (um jovem excepcionalmente brilhante) da escola 
fenomenologica (e não um simple charlatão).

Mais uma coisa: de ninguma maneira a filosofia continental pode ser reducida 
à deconstrucção!
Mas, é verdade, a filosofia é um jogo sem regras FIXAS: acho que é isso 
mesmo que faz que a (grande) filosofia e a (grande) matematica (não a 
logica!) são muito similares

Alessio Moretti


- Original Message - 
From: "Julio Fontana" 
To: 
Sent: Tuesday, December 06, 2011 2:52 PM
Subject: [Logica-l] Filosofia Continental


Anthony Quinton aponta uma das mais importantes diferenças entre a filosofia 
analítica e a filosofia continental: "O desconstrucionismo de Derrida, 
segundo o qual tudo é texto, um texto susceptível de infindáveis 
interpretações livres, representa para os filósofos analíticos uma reductio 
ad absurdum da filosofia, dada a sua incompatibilidade com padrões de 
verdade, justificação ou consistência lógica. Transforma a filosofia não 
apenas num jogo, mas num jogo sem regras."


Julio Fontana
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Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico julio cesar


E ai João Marcos, bão?

olha, eu assinaria com prazer essa proposta pra se ter horas de experimentos 
antes de poder falar sobre ciência!
Mas isso praticamente mataria a Filosofia da Ciência atual, não? rs.. 
(e imagina se a moda pega e se exigissem previamente dos Filósofos da Arte 
alguma publicação artística relevante? Todos iam perder o emprego. E a 
Filosofia da Mente, não teriam eles que fazer experimentos em Neurociência e 
Computação antes de abrir o bico? Sobraria então alguma Filosofia?) 

Ainda assim, ou por isso mesmo, eu assinaria!

Agora eu realmente me surpreendi você nunca ter sequer ouvido aproximações 
entre as lógicas multi-valoradas e os movimentos de desconstrução da filosofia 
continental. Não digo de aproximações institucionais ou acadêmicas em 
publicações especializadas sobre conceitos técnicos com demonstrações ou 
experimentos e tudo mais, mesmo porque quem faz tal aproximação são os 
desconstrucionistas, pós-estruturalistas, etc.. e não o pessoal da Lógica, ou 
da Físcia (ao menos espero!). A aproximação se dá mais no *inimigo em comum* e 
nas estrutura dos argumentos com os quais combatem tais *inimigos* (talvez 
também na motivação!)

Para um rápido exemplo: se acaso não conhecer e tiver paciência (confesso que 
eu não tenho), entre em contato com os trabalhos de Deleuze, Derrida e outros 
do mesmo tipo e veja a *crítica* principal do pós-estruturalismo continental em 
relação à Lógica e ao Racionalismo, pois tirando o aparato técnico que eles 
fazem questão de zombar, é praticamente a mesma crítica que as Lógicas 
Não-clássicas desferem contra à Lógica Clássica, principalmente na questão da 
bivalência. Qualquer Deleuziano *rechaça* com prazer o fato de que existem 
apenas dois valores de verdade, colocando de argumento coisas estruturalmente 
parecidas com *Uma maça é amarela e vermelha, ou seja, é amarela e não-amarela 
ao mesmo tempo*, *Dois médicos distintos sugerem posologias distintas para os 
mesmo problemas num mesmo paciente*, *Haverá uma batalha naval amanhã!*.. e 
pelo menos tais coisas você já deve ter visto nas defesas de algumas Lógicas
 Não-clássicas multi-valoradas, certo?

Outro ponto de semelhança é a questão do Pluralismo. Toda desconstrução, todo 
pós-estruturalismo e, em geral, toda filosofia dita continental (em oposição 
aos analíticos) são em essência posições Pluralistas, e seus argumentos contra 
um Monismo na Lógica (e também na Ciência) são também de extraordinária 
semelhança com os argumentos do Pluralismo Lógico à la Grahan Priest.

Mas, como disse, se quiser entrar em contato com tais aproximações, acredito 
que não é na literatura especializada da lógica ou da matemática que isso será 
encontrado! (e talvez valeria a pena ao menos como exemplo do que não fazer)









 De: Joao Marcos 
Para: julio cesar  
Cc: "logica-l@dimap.ufrn.br"  
Enviadas: Terça-feira, 6 de Dezembro de 2011 10:36
Assunto: Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia
 
> Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde a 
> *professora*
> (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados, diga-se de 
> passagem)
> afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de medievalista, que a 
> Ciência sempre foi
> apenas um mito bem propagado (por isso as pessoas *acreditam* nas teorias 
> científicas!)
> e que as certezas da matemática não possuem mais exigências que, por exemplo, 
> as
> interpretações de um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa 
> *desterritorialização* ou,
> a meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso que 
> Deleuze resolveu tirar
> uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que mesmo que 
> ele só falasse
> asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, nisso sim ele acertou em 
> cheio! - )
> Teve uma vez que eu até tentei alertar tal *professora* que, se quisesse 
> falar que a
> objetividade lógica e científica é mito, pelo menos
>  não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura da 
> sala através
> de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...

Justo.  Talvez houvesse menos bobagem no mundo, contudo, se quem fala
sobre ciências naturais (incluindo matemáticos, cientistas da
computação, e principalmente filósofos da ciência) fosse obrigado
primeiro a cumprir um certo de número de horas montando experimentos
em laboratório.

> No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e 
> acredito que
> todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras Lógicas 
> não-clássicas
> sendo utilizada junto com a Física Quântica e a Relatividade justamente ao 
> lado do
> Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e outras pluralidades esteticistas

Você pode mandar referências sobre estas coisas, para que eu entenda
exatamente a que você se refere? (embora trabalhe há muitos anos sobre
lógica paraconsistente e lógicas multivaloradas, confesso que
des

[Logica-l] Filosofia continental

2011-12-06 Por tôpico Julio Fontana
Certamente que a filosofia continental não se resume a Derrida e Quinton 
reconhece isso. Ele afirma: "O existencialismo, o estruturalismo e a teoria 
crítica são bastante diferentes entre si. [...] Mas, em diferentes graus, todos 
atribuem maior credibilidade a afirmações dramáticas, e até melodramáticas, que 
a argumentos racionalmente sustentados."


Julio Fontana
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http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l


Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico FAD 2
Tem que notar que a palavra lógos (e o verbo légo) é, são, quase uma invenção 
de Heráclito. Aparecem só três vezes em Homero. 

Teria a lógica então nascido com Heráclito? O conceito de lógica, digo. 

Sent from my iPhone

On 06/12/2011, at 11:54, Manuel Doria  wrote:

> Uma lógica desconstrucionista iria contra o espírito de Derrida
> 
> Sistemas axiomáticos são uma das manifestações mais supremas da
> "logolatria" Ocidental
> 
> Uma "lógica desconstrucionista" seria um sistema trivial, anything goes.
> Não teria o menor valor cognitivo.
> 
> Abraços.
> 
> 2011/12/6 Joao Marcos 
> 
>>> Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde
>> a *professora*
>>> (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados,
>> diga-se de passagem)
>>> afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de medievalista, que a
>> Ciência sempre foi
>>> apenas um mito bem propagado (por isso as pessoas *acreditam* nas
>> teorias científicas!)
>>> e que as certezas da matemática não possuem mais exigências que, por
>> exemplo, as
>>> interpretações de um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa
>> *desterritorialização* ou,
>>> a meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso
>> que Deleuze resolveu tirar
>>> uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que mesmo
>> que ele só falasse
>>> asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, nisso sim ele
>> acertou em cheio! - )
>>> Teve uma vez que eu até tentei alertar tal *professora* que, se quisesse
>> falar que a
>>> objetividade lógica e científica é mito, pelo menos
>>> não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura
>> da sala através
>>> de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...
>> 
>> Justo.  Talvez houvesse menos bobagem no mundo, contudo, se quem fala
>> sobre ciências naturais (incluindo matemáticos, cientistas da
>> computação, e principalmente filósofos da ciência) fosse obrigado
>> primeiro a cumprir um certo de número de horas montando experimentos
>> em laboratório.
>> 
>>> No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e
>> acredito que
>>> todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras Lógicas
>> não-clássicas
>>> sendo utilizada junto com a Física Quântica e a Relatividade justamente
>> ao lado do
>>> Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e outras pluralidades esteticistas
>> 
>> Você pode mandar referências sobre estas coisas, para que eu entenda
>> exatamente a que você se refere? (embora trabalhe há muitos anos sobre
>> lógica paraconsistente e lógicas multivaloradas, confesso que
>> desconheço completamente as publicações às quais você estaria se
>> referindo)
>> 
>>> Mas até hoje não consigo compreender como as Lógicas ditas não-clássica
>>> (principalmente as não bi-valentes) conseguem, se apertadas, escapar de
>> tais
>>> interpretações. Um *terceiro valor de verdade*, nem falso, nem
>> verdadeiro, ou
>>> tudo-junto-ao-mesmo-tempo, é tudo que a Desconstrução e a *crítica*
>>> estético-literária precisa para invalidar qualquer coisa, porém agora
>> com o aval
>>> da Lógica, pois bastaria ajustar convenientemente seus próprios axiomas
>> e regras
>>> para se criar um sistema de Lógica Desconstrucionista perfeitamente
>> válido
>>> (obviamente, válido em tal sistema, como qualquer outro).
>> 
>> E o que seria esta "Lógica Desconstrucionista"?
>> 
>> 
>> JM
>> 
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Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico FAD 2
Ou, por exemplo, estudando um pouco de física antes de procurar fazer 
filosofia.   

Dou um exemplo de transposição que sempre me pareceu indevida: a partícula de 
Higgs é, a quatro dimensões, o par de Cooper em supercondutividade, este a 
três. Uma analogia tão arbitrária quanto as coisas de Derrida (de quem aliás 
não gosto nada). 

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On 06/12/2011, at 11:36, Joao Marcos  wrote:

>> Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde a 
>> *professora*
>> (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados, diga-se de 
>> passagem)
>> afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de medievalista, que a 
>> Ciência sempre foi
>> apenas um mito bem propagado (por isso as pessoas *acreditam* nas teorias 
>> científicas!)
>> e que as certezas da matemática não possuem mais exigências que, por 
>> exemplo, as
>> interpretações de um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa 
>> *desterritorialização* ou,
>> a meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso que 
>> Deleuze resolveu tirar
>> uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que mesmo que 
>> ele só falasse
>> asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, nisso sim ele acertou em 
>> cheio! - )
>> Teve uma vez que eu até tentei alertar tal *professora* que, se quisesse 
>> falar que a
>> objetividade lógica e científica é mito, pelo menos
>>  não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura da 
>> sala através
>> de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...
> 
> Justo.  Talvez houvesse menos bobagem no mundo, contudo, se quem fala
> sobre ciências naturais (incluindo matemáticos, cientistas da
> computação, e principalmente filósofos da ciência) fosse obrigado
> primeiro a cumprir um certo de número de horas montando experimentos
> em laboratório.
> 
>> No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e 
>> acredito que
>> todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras Lógicas 
>> não-clássicas
>> sendo utilizada junto com a Física Quântica e a Relatividade justamente ao 
>> lado do
>> Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e outras pluralidades esteticistas
> 
> Você pode mandar referências sobre estas coisas, para que eu entenda
> exatamente a que você se refere? (embora trabalhe há muitos anos sobre
> lógica paraconsistente e lógicas multivaloradas, confesso que
> desconheço completamente as publicações às quais você estaria se
> referindo)
> 
>> Mas até hoje não consigo compreender como as Lógicas ditas não-clássica
>> (principalmente as não bi-valentes) conseguem, se apertadas, escapar de tais
>> interpretações. Um *terceiro valor de verdade*, nem falso, nem verdadeiro, ou
>> tudo-junto-ao-mesmo-tempo, é tudo que a Desconstrução e a *crítica*
>> estético-literária precisa para invalidar qualquer coisa, porém agora com o 
>> aval
>> da Lógica, pois bastaria ajustar convenientemente seus próprios axiomas e 
>> regras
>> para se criar um sistema de Lógica Desconstrucionista perfeitamente válido
>> (obviamente, válido em tal sistema, como qualquer outro).
> 
> E o que seria esta "Lógica Desconstrucionista"?
> 
> 
> JM
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Re: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Rodrigo Podiacki
Concordo com você, Ricardo. É lamentável que pessoas troquem recadinhos
pessoais por meio desta lista. Falta semancol mesmo.

Em 6 de dezembro de 2011 11:57, Ricardo Pereira Tassinari <
rica...@cle.unicamp.br> escreveu:

> Prezados.
>
> Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
> menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
> apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um instrumento
> indispensável a quem quer se manter atualizado na área.
>
> Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
> explicando o porquê.
>
> Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista pública
> (atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
> internet) e se comportam como se estivessem em privativo.
>
> Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não recebêssemos
> todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
> haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
> com os outros).
>
> É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
> necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
> viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na página
> inicial da lista
>
> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
>
> com o endereço
>
> http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
>
> mas que também poderia ser
>
> http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)
>
> Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
> lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
> forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que contivesse
> apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente, na
> qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.
>
> Abraços,
> Ricardo.
> --
> Dr. Ricardo Pereira Tassinari
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Re: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Décio Krause
Ricardo
Eu diria que não compete ao moderador ou a quem quer que seja restringir os 
conteúdos do que vai pela lista. Você viu a beleza do argumento do ministro 
Toffoli sobre os programas de TV? Não encontro o link, mas foi legal. O mesmo 
se aplica aqui: nada de tutela do estado, do moderador, de quem quer que seja. 
Se não gosta da lista, caia fora. Mas espero que não, que fique. Depois, veja 
como as coisas são gozadas: eu estou gostando dessa discussão...então quero que 
ela fique. Quem tem razão?
Abraços,
Décio

--
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
--


Em 06/12/2011, às 11:57, Ricardo Pereira Tassinari  
escreveu:

> Prezados.
> 
> Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
> menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
> apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um instrumento
> indispensável a quem quer se manter atualizado na área.
> 
> Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
> explicando o porquê.
> 
> Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista pública
> (atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
> internet) e se comportam como se estivessem em privativo.
> 
> Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não recebêssemos
> todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
> haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
> com os outros).
> 
> É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
> necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
> viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na página
> inicial da lista
> 
> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> 
> com o endereço
> 
> http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
> 
> mas que também poderia ser
> 
> http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)
> 
> Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
> lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
> forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que contivesse
> apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente, na
> qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.
> 
> Abraços,
> Ricardo.
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[Logica-l] Why I am not an analytic philosopher

2011-12-06 Por tôpico Manuel Doria
Artigo muito lúcido e interessante do filósofo da ciência sul-africano
David Spurrett:

http://ukzn.academia.edu/DavidSpurrett/Papers/111032/Why_I_am_not_an_analytic_philosopher

Essas tradições devem ser vistas em termos de semelhança de família. Assim
como muita filosofia analítica é neo-escolasticismo às vezes tão hostil à
ciência quanto pós-modernistas, há muitas boas idéias que merecem ser
levadas a sério do velho mundo.

[ ]'s
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[Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Prezados.

Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um instrumento
indispensável a quem quer se manter atualizado na área.

Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
explicando o porquê.

Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista pública
(atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
internet) e se comportam como se estivessem em privativo.

Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não recebêssemos
todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
com os outros).

É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na página
inicial da lista

http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l

com o endereço

http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html

mas que também poderia ser

http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)

Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que contivesse
apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente, na
qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.

Abraços,
Ricardo.
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Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico Manuel Doria
Uma lógica desconstrucionista iria contra o espírito de Derrida

Sistemas axiomáticos são uma das manifestações mais supremas da
"logolatria" Ocidental

Uma "lógica desconstrucionista" seria um sistema trivial, anything goes.
Não teria o menor valor cognitivo.

Abraços.

2011/12/6 Joao Marcos 

> > Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde
> a *professora*
> > (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados,
> diga-se de passagem)
> > afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de medievalista, que a
> Ciência sempre foi
> > apenas um mito bem propagado (por isso as pessoas *acreditam* nas
> teorias científicas!)
> > e que as certezas da matemática não possuem mais exigências que, por
> exemplo, as
> > interpretações de um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa
> *desterritorialização* ou,
> > a meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso
> que Deleuze resolveu tirar
> > uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que mesmo
> que ele só falasse
> > asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, nisso sim ele
> acertou em cheio! - )
> > Teve uma vez que eu até tentei alertar tal *professora* que, se quisesse
> falar que a
> > objetividade lógica e científica é mito, pelo menos
> >  não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura
> da sala através
> > de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...
>
> Justo.  Talvez houvesse menos bobagem no mundo, contudo, se quem fala
> sobre ciências naturais (incluindo matemáticos, cientistas da
> computação, e principalmente filósofos da ciência) fosse obrigado
> primeiro a cumprir um certo de número de horas montando experimentos
> em laboratório.
>
> > No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e
> acredito que
> > todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras Lógicas
> não-clássicas
> > sendo utilizada junto com a Física Quântica e a Relatividade justamente
> ao lado do
> > Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e outras pluralidades esteticistas
>
> Você pode mandar referências sobre estas coisas, para que eu entenda
> exatamente a que você se refere? (embora trabalhe há muitos anos sobre
> lógica paraconsistente e lógicas multivaloradas, confesso que
> desconheço completamente as publicações às quais você estaria se
> referindo)
>
> > Mas até hoje não consigo compreender como as Lógicas ditas não-clássica
> > (principalmente as não bi-valentes) conseguem, se apertadas, escapar de
> tais
> > interpretações. Um *terceiro valor de verdade*, nem falso, nem
> verdadeiro, ou
> > tudo-junto-ao-mesmo-tempo, é tudo que a Desconstrução e a *crítica*
> > estético-literária precisa para invalidar qualquer coisa, porém agora
> com o aval
> > da Lógica, pois bastaria ajustar convenientemente seus próprios axiomas
> e regras
> > para se criar um sistema de Lógica Desconstrucionista perfeitamente
> válido
> > (obviamente, válido em tal sistema, como qualquer outro).
>
> E o que seria esta "Lógica Desconstrucionista"?
>
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[Logica-l] Filosofia Continental

2011-12-06 Por tôpico Julio Fontana
Anthony Quinton aponta uma das mais importantes diferenças entre a filosofia 
analítica e a filosofia continental: "O desconstrucionismo de Derrida, segundo 
o qual tudo é texto, um texto susceptível de infindáveis interpretações livres, 
representa para os filósofos analíticos uma reductio ad absurdum da filosofia, 
dada a sua incompatibilidade com padrões de verdade, justificação ou 
consistência lógica. Transforma a filosofia não apenas num jogo, mas num jogo 
sem regras."


Julio Fontana
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Re: [Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico Joao Marcos
> Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde a 
> *professora*
> (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados, diga-se de 
> passagem)
> afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de medievalista, que a 
> Ciência sempre foi
> apenas um mito bem propagado (por isso as pessoas *acreditam* nas teorias 
> científicas!)
> e que as certezas da matemática não possuem mais exigências que, por exemplo, 
> as
> interpretações de um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa 
> *desterritorialização* ou,
> a meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso que 
> Deleuze resolveu tirar
> uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que mesmo que 
> ele só falasse
> asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, nisso sim ele acertou em 
> cheio! - )
> Teve uma vez que eu até tentei alertar tal *professora* que, se quisesse 
> falar que a
> objetividade lógica e científica é mito, pelo menos
>  não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura da 
> sala através
> de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...

Justo.  Talvez houvesse menos bobagem no mundo, contudo, se quem fala
sobre ciências naturais (incluindo matemáticos, cientistas da
computação, e principalmente filósofos da ciência) fosse obrigado
primeiro a cumprir um certo de número de horas montando experimentos
em laboratório.

> No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e 
> acredito que
> todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras Lógicas 
> não-clássicas
> sendo utilizada junto com a Física Quântica e a Relatividade justamente ao 
> lado do
> Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e outras pluralidades esteticistas

Você pode mandar referências sobre estas coisas, para que eu entenda
exatamente a que você se refere? (embora trabalhe há muitos anos sobre
lógica paraconsistente e lógicas multivaloradas, confesso que
desconheço completamente as publicações às quais você estaria se
referindo)

> Mas até hoje não consigo compreender como as Lógicas ditas não-clássica
> (principalmente as não bi-valentes) conseguem, se apertadas, escapar de tais
> interpretações. Um *terceiro valor de verdade*, nem falso, nem verdadeiro, ou
> tudo-junto-ao-mesmo-tempo, é tudo que a Desconstrução e a *crítica*
> estético-literária precisa para invalidar qualquer coisa, porém agora com o 
> aval
> da Lógica, pois bastaria ajustar convenientemente seus próprios axiomas e 
> regras
> para se criar um sistema de Lógica Desconstrucionista perfeitamente válido
> (obviamente, válido em tal sistema, como qualquer outro).

E o que seria esta "Lógica Desconstrucionista"?


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[Logica-l] continentais x analiticos x paraconsistencia

2011-12-06 Por tôpico julio cesar
Olá Lista,

esse ataque contra a clareza e a objetividade lógica/científica é padrão e já 
virou clichê. Exigem eles um respeito incondicional à pluralidade e às opiniões 
divergentes mas desrespeitam completamente as pesquisas mais disciplinadas e 
organizadas. A meu ver, por excesso de pluralismo, grande parte de Filosofia 
(e, naturalmente, quase todas as Humanas, e infelizmente até as Exatas) hoje em 
dia não passa de cabide de emprego. Quando se trata de instituições 
não-privadas, é apenas pura e simplesmente desperdício de dinheiro público. 

*Meritocracia* é até palavra feia para muitos ali.

Eu cursava um mestrado interdisciplinar, numa universidade federal, onde a 
*professora*  (que era coordenadora do mestrado, e possuía dois pós-doutorados, 
diga-se de passagem) afirmava com todas as letras que Lógica é coisa de 
medievalista, que a Ciência sempre foi apenas um mito bem propagado (por isso 
as pessoas *acreditam* nas teorias científicas!) e que as certezas da 
matemática não possuem mais exigências que, por exemplo, as interpretações de 
um Deleuze sobre os rizomas da biologia (a famosa *desterritorialização* ou, a 
meu ver, o greencard filosófico pra falar besteira - às vezes penso que Deleuze 
resolveu tirar uma onda da academia pois sabia que o nível estava tão baixo que 
mesmo que ele só falasse asneira todo mundo ia levar a sério; se foi o caso, 
nisso sim ele acertou em cheio! - ) Teve uma vez que eu até tentei alertar tal 
*professora* que, se quisesse falar que a objetividade lógica e científica é 
mito, pelo menos
 não fazer isso enquanto liga o ar-condicionado e controla a temperatura da 
sala através de um controle remoto de precisão digital, mas ela não entendeu...

No entanto, tem outra questão interessante aqui. Já vi inúmeras vezes, e 
acredito que todos aqui já viram isso, a própria Paraconsistência e outras 
Lógicas não-clássicas sendo utilizada junto com a Física Quântica e a 
Relatividade justamente ao lado do Desconstrucionismo, Pós-Estruturalismo e 
outras pluralidades esteticistas como *prova* e justificativa de que a clareza 
e a objetividade são resquícios herdados de um longo e equivocado período de 
crença racionalista (!). 

Daí me pego pensando, que tipo de coisa em tais teorias fazem levar a tais 
conclusões?

Sendo mais chato, eu consigo entender que estão erradas as interpretações 
da Física Quântica e da Relatividade quando dizem que elas desferiram um golpe 
fatal na objetividade científica. Até onde entendo, isso é um absurdo. 

Mas até hoje não consigo compreender como as Lógicas ditas não-clássica 
(principalmente as não bi-valentes) conseguem, se apertadas, escapar de tais 
interpretações. Um *terceiro valor de verdade*, nem falso, nem verdadeiro, ou 
tudo-junto-ao-mesmo-tempo, é tudo que a Desconstrução e a *crítica* 
estético-literária precisa para invalidar qualquer coisa, porém agora com o 
aval da Lógica, pois bastaria ajustar convenientemente seus próprios axiomas e 
regras para se criar um sistema de Lógica Desconstrucionista perfeitamente 
válido (obviamente, válido em tal sistema, como qualquer outro).

Daí entra a questão, se até a Lógica é pluralista em seus fundamentos, em que 
devemos nos basear para identificar que esses sistemas de desconstrução estão 
equivocados? Eles não poderiam contra-atacar exatamente com o mesmo argumento? 

Não seria isso uma redução ao absurdo - clássica, naturalmente - contra a 
pluralidade da Lógica?
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Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-06 Por tôpico Decio Krause
Sim, já me debrucei sobre o Zaratustra. E sobre outras coisas e de outros 
autores, pois não sou assim tão distante ou ignorante. Mas não é o tipo de 
texto que eu ache claro ou que possa entender fácil como os que prefiro, como 
os livros do Shoenfield por exemplo (?? fácil? Mais do que Derrida, para mim). 
Por exemplo, acho a frase do Derrida "il n'ya a pas de hors-texte" inspiradora 
para um papo de boteco. Mas ontem eu estava lendo de novo o artigo do Tarski, o 
primeiro do livro "Undecidable Theories". Claro e preciso. Prefiro assim. Coisa 
de gosto, por certo. Assim, não discuto Nietsche ou Derrida, mas vejo besteira 
nos textos da nossa colega escritora. Estou errado? 
Abraço
D.

Decio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
deciokrause[at]gmail.com
www.cfh.ufsc.br/~dkrause

"He [God] will never choose among indiscernibles"
(G.W.Leibniz)
[But] He (God) would never choose among discernibles too. (M. Franciotti)










Em 05/12/2011, às 21:15, Francisco Antonio Doria escreveu:

> Você já leu Nietzsche? Also Sprach Zarathustra é um poema; deu até letra pra 
> uma canção de Mahler, na Sinfonia no 3, Oh Mensch gib acht!
> 
> Meu gosto em filosofia vai por aí. E Nietzsche foi um grande filósofo. 
> 
> 2011/12/5 Tony Marmo 
> Não desvalorizo. Mas, acho que é muito subjetivo e muito miscelânico o estilo 
> dela. Serve para fazer ficção, crônicas e jornalismo. Mas, não consigo ver 
> filosofia em trabalhos assim. 
> 
> Se ela se informa ou não antes de escrever as coisas não sei. Se se informa, 
> modifica muito o que lhe foi passado.
> 
> Não sei como o seu estilo de filosofar seria próximo do dela, todavia. Acho 
> que você gosta do que ela faz, mas não posso dizer que vocês tenham maneiras 
> de pensar muito próximos ou diferentes. 
> 
> Em 5 de dezembro de 2011 20:09, Francisco Antonio Doria  
> escreveu:
> 
> Por que vocês desvalorizam um estilo de pensar longe do de vcs, contraditório 
> ao de vcs?
> 
> É próximo, no entanto, ao meu. 
> 
> 
> 2011/12/5 Tony Marmo 
> Caro Décio,
> 
> O artigo que eu citei, em que ela tenta fazer metafísica dos gêneros, está
> no link:
> http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X201100024&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
> 
> O blog dela que tem outras produções no mesmo "estilo" ou "linha" é o
> seguinte:
> http://carlarodrigues.uol.com.br/
> 
> Todos os artigos dela, com ou sem referência à lógica, matemática ou outras
> ciências, parecem ser desse mesmo modo.
> 
> Nada contra a subjetividade, mas meus professores de teoria literária na
> Unicamp me diziam que somente com subjetividade não se faz crítica
> literária e me deram vários exemplos de "análises literárias" que não
> analisavam nada. Se ainda se acrescentar o império das miscelânias aos
> oceanos da subjetividade, não vejo filosofia nisso. Mas, enfim, respeito a
> moça que nem conheço e sua vontade de escrever sobre assuntos filosóficos.
> 
> Em 5 de dezembro de 2011 10:32, Decio Krause escreveu:
> 
> > Tony
> > Realmente incrível. Pode dar as referências? É sempre bom ter alguns
> > contra-exemplos na manga. A mulher é realmente incrível!!
> > D
> > 
> > Decio Krause
> > Departamento de Filosofia
> > Universidade Federal de Santa Catarina
> > 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
> > deciokrause[at]gmail.com
> > www.cfh.ufsc.br/~dkrause
> > 
> > "He [God] will never choose among indiscernibles"
> > (G.W.Leibniz)
> > [But] He (God) would never choose among discernibles too. (M. Franciotti)
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> > Em 05/12/2011, às 10:18, Tony Marmo escreveu:
> >
> > Colocadas as coisas assim, fica mais claro.
> >
> > Mas, voltando à Carla, que eu não conheço pessoalmente, parece ser do
> > estilo dela escrever artigos como o citado. Aqui vai um trecho de outro
> > artigo:
> >
> > A metafísica seria uma forma de pensar o múltiplo a partir do um, o outro a
> > partir do mesmo, o diferente a partir do idêntico, a alteridade como uma
> > alteração do mesmo, o diferente como uma degradação da identidade. É sob
> > essa inspiração que pretendo discutir a diferença sexual e a articulação
> > entre feminino - esse outro pensado na tradição a partir do mesmo -,
> > alteridade e ética.
> >
> > Partindo de proposições formuladas por Elizabeth Grosz, Tina Chanter e
> > Drucilla Cornell e em diálogo com Emmanuel Lévinas e Jacques Derrida, este
> > artigo articula feminilidade, neutralidade e o lugar da diferença sexual a
> > fim de pensar como, se o neutro se confunde ao masculino, e é anterior à
> > diferença sexual, então neutralidade e masculinidade se confundem e se
> > sobrepõem. A partir desse suposto neutro - que carrega nele a marca
> > implícita do masculino - a filosofia formula a pergunta "o que é", tomando
> > o neutro (masculino) como padrão para definir o outro (feminino) nu

Re: [Logica-l] As questões básicas

2011-12-06 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Merci :)

2011/12/6 Manuel Doria 

> Achei hoje por acaso um artigo da SEP sobre a morte em uma abordagem
> analítica:
>
> http://plato.stanford.edu/entries/death/
>
> Lista referências de gigantes como Derek Parfit, Thomas Nagel, Harry
> Frankfurt, John Rawls, Bernard Williams, Thomas Scanlon, etc.
>
> Abraços.
>
>
> 2011/12/6 Francisco Antonio Doria 
>
>> Epa! Filho contraditando o pai!!!
>>
>> I stand corrected, sir!
>>
>>
>> 2011/12/6 Manuel Doria 
>>
>>> Não é verdade, posso dar *n* contra exemplos
>>>
>>> Bertrand Russell mais de um século atrás escreveu um belo ensaio sobre o
>>> sentido da vida e a inevitabilidade da morte, "A Free Man's Worship"
>>>
>>>
>>> http://www.philosophicalsociety.com/Archives/A%20Free%20Man's%20Worship.htm
>>>
>>> Owen Flanagan em um livro recente desenvolve, com farto amparo empírico,
>>> uma investigação sobre o que fazem vidas serem significativas em "The
>>> Really Hard Problem: Meaning In a Material World" e nomeia tentativamente
>>> como "eudaimonics" o nosso estudo científico interdisciplinar de well-being:
>>>
>>> http://www.amazon.com/Really-Hard-Problem-Material-Bradford/dp/026206264X
>>>
>>> Steven Luper possui uma breve antologia "The Philosophy Of Death",
>>> também disponível traduzida em português:
>>>
>>> http://www.amazon.com/Philosophy-Death-Steven-Luper/dp/0521709121
>>>
>>> http://www.travessa.com.br/A_FILOSOFIA_DA_MORTE/artigo/65220fa8-4b65-4237-970d-5158f3ca5146
>>>
>>> Thomas Hurka, Alasdair MacIntyre, Robert Merrihew Adams, Richard Taylor
>>> já digressaram muito, de pontos de vistas muito diferentes, sobre o que
>>> constitui uma vida que valha a pena de ser vivida. No extremo, temos David
>>> Benatar, um utilitarista sul-africano que defende que nenhuma vida valha a
>>> pena de ser vivida.
>>>
>>> Vida e morte foram investigadas imensamente por filósofos da tradição
>>> anglo-austro-americana, em especial em filosofia moral.
>>>
>>> Abraços.
>>>
>>> 2011/12/5 Francisco Antonio Doria 
>>>
 As questões básicas são a vida e a morte, e sobre elas a filosofia
 analítica não diz nada. Esse meu ponto.

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Re: [Logica-l] As questões básicas

2011-12-06 Por tôpico Manuel Doria
Achei hoje por acaso um artigo da SEP sobre a morte em uma abordagem
analítica:

http://plato.stanford.edu/entries/death/

Lista referências de gigantes como Derek Parfit, Thomas Nagel, Harry
Frankfurt, John Rawls, Bernard Williams, Thomas Scanlon, etc.

Abraços.

2011/12/6 Francisco Antonio Doria 

> Epa! Filho contraditando o pai!!!
>
> I stand corrected, sir!
>
>
> 2011/12/6 Manuel Doria 
>
>> Não é verdade, posso dar *n* contra exemplos
>>
>> Bertrand Russell mais de um século atrás escreveu um belo ensaio sobre o
>> sentido da vida e a inevitabilidade da morte, "A Free Man's Worship"
>>
>>
>> http://www.philosophicalsociety.com/Archives/A%20Free%20Man's%20Worship.htm
>>
>> Owen Flanagan em um livro recente desenvolve, com farto amparo empírico,
>> uma investigação sobre o que fazem vidas serem significativas em "The
>> Really Hard Problem: Meaning In a Material World" e nomeia tentativamente
>> como "eudaimonics" o nosso estudo científico interdisciplinar de well-being:
>>
>> http://www.amazon.com/Really-Hard-Problem-Material-Bradford/dp/026206264X
>>
>> Steven Luper possui uma breve antologia "The Philosophy Of Death", também
>> disponível traduzida em português:
>>
>> http://www.amazon.com/Philosophy-Death-Steven-Luper/dp/0521709121
>>
>> http://www.travessa.com.br/A_FILOSOFIA_DA_MORTE/artigo/65220fa8-4b65-4237-970d-5158f3ca5146
>>
>> Thomas Hurka, Alasdair MacIntyre, Robert Merrihew Adams, Richard Taylor
>> já digressaram muito, de pontos de vistas muito diferentes, sobre o que
>> constitui uma vida que valha a pena de ser vivida. No extremo, temos David
>> Benatar, um utilitarista sul-africano que defende que nenhuma vida valha a
>> pena de ser vivida.
>>
>> Vida e morte foram investigadas imensamente por filósofos da tradição
>> anglo-austro-americana, em especial em filosofia moral.
>>
>> Abraços.
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Re: [Logica-l] As questões básicas

2011-12-06 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Epa! Filho contraditando o pai!!!

I stand corrected, sir!

2011/12/6 Manuel Doria 

> Não é verdade, posso dar *n* contra exemplos
>
> Bertrand Russell mais de um século atrás escreveu um belo ensaio sobre o
> sentido da vida e a inevitabilidade da morte, "A Free Man's Worship"
>
> http://www.philosophicalsociety.com/Archives/A%20Free%20Man's%20Worship.htm
>
> Owen Flanagan em um livro recente desenvolve, com farto amparo empírico,
> uma investigação sobre o que fazem vidas serem significativas em "The
> Really Hard Problem: Meaning In a Material World" e nomeia tentativamente
> como "eudaimonics" o nosso estudo científico interdisciplinar de well-being:
>
> http://www.amazon.com/Really-Hard-Problem-Material-Bradford/dp/026206264X
>
> Steven Luper possui uma breve antologia "The Philosophy Of Death", também
> disponível traduzida em português:
>
> http://www.amazon.com/Philosophy-Death-Steven-Luper/dp/0521709121
>
> http://www.travessa.com.br/A_FILOSOFIA_DA_MORTE/artigo/65220fa8-4b65-4237-970d-5158f3ca5146
>
> Thomas Hurka, Alasdair MacIntyre, Robert Merrihew Adams, Richard Taylor já
> digressaram muito, de pontos de vistas muito diferentes, sobre o que
> constitui uma vida que valha a pena de ser vivida. No extremo, temos David
> Benatar, um utilitarista sul-africano que defende que nenhuma vida valha a
> pena de ser vivida.
>
> Vida e morte foram investigadas imensamente por filósofos da tradição
> anglo-austro-americana, em especial em filosofia moral.
>
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