Oi Ricardo,

acho que não há nenhuma chance de todo mundo aqui concordar com
relação ao seu ponto 1... sob o ponto de vista de alguns a gente tem
pelo menos duas curas passíveis de serem atribuídas à homeopatia: a do
Tony e a minha - uma sinusite crônica, que eu acabei não contando a
história -, mas sob o ponto de vista de outros nem estas... Por isto é
que eu já tinha desistido de qualquer possibilidade de consenso desde
o início, e em

  http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-April/007585.html

eu já estava propondo que a gente tentasse entender onde a gente
empaca, e fizesse isto mapeando posições...

  [[]],
    Eduardo


On Fri, Apr 6, 2012 at 12:23 PM, Ricardo Pereira <rha...@gmail.com> wrote:
> Oi, Tony!
>
> 2012/4/6 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com>:
>> A questão é a seguinte: se você quer discutir uma teoria da medicina ou de
>> outra ciência, você deve discutir primeiro o que a teoria diz de fato e NÃO
>> o que outros imaginam que ela diga. Por exemplo, os homeopatas NÃO dizem que
>> o remédio homeopático tenha a substância. Aliás, eles admitem, como é óbvio,
>> que após as diluições não resta mais a substância. Eles NÃO afirmam que seja
>> a presença da substância que promova a cura.
>
> Concordo. Espero não ter dado a entender o contrário.
>
>> Mas, eles também NÃO dizem que seja qualquer diluição feita de qualquer
>> jeito de qualquer coisa funcione como remédio. Por exemplo, despejar uma
>> pílula de aspirina num balde d'água ou numa piscina não faz um remédio
>> homeopático. Há uma técnica que eles recomendam para fazer as diluições e
>> fora dessa técnica as diluições não funcionariam. Outra coisa: os homeopatas
>> NÃO dizem que fazendo diluições indefinidamente sempre se terá um remédio
>> homeopático. Existe um limite na escala de diluições a partir do qual não se
>> obtém mais remédio.
>
> Entendo. Como falei, concordo com vc no trecho anterior.
> :-)
>
>> Eles SIM dizem que remédios feitos a partir destas ultra-diluições
>> "potencializadas" ou "energizadas" de acordo com a técnica deles podem
>> induzir uma pessoa saudável a ter sintomas ou mesmo matá-la, e curar uma
>> pessoa doente que tiver os sintomas-alvo. Eles dizem isto não com base na
>> física ou na química modernas, mas com base em experiência de tratamento de
>> pacientes ou de pessoas que tomaram experimentalmente os remédios
>> homeopáticos. Mais: os sintomas não são os únicos parâmetros para prescrever
>> os remédios. Na verdade, o médico tem de considerar outras característica
>> individuais do paciente.
>
> Na minha humilde opinião, a Homeopatia carece de suporte experimental.
> Se a teoria pretende explicar/melhorar os procedimentos de cura, me
> parece claro que o ponto de partida seria um grau de certeza
> "razoável" sobre a eficiência esperada da técnica em questão, mesmo
> que ainda estejam pendentes as confirmações. Parece-me que os
> experimentos que já ocorreram falam contra a Homeopatia, restando,
> claro, a possibilidade de realização de novos experimentos.
>
> De maneira mais subjetiva, poderia dizer que vejo a homeopatia como
> uma "teoria" flutuante, onde as bases que seriam o suporte da teoria
> há muito deixaram de existir.
> Voltando à minha proposta, como maneira de tentar tornar o assunto
> mais pertinente à lista, deixo a pergunta: como faríamos para
> considerar a homeopatia de maneira lógica?
>
> Me parece que há pelo menos 3 pontos a serem debatidos (e sobre os
> quais provavelmente já há bastante material na net):
>
> 1 - Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios 
> homeopáticos?
>
> 2 - Há alguma inconsistência interna à teoria?
>
> 3 - Ela faz alguma predição testável?
>
> Isso deixando de lado o meu "feeling" sobre o status flutuante da
> teoria, que além de ser uma opinião confessadamente pessoal minha,
> provavelmente iria requerer bastante trabalho para ser debatida de
> maneira produtiva.
>
>
> --
>
> []'s ...and justice for all.
>
> Ricardo Gentil de Araújo Pereira
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