Oi, Tony!

2012/4/6 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com>:
> A questão é a seguinte: se você quer discutir uma teoria da medicina ou de
> outra ciência, você deve discutir primeiro o que a teoria diz de fato e NÃO
> o que outros imaginam que ela diga. Por exemplo, os homeopatas NÃO dizem que
> o remédio homeopático tenha a substância. Aliás, eles admitem, como é óbvio,
> que após as diluições não resta mais a substância. Eles NÃO afirmam que seja
> a presença da substância que promova a cura.

Concordo. Espero não ter dado a entender o contrário.

> Mas, eles também NÃO dizem que seja qualquer diluição feita de qualquer
> jeito de qualquer coisa funcione como remédio. Por exemplo, despejar uma
> pílula de aspirina num balde d'água ou numa piscina não faz um remédio
> homeopático. Há uma técnica que eles recomendam para fazer as diluições e
> fora dessa técnica as diluições não funcionariam. Outra coisa: os homeopatas
> NÃO dizem que fazendo diluições indefinidamente sempre se terá um remédio
> homeopático. Existe um limite na escala de diluições a partir do qual não se
> obtém mais remédio.

Entendo. Como falei, concordo com vc no trecho anterior.
:-)

> Eles SIM dizem que remédios feitos a partir destas ultra-diluições
> "potencializadas" ou "energizadas" de acordo com a técnica deles podem
> induzir uma pessoa saudável a ter sintomas ou mesmo matá-la, e curar uma
> pessoa doente que tiver os sintomas-alvo. Eles dizem isto não com base na
> física ou na química modernas, mas com base em experiência de tratamento de
> pacientes ou de pessoas que tomaram experimentalmente os remédios
> homeopáticos. Mais: os sintomas não são os únicos parâmetros para prescrever
> os remédios. Na verdade, o médico tem de considerar outras característica
> individuais do paciente.

Na minha humilde opinião, a Homeopatia carece de suporte experimental.
Se a teoria pretende explicar/melhorar os procedimentos de cura, me
parece claro que o ponto de partida seria um grau de certeza
"razoável" sobre a eficiência esperada da técnica em questão, mesmo
que ainda estejam pendentes as confirmações. Parece-me que os
experimentos que já ocorreram falam contra a Homeopatia, restando,
claro, a possibilidade de realização de novos experimentos.

De maneira mais subjetiva, poderia dizer que vejo a homeopatia como
uma "teoria" flutuante, onde as bases que seriam o suporte da teoria
há muito deixaram de existir.
Voltando à minha proposta, como maneira de tentar tornar o assunto
mais pertinente à lista, deixo a pergunta: como faríamos para
considerar a homeopatia de maneira lógica?

Me parece que há pelo menos 3 pontos a serem debatidos (e sobre os
quais provavelmente já há bastante material na net):

1 - Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios homeopáticos?

2 - Há alguma inconsistência interna à teoria?

3 - Ela faz alguma predição testável?

Isso deixando de lado o meu "feeling" sobre o status flutuante da
teoria, que além de ser uma opinião confessadamente pessoal minha,
provavelmente iria requerer bastante trabalho para ser debatida de
maneira produtiva.


-- 

[]'s ...and justice for all.

Ricardo Gentil de Araújo Pereira
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