Pois é. Depois de falar do fluxograma, eu pensei que expressar as
regras como texto ficaria mais acessível e fácil para modificar e
criticar. Se quiser podemos trabalhar juntos. Acho que há regras que
valem para ambos os ambientes, então o fluxograma/regras poderiam ser
fundidos num só. Segue um rascunho inicial das coisas que eu disse
anteriormente. Opiniões para melhorias são bem-vindas.

A classificação de uma via é a primeira das regras a seguir que pode
ser validada presencialmente ou por fontes oficiais (do DETRAN ou do
governo):
1. Se tiver degraus, é do tipo "highway=steps" (importante para cadeirantes);
2. Se tiver sinalização de ciclovia, então:
2.1. Se for apenas uma faixa sem separação física de outra via a não
ser a sinalização, a via principal recebe a tag "cyclelane=lane";
2.2. Se houver alguma separação física (por exemplo, com tachões), mas
a ciclovia acompanhar a via principal, a via principal recebe a tag
"cycleway=track";
2.3. Se a via for independente de outras vias, é mapeada separadamente
com "highway=cycleway";
3. Se for larga como uma rua, tiver nome e for proibida para veículos,
é "highway=pedestrian";
4. Se for estreita demais e/ou inacessível por carros, então:
4.1. Se tiver uma superfície sólida (asfalto, concreto, lajotas ou
paralelepípedos - mas não brita ou terra ou grama), é
"highway=footway" (ver observação 1 abaixo);
4.2. Caso contrário, é "highway=path";
5. Se tiver regularmente crianças brincando ou pessoas andando no
caminho dos carros, é "living_street" (se aplica ao interior de vilas
e favelas);
6. Se for usável por carros e não tiver superfície sólida, é
"highway=track" (ver observação 2 abaixo);
7. Se a velocidade máxima for acima de 80km/h, é "highway=motorway";
8. Se não for uma via estritamente pública (ou seja, que conduz a
estabelecimentos comerciais ou a entradas de serviço), é
"highway=service";
9. Se for rodovia nacional ou via expressa urbana (80km/h), é "highway=trunk";
10. Se for rodovia estadual (80km/h) ou via arterial urbana (60km/h),
é "highway=primary";
11. Se for rodovia intermunicipal (80km/h) (administrada por alguma
prefeitura mas ligando duas cidades) ou for preferencial sobre outras
terciárias/residenciais/não-classificadas urbanas, é
"highway=secondary";
12. Se for preferencial sobre outras residenciais/não-classificadas
urbanas, é "highway=tertiary";
13. Se for em área não urbana sem residências próximas (apenas campo
ou fazendas), ou em área urbana não residencial (área desabitada,
industrial ou exclusivamente comercial), é "highway=unclassified";
14. Se não for nenhuma das anteriores, é "highway=residential".

Observação 1: isso se aplica a calçadas também. Sei que a equipe do
OpenTripPlanner é a favor de representar calçadas como vias
independentes para que o planejamento de rotas de pedestre (e
principalmente de cadeirantes) se aplique a todas as situações
possíveis. Mas poucos têm mapeado calçadas assim ainda.

Observação 2: esse pode ser um ponto polêmico. Acho interessante usar
"highway=track" nas estradas de terra para dar uma referência tanto
lógica quanto visual. Para muitas pessoas isso chega a ser mais
importante do que a classificação como rodovias ou vias arteriais, e
certamente é útil ao usar o mapa para planejamento urbano. Pense da
seguinte forma: se você tiver dois caminhos, um asfaltado e outro não,
lado a lado, você provavelmente vai preferir passar pelo asfaltado se
tiver um tamanho similar, certo?

Não cheguei a pensar ainda se uma "fonte oficial" é preferencialmente
o DETRAN, o DENATRAN ou o DER. Ou o IBGE. Teria que ver a
qualidade/recência dos dados que eles oferecem. O que vocês acham?

Essas regras não incluem outros tipos de vias, como ferrovias,
monotrilhos, hidrovias. Mas para essas, há pouquíssimas ambiguidades.
Mas se quiserem, podemos colocar aqui também para ficar bem completo.

2013/5/17 Pedro Geaquinto <pedrodi...@gmail.com>:
> Concordo com vocês que o conceito de importância é subjetivo, mas acho que
> nisso o OSM pode contornar, já que é um projeto colaborativo. Inicialmente,
> reconheço as vias BR-0xx e BR-1xx como muito importantes, mas devemos
> discutir.
>
> Já montei os dois fluxogramas, o com os conceitos atuais e o com os meus, só
> falta desenhar no computador. Infelizmente tenho pouco tempo disponível...
>
> Tive a idéia de separar os parâmetros como: físicos (número de faixas,
> pavimetação, canteiro, etc); verificáveis (paralelismo a outras vias, acesso
> a cidades pequenas) e discutíveis (importância de vias). O interessante é
> que no caso dos parâmetros físicos, pode-se colocar em todos os casos um
> "predominante" antes da pergunta. Por exemplo, uma primary de 100km que não
> tem acostamento durante 500m, não precisa ter um buraco em secondary, é
> interessante manter a continuidade da via.
>
> Mais tarde faço um semelhante para meios urbanos, onde temos menos
> divergências.
>
> Quanto às velocidades máximas, acho que são bons indicadores, mas não devem
> ser utilizados como parâmetros definitivos no mapeamento. Antigamente havia
> essas sugestões na wiki, mas acho que foram retiradas.
>
> Um abraço.
>
> On May 17, 2013 1:14 PM, "Fernando Trebien" <fernando.treb...@gmail.com>
> wrote:
>
> Tem mais uma coisa a ser considerada: duas vias longas, duplicadas,
> com boa sinalização, com bom asfalto, mas uma sendo rodovia nacional e
> outra sendo rodovia estadual, devem ser classificadas da mesma forma?
> Penso no que seria mais útil para alguém que estiver vendo o mapa com
> a ampliação mais afastada. Já vi alguns mapas brasileiros fazendo uma
> distinção visual entre os dois tipos. No OpenStreetMap, acho que a
> intenção original era que as nacionais fossem "motorway" porque em
> países desenvolvidos as rodovias nacionais geralmente são de alta
> velocidade (100km/h ou mais) e que "primary" fosse usada para as
> demais em meio rural (geralmente de administração local) ou para
> arteriais em meio urbano. Primary seria igual para esses dois casos
> porque uma primária rural tende a virar uma arterial urbana quando a
> cidade cresce.
>
> As "trunk" parecem ter sido introduzidas para vias "regionais" para
> diferenciar das nacionais e também das arteriais urbanas ou primárias
> rurais (geralmente pequenas e de administração local). Nesses países,
> as "trunk" seriam normalmente de velocidade menor que as "motorway".
> Mas a velocidade menor deles é praticamente a nossa velocidade padrão,
> então por comparação, a maioria das nossas rodovias nacionais seriam
> "trunk", exceto as que são verdadeiramente autoestradas (100km/h ou
> mais). As estaduais também, e daí acho subjetivo optar por uma
> diferenciação (usando primary) ou deixar a mesma classificação (porque
> as vias têm as mesmas características exceto pelo responsável pela
> administração).
>
> No wiki, há um artigo listando a velocidade máxima esperada para cada
> tipo de via, fazendo distinção entre a aplicação em meio urbano e
> rural: http://wiki.openstreetmap.org/wiki/OSM_tags_for_routing/Maxspeed
>
> Essa distinção é feita assumindo que os bairros da cidade são
> (multi-)polígonos com a tag place= e que o que é meio rural é que não
> está dentro dos bairros.
>
> Se é assim, então não teria problema em classificar as estaduais como
> primárias, e as intermunicipais (de administração municipal) como
> secundárias. O dispositivo de GPS (ou o pré-processamento dos mapas
> para um dispositivo desses) deveria atribuir a velocidade média
> seguindo o critério descrito nessa página, que é a adotada pela
> comunidade. Agora se não houver essa premissa, daí eu concordaria que
> estaduas e nacionais deveriam ser trunk sempre devido à alta
> velocidade e à estrutura (formato e controle de acesso) que suporta
> essa alta velocidade em todo o percurso da via.
>
> 2013/5/17 Fernando Trebien <fernando.treb...@gmail.com>:
>
>> Em concordo com você em quase tudo, Gerard. Primeiramente, acho que
>> quem faz o mapa tem que pens...
>
>
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Fernando Trebien
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"The speed of software halves every 18 months." (Gates' law)

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