Caro Renato,

Repensando nossa discussão, acredito que o cerne de sua crítica -- a 
definição das histórias como "mito" -- depende muito do que o 
próprio McClure considera como "mito".
Já no início da conversa forneci minha própria interpretação do que 
o termo significaria no trabalho do pesquisador, mas é evidente que 
apenas o próprio poderia esclarecer com segurança o ponto.
Além daí, penso que podemos concordar em discordar. E fico no 
aguardo de ensaios e críticas suas, se forem como esta nossa 
conversa, estou certo de que serão muito interessantes. Embora 
desconfie que discordarei completamente!

Um sincero abraço,

Mori

--- Em ufoburn@yahoogrupos.com.br, "Renato Cezar" <[EMAIL PROTECTED]> 
escreveu
>
> Olá, Kentaro,
> 
> >Renato, você contestou que McClure apresentasse dados concretos.
> >Indiquei que a leitura de seu trabalho indica diversos dados
> >concretos, como as qualificações e dados biográficos corretos de
> >personagens centrais na criação e divulgação de tais histórias.
> >Não as imputava necessariamente à "compravação de fraudes". Apenas
> >indicava que você parece não compreender elementos básicos da
> >pesquisa que critica, que repetindo, contém diversos dados 
concretos.
> 
> Entendo que foi por causa de minha crítica que você separou uma 
coisa 
> da outra, mas o fiz por analisar o que achei problemático, nem de 
> longe pensando em desvinculação. Contudo, se devo aceitar que 
estas 
> informações isoladas são "dados concretos", então opino que elas 
são 
> tão corrigíveis quanto pretenderam ter corrigido os "dados 
concretos" 
> dos autores criticados. 
> 
> >> >as fraudes do Projeto Urano,
> >>
> >> Não considerando a qualidade quase pífia da pesquisa inteira de
> >> McClure, por apenas citar outros autores e alegadamente ter
> >escrito
> >> alguma carta ou dado algum telefonema,
> >
> >Repetindo ainda outra vez, se você lesse a pesquisa, teria lido 
que
> >já na _introdução_, McClure escreve:
> >http://www.ceticismoaberto.com/ufologia/ufosnazistas00.htm
> >"Minha intenção em criar esta 'primeira investigação' do mito de
> >UFOs nazistas
> 
> Imagine se contra seu site fosse *publicada* uma crítica, que já 
pelo 
> título o classificasse de mito, que se justificasse por ser apenas 
> uma 'primeira investigação' ainda não inteiramente conclusiva, e 
que 
> contra qualquer defesa sua o desafiassem a comprovar rigorosamente 
> cada dado de cada um dos artigos lá existentes. Acho que você 
> reconheceria um certo desequilíbrio nesta atitude.
> 
> >é tornar disponível, em um só lugar, as fontes
> >principais para todos os relatos e alegações que parecem 
pertinentes
> >e dos quais - é claro - eu tenho conhecimento. Estou seguro que
> >haverá mais. Não tenha nenhuma pretensão de ter feito todo esse
> >trabalho sozinho, ou de ter qualquer tipo de monopólio sobre o
> >assunto. Se outros quiserem usar este trabalho como uma base para
> >buscar por sua própria pesquisa, eu estarei mais que satisfeito. 
Se
> >citei ou adotei o trabalho de qualquer outra pessoa sem creditá-
la,
> >por favor aceite minhas desculpas."
> 
> Esta admissão da incipiência (precariedade) de sua pesquisa, o 
autor 
> não o faz somente na introdução, mas incoerentemente a considera 
> suficiente para passar ao público que trata-se de um mito.
> 
> >Se você se importasse em pesquisar mais sobre os UFOs nazistas, e 
a
> >pesquisa de McClure, saberia que ele já havia publicado um 
trabalho
> >preliminar anteriormente, e que publicou um outro posteriormente, 
e
> >que provavelmente deve publicar novos trabalhos à medida em que 
sua
> >pesquisa revele novas descobertas.
> 
> Kentaro, o problema é de credibilidade. Mesmo futuramente, se o 
autor 
> mantiver o discurso refratário, apenas céticos lhe darão crédito 
sem 
> rigorosa comprovação dos "dados concretos" apresentados, enquanto 
o 
> público inocente talvez seja ainda mais desrespeitado se o título 
> da "pesquisa" contiver alguma outra palavra ainda mais incisiva, 
tal 
> como "farsa". 
> 
> >Nada ridículo. Se você criasse uma fraude, eu a publicasse em meu
> >site, e você revelasse ter inventado tudo, eu teria publicado uma
> >fraude comprovada. Admitiria tal prontamente.
> 
> Desculpe, mas acho mais provável que você investigaria bem para 
> certificar-se de ser mesmo invenção. Talvez fizesse recair sobre 
mim 
> o ônus da prova... :)
> 
> >Não, Renato, se você ler com atenção verá que o relato original 
foi
> >distorcido e exagerado, sensacionalizado, para chamar a atenção.
> >Isso é concreto, e foi resultado de uma busca exaustiva em 
inúmeros
> >arquivos por parte dos únicos pesquisadores que têm abordado a
> >questão dos "foo fighters" com seriedade.
> 
> O problema é que, vindo a pesquisa de céticos refratários, eu não 
> confio nos dados deles, tanto quanto eles não confiaram no dos 
> autores criticados. Especificamente, não confiaria *no 
significado* 
> dos dados, mesmo que os considerasse realmente concretos, pois 
> poderiam ser apenas *parte* dos dados realmente disponíveis à 
> pesquisa, inadvertidamente filtrados pela intenção refratária. 
> 
> >> Lembremo-nos que estamos discutindo *comprovação* de fraudes.
> >
> >Se você considerar suficiente o fato de que Massey nunca existiu,
> >então sim, ele _é_ uma fraude.
> 
> Erro não evidencia fraude. Eu não sei se Massey existiu. O autor 
não 
> parece seguro. Você parece. Se nenhum de nós tenta impor sua 
> apreciação à força de provas, estamos equilibrados.
> 
> >>>ou o fato de que um dos
> >>>principais livros nesses mitos é de autoria de Ernst Zundel, 
neo-
> >>>nazista já preso que nega a ocorrência do holocausto judeu.
> >>
> >>Ou seja, aqui o raciocínio cético seria o de que, como Zundel 
nega
> >>o holocausto, então o que ele relata sobre ufos nazistas em seus
> >>livros deve ser falso. Eis um evidente sofisma em que um erro 
(para
> >muitos apenas suposto) comprova outro erro, por mera co-autoria.
> >
> >Novamente, devo lembrar que você negou que McClure apresentasse
> >dados concretos, e em resposta a isto eu mencionei diversos que
> >podem ser encontrados na referida pesquisa. Não pretendia que 
todos
> >eles necessariamente estivessem envolvidos na "comprovação de
> >fraudes", sobre as quais lhe indiquei a leitura de uma seção
> >dedicada inteiramente a elas
> 
> Certo, já comentei sobre esta vinculação no início. Mas a 
impressão 
> de sofisma foi forte.
> 
> >http://www.ceticismoaberto.com/ufologia/ufosnazistas06.htm
> >Agora, se for interessante, se você lesse a seção em que McClure
> >menciona Zundel, leria:
> 
> ...Só observando que você tem usado este recurso de sugerir que eu 
> não li o texto. Por mim tudo bem.
> 
> >http://www.ceticismoaberto.com/ufologia/ufosnazistas08.htm
> >"Sem duvidar da sinceridade subjacente de Zundel em promover as
> >realizações de tempo de guerra alemãs, um relato de comentários 
que
> >ele supostamente fez a Frank Miele pode refletir bem a atitude 
dele
> >para com seus leitores. Miele cita Zundel como dizendo
> >"Eu percebi que americanos não estavam interessados em ser 
educados.
> >eles querem ser entretidos. O livro era para diversão. Com uma
> >imagem do Fuhrer na capa e discos voadores saindo Antártida era 
uma
> >chance de ir a talk shows no rádio e na TV. Durante 
aproximadamente
> >15 minutos de um programa de uma hora eu falaria sobre aquela 
coisa
> >esotérica. Então eu começaria a falar sobre todos aqueles 
cientistas
> >judeus em campos de concentração, trabalhando nestas armas 
secretas.
> >E essa era minha chance de falar sobre o que eu queria." [71]
> >O que quer que seja verdade sobre Zundel, acredito que posso dizer
> >seguramente que o trabalho dele não faz nenhuma contribuição 
efetiva
> >ao debate de 'UFOs Nazistas'. Mas isso não significa que ele não
> >influenciou seu desenvolvimento, ou que outros menos sagazes que
> >ele, mas com crenças semelhantes, não se envolveram no tema porque
> >acreditam no que ele disse."
> 
> "Dados concretos": Miele acredita em Zundel. McClure acredita em 
> Miele. Pesquisa realizada. Fim.
> 
> >>O que eu quis dizer é que, como a dúvida é uma
> >> função intelectual, então ela é sempre razoável (RACIONAL).
> >
> >Você se expressou bem. É exatamente isto que penso ser nada 
razoável.
> 
> Ok. Desculpe o comentário pouco relacionado ao caso. 
> 
> >Se você ler o ensaio que pede permissão para criticar mais abaixo,
> >verá que Truzzi apresenta basicamente os mesmos argumentos e
> >críticas que você expôs. É por isso que cortei sua mensagem.
> 
> Se achou justo, tudo bem. Estudei mais detidamente o texto de 
Truzzi 
> e vejo que de modo algum a similaridade de argumentos corresponde 
à 
> similaridade de intenção. De fato ele foi bem intencionado, até 
> louvável, mas não fez muito mais que travestir o lobo em cordeiro. 
> Seu ceticismo zetético pode enganar ainda mais, por ser mais 
sutil. 
> Tentarei explicar isto em breve.
> 
> >Não somos nem de longe os primeiros a discutir tais questões, e eu
> >mesmo já os discuti à exaustão em outras ocasiões. Você
> >provavelmente também.
> 
> Não, minha área é mais a teologia. Mas assumo a defesa da fé, ou 
da 
> crença, em qualquer campo.
> 
> >Não há nada de novo aqui.
> >É um dos motivos pelo qual há textos de auto-crítica como o de
> >Truzzi em CeticismoAberto -- eu mesmo o traduzi ao português.
> 
> Sabe como é autocrítica - algo capcioso. Importantíssimo de fazer, 
> mas melhor creditável pelo reconhecimento alheio.
> 
> >>>- Sobre o Pseudo-ceticismo
> >>>http://www.ceticismoaberto.com/ceticismo/truzzi.htm
> >>
> >> Gostaria de lhe pedir permissão para criticar este ensaio (e
> >> possivelmente ainda outros de seu site) em minhas próprias 
páginas.
> >
> >Renato, sinta-se em casa para exercitar seu ceticismo e julgamento
> >crítico. Eventualmente seria eu a lhe solicitar permissão para
> >reproduzir suas críticas em meu website.
> 
> Muito obrigado, Kentaro.
> 
> >Hesito em contestar suas mensagens, ainda mais da forma direta 
como
> >ando fazendo, porque estamos discutindo em público. Assim nossas
> >discordâncias só se acentuam, com a idéia de que alguém deve estar
> >certo, e o outro errado.
> 
> Eu não diria alguém, mas algum de nossos posicionamentos. E os 
> julgamentos disto seriam variados, de qualquer modo.
> 
> >Você é evidentemente inteligente e perspicaz, e faz diversos
> >questionamentos pertinentes. Todavia, rogo-lhe para que olhe com
> >mais carinho o trabalho que venho fazendo, e os trabalhos que
> >divulgo.
> 
> Acho surpreendente, este pedido, mas prometo que assim farei, 
> doravante. Ainda mais como estes elogios... :)
> 
> >Você admitidamente hesitou em sequer ler o trabalho de McClure,
> 
> Uêpa!  :)
> 
> >mas
> >espero que veja que o próprio reconhece suas limitações -- ainda 
que
> >seu limitado trabalho seja o melhor dossiê sobre o tema já
> >compilado.
> 
> Espero ter deixado clara minha opinião de que o problema está 
> justamente nesta conciliação entre limitação e suficiência.
> 
>  Enquanto o ensaio de Truzzi, por exemplo, poderia ter
> >sido escrito por você. Concordando ou não, peço que tome isto como
> >um elogio.
> 
> Muitíssimo obrigado. Vindo de você, já o aceito como um elogio 
> sincero e gabaritado.
> 
> Um abração,
> 
> Renato
>








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