Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-11 Por tôpico Elias Gabriel Amaral da Silva
2012/4/8 Alessio Moretti alem...@club-internet.fr:

 - o conceito de conceito (= tem razão o Gärdenfors em pensar que é
 importante e que é mais geometrico do que logico?)

Mas geométrico? De geometria eu conheço retas e pontos, e círculos;
nunca entendi o que geometria (intrinsecamente) tem a ver com números
reais, até que ouvi falar que o Hilbert apresentou os números reais
como um modelo para a geometria Euclidiana (ou algo assim; não entendi
bem a essência da coisa)

No momento estou estudando geometria diferencial e não entendendo o
que seriam espaços tangentes.

Do que se trata esta tal geometria de conceitos?
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-11 Por tôpico Joao Marcos
Julio, homem de encaixes:
(É um bocadinho difícil brincar com você pois você parece que cria as
regras na hora, e não se preocupa muito como as regras dos jogos dos
outros.  Mas vamos lá...)

Tenho muitos quebra-cabeças em casa.  Um deles, comprado recentemente,
é baseado em um tabuleiro 6x6, no qual podem se encaixar 36 peças de
diferentes alturas divididas igualmente em 6 cores diferentes.  O
interessante, de todo modo, é que se trata na realidade de um desafio
tridimensional, com pinos também de diferentes alturas, onde cada peça
pode igualmente se encaixar.  Esta é a *sintaxe do jogo*.

Cada uma das peças deve ser colocada sobre os 36 pinos de modo a no
final termos construído torres da mesma altura.  Esta são as
*restrições do jogo*.

Mas qual é o jogo?

Bom, o objetivo do quebra-cabeças é conseguir um encaixe vitorioso.
Há duas noções diferentes de vitória, caracterizando *dois jogos
diferentes*: na primeira, bem mais simples e com várias possibilidades
de vitória, os pinos devem ser encaixados de modo a que cada linha (ou
coluna) contenha pinos de uma só cor ; na segunda, realmente
desafiante, cada linha e cada coluna deve conter no final exatamente
um pino de cada cor.

Note que ambos os jogos possuem exatamente a mesma sintaxe e são
jogados sob as mesmas restrições.  Eles se diferenciam contudo com
relação à noção de encaixe vitorioso.  Aqui, mudar de jogo é
exatamente mudar de mecanismo, sem de forma alguma trocar as peças.

Joao Marcos


2012/4/11 Julio César jcacusto...@yahoo.com.br:
 Ola joao,
 Não me preocupo com bordoadas, mesmo porque muitas vezes só passam perto e 
 faz até ventinho. De qualquer forma, venho aqui para aprender.

 Ouso discordar de você quanto a meu exemplo ser mal elaborado, mesmo porque 
 você percebeu justamente o ponto que eu queria exemplificar, embora talvez 
 não tenha ficado claro o que eu queria com isso.
 De fato, o mecanismo M é o mesmo em ambas as situações, o interlocutor não 
 provou haver outro mecanismo, ele mudou as peças, não o mecanismo. Da maneira 
 semelhante, e eis o que eu queria ilustrar com isso, os sistemas 
 inconsistentes em geral mudam apenas de operadores, não de lógica. (foi só a 
 título de ilustração mesmo, para tentar fazer clara minha questão).

 Confesso que eu tenho grande dificuldade em compreender como que se justifica 
 que a criação de um sistema formal é sinônimo da criação de uma lógica.

 Talvez possamos recomeçar por aqui: como se justifica o que Aristoteles fez 
 como sendo lógica, embora não sendo um sistema formal?

 Abs,
 Júlio César A Custódio


 Em 10/04/2012, às 22:41, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Se entendo bem a situação ilustrada, ela pressupõe que:

 (1) não há um encaixe das peças x, y, z em C segundo o mecanismo M

 (2) há um encaixe das peças x, w, z em C segundo o mesmo mecanismo M

 Parece especialmente ruim o exemplo (seja o que for que você esteja
 querendo exemplificar).  Ou será que em (2) você pretendia usar um
 mecanismo N diferente de M, e manter a peça y, ao invés?

 JM, nem M nem N


 PS: Continua um pouco difícil entender o que você chama de lógica...
 Insto-lhe a procurar se informar um pouco melhor a respeito destas
 coisas, se não quiser continuar recebendo bordoadas (agora de certa
 forma até justificadas) dos colegas!


 2012/4/10 Julio César jcacusto...@yahoo.com.br:

 Senhores,

 A título de ilustração: imaginem x,y e z como peças de Lego dentro de uma 
 caixa C. Chamemos aqui de lógica o mecanismo pelo qual as peças se 
 encaixam (pode-se entender como instrução de encaixe). Imaginem que alguém 
 verificou corretamente que x, y e z não possuem encaixe lógico. E essa 
 pessoa diz então:
                           (a)   As peças na caixa C não possuem encaixe 
 lógico.
 Imaginem também que certo interlocutor, por um motivo qualquer, quer provar 
 que existe outra lógica de encaixe das peças através da qual (a) se torne 
 falsa. Para tal, ele retira da caixa C a peça y e coloca a peça w, de forma 
 que a peça w, junto com x e z, tenham agora um encaixe lógico. Assim, (a) é 
 falsa, logo, existe sim outra lógica de encaixe das peças.

 Pergunta: Vocês considerariam legítima tal prova?

 abs
 Júlio César A. Custódio

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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Marcelo Finger
Oi Julio.

Tecnicamente falando, o que v diz não é verdade:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.

Eu e a Renata Wassermann mostramos que se pode aproximar a lógica
clássica manipulando qualquer um dos conectivos.  Portanto, se v quer
obter uma classe de lógicas que invalidam, por exemplo, a tautologia

não( A  não A)

uma das formas possíveis é manipular a conjunção.

Num outro trabalho, com Gabbay e D'Agostino, mostramos que podemos
aproximar a lógica clássica sem manipular nenhum conectivo, mas
manipulando a regra do corte de maneira específica.

ANTES de você descartar esses trabalhos como meros sistemas formais,
eu informo que nossa preocupação inical era (e é) representar
raciocínio com _recursos limitados_ como devem ser o raciocínio de
agentes reais, tendo na base diversos trabalhos filosóficos.

[]s


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Marcelo Finger
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Joao Marcos
Alguns pontos a serem levados em consideração:

(1) Os termos sistemas formais e sistemas lógicos não têm em geral
a mesma denotação na literatura contemporânea.  Em particular,
sistemas formais (linguagens formais?) não precisam ter uma *noção
de consequência* associada.  (Neste sentido, o termo sistemas
formais no título da tese de Newton da Costa, de 1963, já não se
sustentaria, na literatura lógica.)

(2) Qualquer discussão proveitosa sobre termos como contradição,
inconsistência e princípios lógicos deve antes de mais nada fixar
o significado destes termos.  *Definições* não possuem, sozinhas,
implicações filosóficas ; a leitura e o uso que fazemos delas pode
possuir.  Analogamente, sistemas lógicos ---ou qualquer outro objeto
matemático--- também não possuem, sozinhos, implicações filosóficas
: estas implicações podem contudo ser mais ou menos identificáveis, em
cada caso, nos usos que daremos a estes sistemas.

(3) Para um exemplo, no paper A taxonomy of C-systems fixamos de
maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
princípio da não-contradição (PNC).  Vemos a seguir que a maior
parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo inconsistência também
tem o seu significado precisificado no paper em particular para
linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
*inconsistentes* conquanto não absolutamente inconsistentes / não
extra-completas / não triviais.  (Isto recupera e está de acordo
com o uso do termo inconsistentes no título da tese de Newton da
Costa, bem como na tradução revisada por Perzanowski do paper original
do Jaskowski, de 1948.  Não, pessoal, não é preciso ter medo da
inconsistência!)  As lógicas paraconsistentes, em geral, se revelam
como exatamente aqueles sistemas lógicos capazes de diferenciar entre
inconsistência e trivialidade.

(4) No mesmo paper, não mudamos o significado usual da noção de
contraditoriedade (a situação em que podemos *inferir* fórmulas A e
~A, para uma certa fórmula A e um certo conectivo ~ que mereça o nome
de negação).  A semântica adequada para este conectivo deve mudar, em
lógicas paraconsistentes?  Esta é uma observação que não deveria
surpreender, e se aplica em geral a qualquer conectivo não-clássico,
em qualquer lógica não-clássica.  Será possível encontrar outras
interpretações para um tal conectivo não-clássico que dêem a impressão
de que nada mudou, ou outras abordagens formais nas quais o
comportamento não-clássico seja fruto de algum outro mecanismo lógico
interessante, expressando alguma forma de raciocínio prático?
Provavelmente.  Mudar de lógica é mudar de assunto?  Sim, há quem
pense isso.  Eu particularmente consigo facilmente mudar de assunto
mesmo sem mudar de lógica.

(5) O estudo de lógicas paraconsistentes não depende da existência de
contradições verdadeiras --- nem da existência de semânticas
adequadas para estas lógicos, nem da existência de formalismos
dedutivos adequados (o que não significa que não seja muito bom ter
semãnticas e formalismos dedutivos para as lógicas que estudamos, e de
fato costumamos tê-los).  A boa definição de paraconsistência se dá a
nível da *noção de consequência*, em Lógica Universal, a partir de bem
pouca linguagem (um símbolo unário de negação basta).

Joao Marcos


2012/4/9 julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br:
 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por falta 
 de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da praticidade 
 tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma alguma, que eles 
 tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas. Qualquer linguagem de 
 programação moderna é um sistema formal tão legítimo como qualquer sistema de 
 lógica, no entanto, se for realmente possível criar operações e instruções 
 numa linguagem formal para que uma contradição genuína não cause problemas (e 
 embora eu ainda tenha sinceras dúvidas quanto a isso) tal fato não significa 
 necessariamente nada do ponto de vista filosófico, inclusive do ponto de 
 vista da filosofia da lógica.  Os *lógicos não-clássicos*, em especial a 
 turma da inconsistência, geralmente dão um passo muito fácil de *sistemas 
 formais* para *princípios lógicos* e daí então para *filosofia da lógica*, 
 passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o 
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a 
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação. Altera-se 
 de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa alteração, a 
 

Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Rodrigo Podiacki
 Para um exemplo, no paper A taxonomy of C-systems fixamos de
maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
princípio da não-contradição (PNC).  Vemos a seguir que a maior
parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo inconsistência também
tem o seu significado precisificado no paper em particular para
linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
*inconsistentes* conquanto não absolutamente inconsistentes / não
extra-completas / não triviais. 

João,

Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de
sua autoria. Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi
empregada de um modo vago. Acredito que, dessa forma, uma maneira mais
natural de interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como
significando:

(i) sistema trivial;

ou

(ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.

As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
Foi o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
(significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
termo inconsistente, digamos, inconsistente_567.
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Rodrigo Podiacki
 Os termos sistemas formais e sistemas lógicos não têm em geral
a mesma denotação na literatura contemporânea.  Em particular,
sistemas formais (linguagens formais?) não precisam ter uma *noção
de consequência* associada. 

Antes que você evoque alguma definição de sistema empregada algures por
você, substitua esta palavra por lógica em (i) e (ii) na minha mensagem
anterior.

Em 10 de abril de 2012 15:17, Rodrigo Podiacki podia...@gmail.comescreveu:

   Para um exemplo, no paper A taxonomy of C-systems fixamos de
 maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
 princípio da não-contradição (PNC).  Vemos a seguir que a maior
 parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
 perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo inconsistência também
 tem o seu significado precisificado no paper em particular para
 linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
 meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
 nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
 paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
 *inconsistentes* conquanto não absolutamente inconsistentes / não
 extra-completas / não triviais. 

 João,

 Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
 significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de
 sua autoria. Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi
 empregada de um modo vago. Acredito que, dessa forma, uma maneira mais
 natural de interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como
 significando:

 (i) sistema trivial;

 ou

 (ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.

 As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
 Foi o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
 (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
 precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
 termo inconsistente, digamos, inconsistente_567.

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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Rodrigo,

Eu também desconfio que esse rapaz, Júlio Custódio, que eu não conheço
pessoalmente, não procurou assim tanto suporte em alguma literatura para
enunciar suas preocupações ou reclamações. Mas, em outra thread de
discussão, bastante extra-tópica por sinal, vimos algo assim: pessoas
queixando-se daquilo que elas não conheciam direito.

Dou um exemplo paralelo: uns anos atrás testemunhas-de-Jeová bateram à
porta da minha casa e começaram a querer puxar discussão. A certa altura um
deles me disse: Darwinismo ou teoria da evolução é coisa do diabo. E eu
perguntei-lhe o seguinte: por que você não me diz que a teoria da
relatividade de Einstein é coisa do diabo também? Ele respondeu: porque
essa eu não entendo o que seja.

Obviamente, os testemunhas-de-Jeová em questão não entendem plenamente nem
a Bíblia e menos ainda a teoria da evolução. Mas, como o Darwinismo é uma
teoria muito divulgada de forma resumida e até caricata, eles pensam que
entendem do assunto e podem falar dele sem muito estudo. Somem-se a isto os
argumentos dos auto-denominados criacionistas que parecem fazer sentido, a
confusão está pronta.

A mensagem do J. Custódio evidencia um lado positivo, todavia: que lógica
paraconsistente começa a ficar famosa fora dos seus meios acadêmicos
usuais.

Em 10 de abril de 2012 15:17, Rodrigo Podiacki podia...@gmail.comescreveu:

  Para um exemplo, no paper A taxonomy of C-systems fixamos de
 maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
 princípio da não-contradição (PNC).  Vemos a seguir que a maior
 parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
 perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo inconsistência também
 tem o seu significado precisificado no paper em particular para
 linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
 meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
 nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
 paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
 *inconsistentes* conquanto não absolutamente inconsistentes / não
 extra-completas / não triviais. 

 João,

 Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
 significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de
 sua autoria. Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi
 empregada de um modo vago. Acredito que, dessa forma, uma maneira mais
 natural de interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como
 significando:

 (i) sistema trivial;

 ou

 (ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.

 As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
 Foi o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
 (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
 precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
 termo inconsistente, digamos, inconsistente_567.
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Joao Marcos
 Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
 significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de sua
 autoria.

Um trabalho (não mainstream?) que você próprio foi o primeiro a
mencionar, correto, Rodrigo?

 Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi empregada
 de um modo vago.

Por isto tentei precisificar(1) o termo, senão não haveria discussão possível.

(Será que não está faltando aos colegas o exercício mínimo do
Princípio da Caridade, ao responder as mensagens de outros membros da
lista?)

 Acredito que, dessa forma, uma maneira mais natural de
 interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como significando:

 (i) sistema trivial;

 ou

 (ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.

 As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii). Foi
 o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
 (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
 precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o termo
 inconsistente, digamos, inconsistente_567.

Certo.  Denominemos os seus sentidos naturais e não irrelevantes
de inconsistência, digamos, inconsistente_568 e inconsistente_569.  O
primeiro deles é o que eu chamei de inconsistência absoluta, na
mensagem anterior, o segundo é próximo do que chamei de
contraditoriedade (formulei-o sem usar a conjunção, e falei apenas
da contraditoriedade de teorias, não de lógicas), e está ligada à
formulação já mencionada do Princípio da Não-Contradição (que não é
desobedecida pelas lógicas paraconsistentes usuais).

Como já disse na mensagem anterior (veja lá!), o fenômeno lógico da
paraconsistência não está ligado exclusivamente às definições de
inconsistente_568 e inconsistente_569.  Em particular, o termo
inconsistente_568 não se aplica a nenhuma lógica paraconsistente, e as
lógicas às quais o termo inconsistente_569 se aplica corretamente
podem ou não ser paraconsistentes.

Abraços,
Joao Marcos

Nota (1): precisificar é um neologismo com o sentido óbvio de fazer
ficar preciso, que uso para eliminar a ambiguidade indesejada do
verbo precisar do português.  Sim, eu sei que navigare necesse est
vai ficar menos poético...

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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Rodrigo Podiacki
Okay, João. Chegamos a um denominador comum.

Abraço

Em 10 de abril de 2012 17:04, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
  significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de
 sua
  autoria.

 Um trabalho (não mainstream?) que você próprio foi o primeiro a
 mencionar, correto, Rodrigo?

  Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi empregada
  de um modo vago.

 Por isto tentei precisificar(1) o termo, senão não haveria discussão
 possível.

 (Será que não está faltando aos colegas o exercício mínimo do
 Princípio da Caridade, ao responder as mensagens de outros membros da
 lista?)

  Acredito que, dessa forma, uma maneira mais natural de
  interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como
 significando:
 
  (i) sistema trivial;
 
  ou
 
  (ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.
 
  As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
 Foi
  o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
  (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
  precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
 termo
  inconsistente, digamos, inconsistente_567.

 Certo.  Denominemos os seus sentidos naturais e não irrelevantes
 de inconsistência, digamos, inconsistente_568 e inconsistente_569.  O
 primeiro deles é o que eu chamei de inconsistência absoluta, na
 mensagem anterior, o segundo é próximo do que chamei de
 contraditoriedade (formulei-o sem usar a conjunção, e falei apenas
 da contraditoriedade de teorias, não de lógicas), e está ligada à
 formulação já mencionada do Princípio da Não-Contradição (que não é
 desobedecida pelas lógicas paraconsistentes usuais).

 Como já disse na mensagem anterior (veja lá!), o fenômeno lógico da
 paraconsistência não está ligado exclusivamente às definições de
 inconsistente_568 e inconsistente_569.  Em particular, o termo
 inconsistente_568 não se aplica a nenhuma lógica paraconsistente, e as
 lógicas às quais o termo inconsistente_569 se aplica corretamente
 podem ou não ser paraconsistentes.

 Abraços,
 Joao Marcos

 Nota (1): precisificar é um neologismo com o sentido óbvio de fazer
 ficar preciso, que uso para eliminar a ambiguidade indesejada do
 verbo precisar do português.  Sim, eu sei que navigare necesse est
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico julio cesar
Olá Marcelo,

nesse ponto que você apontou, creio  (1) não estar errado e, se estivesse, (2) 
tal ponto não afetaria meu argumento. Veja a seguir:

(1) veja minha sentença: *os sistemas que tratam de forma não-clássica a 
contradição tem, BASICAMENTE, uma única abordagem: manipular o operador de 
negação*. Esse *basicamente* foi posto intencionalmente pois tenho conhecimento 
do fato de que é plenamente possível sistemas inconsistentes onde o que se 
manipula não é operador de negação, mas o de conjunção. Creio ser possível 
criar um sistema inconsistente inclusive mudando apenas nossos conceitos 
ontológicos, mas isso fica pra outra hora. De qualquer forma, o que eu quis 
dizer com aquela sentença foi apenas que a maioria dos sistemas inconsistentes 
(ou talvez os mais importantes) procedem daquela maneira.. estou errado nisso?

(2) Mesmo se eu estivesse errado na sentença acima e ninguém nunca tivesse 
realmente manipulado o operador de negação, mas apenas o de conjunção, meu 
argumento seguiria firme, pois a questão é justamente essa: só é possível 
asserir contradições ao se alterar os operadores ou conceitos clássicos, porém, 
depois de tais alterações, precisaríamos de alguma garantia que aquilo que 
sobrou sob a expressão (A^~A) é a mesma informação que a lógica clássica queria 
impedir. Porém, se se altera a informação sob uma expressão (ainda que se 
mantém inalterada a expressão), altera-se também as restrições sobre a 
informação contida em tal expressão.

abs
Júlio César A. Custódio





 De: Marcelo Finger mfin...@ime.usp.br
Para: julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br 
Cc: logica-l@dimap.ufrn.br logica-l@dimap.ufrn.br 
Enviadas: Terça-feira, 10 de Abril de 2012 7:17
Assunto: Re: [Logica-l] Algumas coisas formales
 
Oi Julio.

Tecnicamente falando, o que v diz não é verdade:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.

Eu e a Renata Wassermann mostramos que se pode aproximar a lógica
clássica manipulando qualquer um dos conectivos.  Portanto, se v quer
obter uma classe de lógicas que invalidam, por exemplo, a tautologia

    não( A  não A)

uma das formas possíveis é manipular a conjunção.

Num outro trabalho, com Gabbay e D'Agostino, mostramos que podemos
aproximar a lógica clássica sem manipular nenhum conectivo, mas
manipulando a regra do corte de maneira específica.

ANTES de você descartar esses trabalhos como meros sistemas formais,
eu informo que nossa preocupação inical era (e é) representar
raciocínio com _recursos limitados_ como devem ser o raciocínio de
agentes reais, tendo na base diversos trabalhos filosóficos.

[]s


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Marcelo Finger
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Marcelo Finger
Oi Julio.

Pra mim o seu argumento não se altera, e permanece vazio: é claro que
se mudamos o comportamento de um conectivo, o seu significado muda.
Então, o seu argumento não traz nada de novo.

Ou seja, se o comportamento é não clássico, não é lógica clássica.  E daí?

O ponto é: v não aceita sistemas não clássico.  Ponto.

Eu, por mim, acho válido investigar diversos outros sistemas se
soubermos o que estamos procurando.

[]s

Marcelo

On 10 April 2012 18:50, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br wrote:
 Olá Marcelo,

 nesse ponto que você apontou, creio  (1) não estar errado e, se estivesse,
 (2) tal ponto não afetaria meu argumento. Veja a seguir:

 (1) veja minha sentença: *os sistemas que tratam de forma não-clássica a
 contradição tem, BASICAMENTE, uma única abordagem: manipular o operador de
 negação*. Esse *basicamente* foi posto intencionalmente pois tenho
 conhecimento do fato de que é plenamente possível sistemas inconsistentes
 onde o que se manipula não é operador de negação, mas o de conjunção. Creio
 ser possível criar um sistema inconsistente inclusive mudando apenas nossos
 conceitos ontológicos, mas isso fica pra outra hora. De qualquer forma, o
 que eu quis dizer com aquela sentença foi apenas que a maioria dos sistemas
 inconsistentes (ou talvez os mais importantes) procedem daquela maneira..
 estou errado nisso?

 (2) Mesmo se eu estivesse errado na sentença acima e ninguém nunca tivesse
 realmente manipulado o operador de negação, mas apenas o de conjunção, meu
 argumento seguiria firme, pois a questão é justamente essa: só é possível
 asserir contradições ao se alterar os operadores ou conceitos clássicos,
 porém, depois de tais alterações, precisaríamos de alguma garantia que
 aquilo que sobrou sob a expressão (A^~A) é a mesma informação que a lógica
 clássica queria impedir. Porém, se se altera a informação sob uma expressão
 (ainda que se mantém inalterada a expressão), altera-se também as restrições
 sobre a informação contida em tal expressão.

 abs
 Júlio César A. Custódio



 
 De: Marcelo Finger mfin...@ime.usp.br
 Para: julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br
 Cc: logica-l@dimap.ufrn.br logica-l@dimap.ufrn.br
 Enviadas: Terça-feira, 10 de Abril de 2012 7:17
 Assunto: Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

 Oi Julio.

 Tecnicamente falando, o que v diz não é verdade:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.

 Eu e a Renata Wassermann mostramos que se pode aproximar a lógica
 clássica manipulando qualquer um dos conectivos.  Portanto, se v quer
 obter uma classe de lógicas que invalidam, por exemplo, a tautologia

     não( A  não A)

 uma das formas possíveis é manipular a conjunção.

 Num outro trabalho, com Gabbay e D'Agostino, mostramos que podemos
 aproximar a lógica clássica sem manipular nenhum conectivo, mas
 manipulando a regra do corte de maneira específica.

 ANTES de você descartar esses trabalhos como meros sistemas formais,
 eu informo que nossa preocupação inical era (e é) representar
 raciocínio com _recursos limitados_ como devem ser o raciocínio de
 agentes reais, tendo na base diversos trabalhos filosóficos.

 []s


 --
 Marcelo Finger
  Departamento de Ciencia da Computacao
  Instituto de Matematica e Estatistica
  Universidade de Sao Paulo
  Rua do Matao, 1010
  05508-090    Sao Paulo, SP     Brazil
  Tel: +55 11 3091-9688, 3091-6135, 3091-6134 (fax)
  http://www.ime.usp.br/~mfinger





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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Julio César

Senhores,

A título de ilustração: imaginem x,y e z como peças de Lego dentro de uma caixa 
C. Chamemos aqui de lógica o mecanismo pelo qual as peças se encaixam 
(pode-se entender como instrução de encaixe). Imaginem que alguém verificou 
corretamente que x, y e z não possuem encaixe lógico. E essa pessoa diz então: 
   (a)   As peças na caixa C não possuem encaixe 
lógico.
Imaginem também que certo interlocutor, por um motivo qualquer, quer provar que 
existe outra lógica de encaixe das peças através da qual (a) se torne falsa. 
Para tal, ele retira da caixa C a peça y e coloca a peça w, de forma que a peça 
w, junto com x e z, tenham agora um encaixe lógico. Assim, (a) é falsa, logo, 
existe sim outra lógica de encaixe das peças.

Pergunta: Vocês considerariam legítima tal prova?

abs
Júlio César A. Custódio


Em 10/04/2012, às 20:21, Marcelo Esteban Coniglio meconig...@gmail.com 
escreveu:

 Oi Marcelo,
 
 Acho que a sua resposta sintetiza tudo: o Julio tem inconvenientes em
 aceitar qualquer lógica fora da clássica. De fato, a primeira mensagem
 de Julio criticando a negacao paraconsistente pode se aplicar mutatis
 mutandis à negacao intuicionista: na logica intuicionista nao vale o
 principio basico da logica classica (no qual se baseia grande parte da
 matemática do nosso dia a dia), o principio do terceiro excluido. Isso
 desqualifica a logica intuicionista e  a sua negacao?
 Claro que nao! mais ainda, uma negacao como a intuicionista, em que
 nao nao P nao equivale a P é muito mais rica do que a logica
 classica, pois permite diferenciar entre afirmar P e negar que nao foi
 o caso que P. Como disse Humerstone (se nao me engano), a logica
 intuicionista (e por extensao, a logica paraconsistente) tem maior
 poder discriminatorio: identifica menos coisas, logo expressa mais
 coisas!
 Os horizontes da logica classica precisam ser expandidos para lidar
 com outros contextos. Diferentes negacoes, implicacoes, disjuncoes e
 conjuncoes podem conviver (e de fato convivem) pacificamente, ainda
 num mesmo sistema logico: por exemplo, grande numero de logicas
 paraconsistentes (ddentre elas as belas Logics of Formal
 Inconsistency- -LFIs-- introduzidas por Walter e Joao Marcos)
 expressam duas negacoes (no minimo) que convivem armoniosamente: uma
 paraconsistente e outra classica.  Nao vejo nada antinatural  ou
 antifilosofico nisto, muito pelo contrario...
 
 Abracos,
 
 Marcelo C.
 
 2012/4/10 Marcelo Finger mfin...@ime.usp.br:
 Oi Julio.
 
 Pra mim o seu argumento não se altera, e permanece vazio: é claro que
 se mudamos o comportamento de um conectivo, o seu significado muda.
 Então, o seu argumento não traz nada de novo.
 
 Ou seja, se o comportamento é não clássico, não é lógica clássica.  E daí?
 
 O ponto é: v não aceita sistemas não clássico.  Ponto.
 
 Eu, por mim, acho válido investigar diversos outros sistemas se
 soubermos o que estamos procurando.
 
 []s
 
 Marcelo
 
 On 10 April 2012 18:50, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br wrote:
 Olá Marcelo,
 
 nesse ponto que você apontou, creio  (1) não estar errado e, se estivesse,
 (2) tal ponto não afetaria meu argumento. Veja a seguir:
 
 (1) veja minha sentença: *os sistemas que tratam de forma não-clássica a
 contradição tem, BASICAMENTE, uma única abordagem: manipular o operador de
 negação*. Esse *basicamente* foi posto intencionalmente pois tenho
 conhecimento do fato de que é plenamente possível sistemas inconsistentes
 onde o que se manipula não é operador de negação, mas o de conjunção. Creio
 ser possível criar um sistema inconsistente inclusive mudando apenas nossos
 conceitos ontológicos, mas isso fica pra outra hora. De qualquer forma, o
 que eu quis dizer com aquela sentença foi apenas que a maioria dos sistemas
 inconsistentes (ou talvez os mais importantes) procedem daquela maneira..
 estou errado nisso?
 
 (2) Mesmo se eu estivesse errado na sentença acima e ninguém nunca tivesse
 realmente manipulado o operador de negação, mas apenas o de conjunção, meu
 argumento seguiria firme, pois a questão é justamente essa: só é possível
 asserir contradições ao se alterar os operadores ou conceitos clássicos,
 porém, depois de tais alterações, precisaríamos de alguma garantia que
 aquilo que sobrou sob a expressão (A^~A) é a mesma informação que a lógica
 clássica queria impedir. Porém, se se altera a informação sob uma expressão
 (ainda que se mantém inalterada a expressão), altera-se também as restrições
 sobre a informação contida em tal expressão.
 
 abs
 Júlio César A. Custódio
 
 
 
 
 De: Marcelo Finger mfin...@ime.usp.br
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 Enviadas: Terça-feira, 10 de Abril de 2012 7:17
 Assunto: Re: [Logica-l] Algumas coisas formales
 
 Oi Julio.
 
 Tecnicamente falando, o que v diz não é verdade:
 
  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem

Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Joao Marcos
Se entendo bem a situação ilustrada, ela pressupõe que:

(1) não há um encaixe das peças x, y, z em C segundo o mecanismo M

(2) há um encaixe das peças x, w, z em C segundo o mesmo mecanismo M

Parece especialmente ruim o exemplo (seja o que for que você esteja
querendo exemplificar).  Ou será que em (2) você pretendia usar um
mecanismo N diferente de M, e manter a peça y, ao invés?

JM, nem M nem N


PS: Continua um pouco difícil entender o que você chama de lógica...
 Insto-lhe a procurar se informar um pouco melhor a respeito destas
coisas, se não quiser continuar recebendo bordoadas (agora de certa
forma até justificadas) dos colegas!


2012/4/10 Julio César jcacusto...@yahoo.com.br:

 Senhores,

 A título de ilustração: imaginem x,y e z como peças de Lego dentro de uma 
 caixa C. Chamemos aqui de lógica o mecanismo pelo qual as peças se encaixam 
 (pode-se entender como instrução de encaixe). Imaginem que alguém verificou 
 corretamente que x, y e z não possuem encaixe lógico. E essa pessoa diz então:
                           (a)   As peças na caixa C não possuem encaixe 
 lógico.
 Imaginem também que certo interlocutor, por um motivo qualquer, quer provar 
 que existe outra lógica de encaixe das peças através da qual (a) se torne 
 falsa. Para tal, ele retira da caixa C a peça y e coloca a peça w, de forma 
 que a peça w, junto com x e z, tenham agora um encaixe lógico. Assim, (a) é 
 falsa, logo, existe sim outra lógica de encaixe das peças.

 Pergunta: Vocês considerariam legítima tal prova?

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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Valeria de Paiva
 Abril de 2012 7:17
 Assunto: Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

 Oi Julio.

 Tecnicamente falando, o que v diz não é verdade:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.

 Eu e a Renata Wassermann mostramos que se pode aproximar a lógica
 clássica manipulando qualquer um dos conectivos.  Portanto, se v quer
 obter uma classe de lógicas que invalidam, por exemplo, a tautologia

     não( A  não A)

 uma das formas possíveis é manipular a conjunção.

 Num outro trabalho, com Gabbay e D'Agostino, mostramos que podemos
 aproximar a lógica clássica sem manipular nenhum conectivo, mas
 manipulando a regra do corte de maneira específica.

 ANTES de você descartar esses trabalhos como meros sistemas formais,
 eu informo que nossa preocupação inical era (e é) representar
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Julio César
Ola joao,
Não me preocupo com bordoadas, mesmo porque muitas vezes só passam perto e faz 
até ventinho. De qualquer forma, venho aqui para aprender.

Ouso discordar de você quanto a meu exemplo ser mal elaborado, mesmo porque 
você percebeu justamente o ponto que eu queria exemplificar, embora talvez não 
tenha ficado claro o que eu queria com isso.
De fato, o mecanismo M é o mesmo em ambas as situações, o interlocutor não 
provou haver outro mecanismo, ele mudou as peças, não o mecanismo. Da maneira 
semelhante, e eis o que eu queria ilustrar com isso, os sistemas inconsistentes 
em geral mudam apenas de operadores, não de lógica. (foi só a título de 
ilustração mesmo, para tentar fazer clara minha questão).

Confesso que eu tenho grande dificuldade em compreender como que se justifica 
que a criação de um sistema formal é sinônimo da criação de uma lógica.


Talvez possamos recomeçar por aqui: como se justifica o que Aristoteles fez 
como sendo lógica, embora não sendo um sistema formal?

Abs,
Júlio César A Custódio


Em 10/04/2012, às 22:41, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Se entendo bem a situação ilustrada, ela pressupõe que:
 
 (1) não há um encaixe das peças x, y, z em C segundo o mecanismo M
 
 (2) há um encaixe das peças x, w, z em C segundo o mesmo mecanismo M
 
 Parece especialmente ruim o exemplo (seja o que for que você esteja
 querendo exemplificar).  Ou será que em (2) você pretendia usar um
 mecanismo N diferente de M, e manter a peça y, ao invés?
 
 JM, nem M nem N
 
 
 PS: Continua um pouco difícil entender o que você chama de lógica...
 Insto-lhe a procurar se informar um pouco melhor a respeito destas
 coisas, se não quiser continuar recebendo bordoadas (agora de certa
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 2012/4/10 Julio César jcacusto...@yahoo.com.br:
 
 Senhores,
 
 A título de ilustração: imaginem x,y e z como peças de Lego dentro de uma 
 caixa C. Chamemos aqui de lógica o mecanismo pelo qual as peças se 
 encaixam (pode-se entender como instrução de encaixe). Imaginem que alguém 
 verificou corretamente que x, y e z não possuem encaixe lógico. E essa 
 pessoa diz então:
   (a)   As peças na caixa C não possuem encaixe 
 lógico.
 Imaginem também que certo interlocutor, por um motivo qualquer, quer provar 
 que existe outra lógica de encaixe das peças através da qual (a) se torne 
 falsa. Para tal, ele retira da caixa C a peça y e coloca a peça w, de forma 
 que a peça w, junto com x e z, tenham agora um encaixe lógico. Assim, (a) é 
 falsa, logo, existe sim outra lógica de encaixe das peças.
 
 Pergunta: Vocês considerariam legítima tal prova?
 
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 Júlio César A. Custódio
 
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Rodrigo Podiacki
É difícil até de começar. O que você chama de lógicas inconsistentes
são... consistentes. Todas as lógicas da inconsistência formal (falha de
nomenclatura já detectada há muito pelo Walter, o Coniglio e o João Marcos)
e as lógicas de da Costa são consistentes. A contradição não está na
lógica. É incrível como é difícil fazer compreender isso.

Não repondo o resto porque, como o problema foi mal colocado (e.g.:
qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
como qualquer sistema de lógica), não há o que responder.

Em 9 de abril de 2012 18:06, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:

 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por
 falta de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da
 praticidade tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma
 alguma, que eles tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas.
 Qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
 como qualquer sistema de lógica, no entanto, se for realmente possível
 criar operações e instruções numa linguagem formal para que uma contradição
 genuína não cause problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas
 quanto a isso) tal fato não significa necessariamente nada do ponto de
 vista filosófico, inclusive do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os
 *lógicos não-clássicos*, em especial a turma da inconsistência, geralmente
 dão um passo muito fácil de *sistemas formais* para *princípios lógicos* e
 daí então para *filosofia da lógica*, passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando.

 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!


 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Não é bem assim, Julio Cesar. Há um artigo escrito a seis mãos (Walter
Carnielli, Marcelo Coniglio e João Marcos) que começa justamente pelas
razões filosóficas para propor os sistemas paraconsistentes, chamado Logics
of Formal Inconsistency.
ftp://logica.cle.unicamp.br/pub/e-prints/vol.5,n.1,2005.pdf

Outrossim, é bom lembrar que boa parte da literatura filosófica é devotada
ao estudo de paradoxos. Jamais se disse que um paradoxo não possa ser
representado ou resolvido por meio de figuras geométricas ou sistemas para
computador. Para a filosofia, qualquer ferramenta que ajude à abordagem ou
resolução de certo problema é ou pode ser válida.

De resto, concordo com Rodrigo Podiacki que suas preocupações não estão
claramente enunciadas, ficando difícil aprofundar o tema.

Em 9 de abril de 2012 18:06, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:

 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por
 falta de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da
 praticidade tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma
 alguma, que eles tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas.
 Qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
 como qualquer sistema de lógica, no entanto, se for realmente possível
 criar operações e instruções numa linguagem formal para que uma contradição
 genuína não cause problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas
 quanto a isso) tal fato não significa necessariamente nada do ponto de
 vista filosófico, inclusive do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os
 *lógicos não-clássicos*, em especial a turma da inconsistência, geralmente
 dão um passo muito fácil de *sistemas formais* para *princípios lógicos* e
 daí então para *filosofia da lógica*, passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando.

 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!


 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Décio Krause
Júlio
As lógicas não clássicas não têm implicações filosóficas? O que leu sobre tais 
lógicas? Puxa, estou surpreso.
D



--
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
--

Em 09/04/2012, às 18:06, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br escreveu:

 Olá lista,
 
 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por falta 
 de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da praticidade 
 tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma alguma, que eles 
 tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas. Qualquer linguagem de 
 programação moderna é um sistema formal tão legítimo como qualquer sistema de 
 lógica, no entanto, se for realmente possível criar operações e instruções 
 numa linguagem formal para que uma contradição genuína não cause problemas (e 
 embora eu ainda tenha sinceras dúvidas quanto a isso) tal fato não significa 
 necessariamente nada do ponto de vista filosófico, inclusive do ponto de 
 vista da filosofia da lógica.  Os *lógicos não-clássicos*, em especial a 
 turma da inconsistência, geralmente dão um passo muito fácil de *sistemas 
 formais* para *princípios lógicos* e daí então para *filosofia da lógica*, 
 passos que a meu ver
 não são nada simples, muito menos triviais.
 
 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o 
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a 
 filosofia da lógica. 
 
 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:
 
  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação. Altera-se 
 de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa alteração, a 
 contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador clássico, 
 altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se acaso uma 
 expressão com tal operador clássico possuir como informação uma contradição, 
 ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma expressão e, 
 dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma contradição; em 
 outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que não tem problema 
 algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando. 
 
 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas 
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição 
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!
 
 
 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Desculpem, não concordo. O produto A*A em mecânica quântica, A a função de
onda ou um operador adequado, pode ser escrito como (não A) e (A),
reinterpretando-se as operações algébricas correspondentes. A adjunção * é
um automorfismo externo da álgebra, como o operador (não). E A*A aparece
formalmente como uma contradição plena - e é o valor (do quadrado) da
probabilidade da função de onda ou do operador A.

On Mon, Apr 9, 2012 at 6:06 PM, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.brwrote:

 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por
 falta de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da
 praticidade tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma
 alguma, que eles tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas.
 Qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
 como qualquer sistema de lógica, no entanto, se for realmente possível
 criar operações e instruções numa linguagem formal para que uma contradição
 genuína não cause problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas
 quanto a isso) tal fato não significa necessariamente nada do ponto de
 vista filosófico, inclusive do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os
 *lógicos não-clássicos*, em especial a turma da inconsistência, geralmente
 dão um passo muito fácil de *sistemas formais* para *princípios lógicos* e
 daí então para *filosofia da lógica*, passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando.

 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!


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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Julio César
Décio, 

Para se pretenderem lógicas, e não meros sistemas formais, eu também espero que 
tenham implicações filosóficas!

Se vc tivesse paciência para reler o que escrevi veria porém que o que eu disse 
não foi bem isso. Mas pelas discussões que já tivemos, percebo que não consigo 
me fazer entender talvez pq eu parto do ponto que se precisaria antes de mais 
nada justificar a identificação que vocês fazem entre lógica e sistemas 
formais, coisa que vocês tomam por óbvio e garantido.

Uma lógica não clássica, a meu ver, seria talvez a coisa de maior implicação 
filosófica que alguém poderia conceber, mas um mero sistema formal não clássico 
é tão filosófico quanto as linguagens C, Java, .NET...

Abs
Júlio César A. Custódio

Em 09/04/2012, às 19:36, Décio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Júlio
 As lógicas não clássicas não têm implicações filosóficas? O que leu sobre 
 tais lógicas? Puxa, estou surpreso.
 D
 
 
 
 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
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 Em 09/04/2012, às 18:06, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.br escreveu:
 
 Olá lista,
 
 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por falta 
 de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da praticidade 
 tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma alguma, que eles 
 tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas. Qualquer linguagem de 
 programação moderna é um sistema formal tão legítimo como qualquer sistema 
 de lógica, no entanto, se for realmente possível criar operações e 
 instruções numa linguagem formal para que uma contradição genuína não cause 
 problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas quanto a isso) tal fato 
 não significa necessariamente nada do ponto de vista filosófico, inclusive 
 do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os *lógicos não-clássicos*, em 
 especial a turma da inconsistência, geralmente dão um passo muito fácil de 
 *sistemas formais* para *princípios lógicos* e daí então para *filosofia da 
 lógica*, passos que a meu ver
 não são nada simples, muito menos triviais.
 
 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o 
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a 
 filosofia da lógica. 
 
 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:
 
 - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação. Altera-se 
 de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa alteração, a 
 contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador clássico, 
 altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se acaso uma 
 expressão com tal operador clássico possuir como informação uma contradição, 
 ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma expressão e, 
 dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma contradição; 
 em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que não tem problema 
 algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando. 
 
 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas 
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição 
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!
 
 
 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Julio, a MQ é a teoria física mais bem verificada que temos. E
interpretamos A*A de modo consensual. Pega qquer livro de MQ pra ver.

A lógica derivada de uma álgebra C* fica meio estranha, com um número
contínuo de proposições elementares e conectivos com comportamento meio
diferentão, mas suficientemente próximo da lógica clássica para ser
reconhecível.

Tem tb exemplos em lógica fuzzy, modelos booleanos, etc.

On Mon, Apr 9, 2012 at 11:25 PM, Julio César jcacusto...@yahoo.com.brwrote:

 Doria, mas a mecânica quântica é uma coisa muito à parte, mesmo pq ninguém
 tem muita certeza de como deve se interpretar realmente a matemática gerada
 ali. Não sei, por exemplo, se é ontologicamente legítimo apontar para um A
 qualquer ali da mesma forma que eu aponto para um A qualquer no mundo
 macro, e se não temos certeza nem sobre A, quanto menos sobre não-A. De
 qualquer forma, eu preciso reinterpretar de forma drástica meus conceitos
 ontológicos quando aplicados aos fenômenos quânticos, como garantir então
 que algo que se assemelhe a uma contradição ali é realmente uma contradição
 genuína? Penso que a física contemporânea precisaria de um acordo muito
 maior entre os especialistas para que enfim possamos utilizar seus
 resultados para tentar alterar os princípios da própria lógica.


 No entanto, concordo que se colocar a MQ a briga fica boa, mas tirando
 ela, teria algum outro exemplo?



 Em 09/04/2012, às 22:05, Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 escreveu:

 Desculpem, não concordo. O produto A*A em mecânica quântica, A a função de
 onda ou um operador adequado, pode ser escrito como (não A) e (A),
 reinterpretando-se as operações algébricas correspondentes. A adjunção * é
 um automorfismo externo da álgebra, como o operador (não). E A*A aparece
 formalmente como uma contradição plena - e é o valor (do quadrado) da
 probabilidade da função de onda ou do operador A.

 On Mon, Apr 9, 2012 at 6:06 PM, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.brwrote:

 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por
 falta de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da
 praticidade tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma
 alguma, que eles tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas.
 Qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
 como qualquer sistema de lógica, no entanto, se for realmente possível
 criar operações e instruções numa linguagem formal para que uma contradição
 genuína não cause problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas
 quanto a isso) tal fato não significa necessariamente nada do ponto de
 vista filosófico, inclusive do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os
 *lógicos não-clássicos*, em especial a turma da inconsistência, geralmente
 dão um passo muito fácil de *sistemas formais* para *princípios lógicos* e
 daí então para *filosofia da lógica*, passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando.

 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!


 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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 fad

 ahhata alati, awienta Wilushati




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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Décio Krause
Julio
Gostei do que escreveu: 

 os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, basicamente, 
 uma única abordagem: manipular o operador de negação. Altera-se de tal forma 
 a instrução contida nesse operador que, com essa alteração, a contradição 
 sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador clássico, altera-se a 
 informação contida em tal operador. Sendo assim, se acaso uma expressão com 
 tal operador clássico possuir como informação uma contradição, ao se alterar 
 tal operador, altera-se a informação sob a mesma expressão e, dessa forma, 
 nada garante que aquilo ainda continua sendo uma contradição; em outras 
 palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que não tem problema algum em 
 ser verdadeiro, inclusive classicamente falando. 
 
 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas 
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição 
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!

No entanto, veja que está assumindo que uma verdadeira contradição seria 
aquela expressa classicamente. Mas, por quê? Em todo caso, creio que há mesmo o 
que pensar. Se mudamos os axiomas, digamos da negação, mudamos o sentido do que 
chamados de uma contradição (a conjunção de uma proposição e sua negação). Mas 
a questão me parece ser a que temos que postular ou entrar em consenso sobre o 
que seria uma verdadeira contradição. Eu adoraria ver uma passeando por aí, 
mas não as entendo fora de uma lógica. Finalmente, podemos sim estar mudando de 
assunto,mas ainda falando de lógica e de contradições.
Não lhe parece?
Abç
D



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Décio Krause
Departamento de Filosofia
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Em 09/04/2012, às 23:44, Julio César jcacusto...@yahoo.com.br escreveu:

 os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem, 
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação. 
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa 
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador 
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se 
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma 
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma 
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma 
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que 
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando. 
 
 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas 
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição 
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!
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[Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Alessio Moretti

Caros logicos e filosofos brasileiros,

do minho ponto de vista (velho-europeo, italo-francês e formal-continental) 
é um bocado divertido, nessa famosa lista, o feito de:


- ter ouvido falar (ha ja meses), sem muito respeito na verdade, de a 
francesada toda (!)
- ter ouvido falar (ha semanas) do feito que temos no Brasil muitos 
filosofos eguais e mesmo melhores do G. Priest (!!)
- ver tão muitos emails (nesses dias) sobre issa questão importantissima do 
estatudo cientifico ou não da homeopatia (!!!).


Sera que ha (também) algunas outras pequenas questões na filosofia 
contemporanea?
Quero dizer: mesmo - sem falar da continental! - naquela que esta 
relacionada com a logica?


Pessoalmente, confesso que seria mais interessado, mesmo nessa lista, por 
conversas sobre, dizemos:


- o conceito de conceito (= tem razão o Gärdenfors em pensar que é 
importante e que é mais geometrico do que logico?)
- o conceito de oposição (= tem razão o Moretti [= eu] em pensar que é 
importante e que é mais geometrico do que logico?)
- o conceito de mental (= tem razão o Matte Blanco em pensar que isso é, 
no mesmo tempo, (bi-)logico e geometrico?)
- o conceito de logica (= tem razão os Shramko e Wansing no pensar [contra 
Béziau e Tsuji] que pode - e deve - haver logicas irredutiveis à noção 
logica-universalista [do Béziau] de um qualquier conjunto + uma qualquer 
ley de dedução ?)
- o conceito de formal (= tem razão o Moretti [= eu, outra vez] em pensar 
que a noção de estrutura é mais potente do que a noção de calculo logico 
[ou logica] e que, por isso, a teoria de modelos ofrece uma noção de 
estrutura bem problematica ?) (e que isso tem consequencias bastante 
catastroficas for the very idea of 'analytical philosophy'?)
- o conceito de paraconsistencia (= tem razão o Slater em pensar que ha 
alguns probleminhos bem fortinhos relativamente ao conceito de contradição 
paraconsistente e que para isso é importante de comprender de melhor 
maneira os conceitos de negação e de oposição?)
- a hipotese do que as geometrias não-euclidianas foram descobridas (cum 
grano salis) ja na Academia de Platão (tem razão os Peirce, Mugler, Toth, 
Hösle, Richard, ... ?)

- etc.

Não duvido nem um segundo sobre o feito que vocês tem milhões de outras 
questões semelhantes a issas (e ainda por cima melhores).
Mas, sem faltar de respeito pelas coisas dichas nas discussões aqui, ficar 
falando sem fim da homeopatia parece-me um pouco barroco, senão surrealista.


Ja que estou aqui, num bom espirito (boa Pascoa a tudas e tudos!!!), 
cientifico como aquele dessa lista, quereria uma prova minimal (mas 
constructivista, claro) da tese que diz que ha muitos filosofos brasileiros 
melhores do Priest (o divertido, nesso, é que eu nem sequer sou 
Priest-fetichista, pois não). Quais nomes? (muito obrigado pelas respostas, 
vou tomar notas e, depois, vou comprar / imprimir e, depois, vou ler essos 
filosofos com muito interesse e muita vontade de aprender)

- [filosofo BR 1]
- [filosofo BR 2]
- [filosofo BR 3]
- [filosofo BR 4]
- [...]
- [etc.]

Abraços talvez polemicos mas sempre respeituosos
(e pedindo desculpa pelo meu mau português)

Alessio



- Original Message - 
From: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com

To: Décio Krause deciokra...@gmail.com
Cc: Joao Marcos botoc...@gmail.com; Lista acadêmica brasileira dos 
profissionais e estudantes da área de LOGICA logica-l@dimap.ufrn.br

Sent: Sunday, April 08, 2012 1:05 PM
Subject: Re: [Logica-l]Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser 
ciência?



concordo.

On Sat, Apr 7, 2012 at 2:30 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote:


Não, se funcionar não precisa ser ciência. Mesmo porque não há definição
do que seja ciência.   Tecnologia, estritamente falando, não deveria ser
ciência, ainda que se valha dela.
Acho que vou tomar uma homeopatia.
D



--
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
--

Em 07/04/2012, às 12:43, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 João Marcos,

 Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
 relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não foi
 apenas relato pessoal. E não é culpa dos homeopatas, nem minha que das
 várias publicações que eles têm todos os anos, de todas as pesquisas que
há
 2 séculos eles fazem, outros não conheçam nada e ficam falando de
 insuficiência de dados, de achismos. No meu caso não é.

 Em 7 de abril de 2012 09:59, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 SIM, se a coisa (homeopatia, ou fusão a frio) realmente funcionar
 deve-se buscar uma explicação científica para isto.  Não dá para
 trocar *ciência* por relatos pessoais, de fato, mas também não dá para
 trocá-la por espiritismo, hermetismo, ou mesmo por filosofia da
 ciência.

 JM


 2012/4/7 Walter Carnielli 

Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Walter Carnielli
Caríssimo Alessio,

Parabéns pela ótima mensagem! Eh sempre bom saber que voce esta quietinho ai 
ouvindo  a Lista!
Nao se aveche com a expressão a francesada toda; isso eh uma reação ao  
Villegaignon na história do Brasil.

Quanto aos filósofos da envergadura de Priest, pelo menos no que se refere aa 
paraconsistencia, Marcelo Coniglio, Joao Marcos e eu temos feito um trabalho 
bem melhor...
Abs.,
Walter
Walter A. Carnielli
Enviado via iPhone

Em 08/04/2012, às 11:48, Alessio Moretti alem...@club-internet.fr escreveu:

 Caros logicos e filosofos brasileiros,
 
 do minho ponto de vista (velho-europeo, italo-francês e formal-continental) é 
 um bocado divertido, nessa famosa lista, o feito de:
 
 - ter ouvido falar (ha ja meses), sem muito respeito na verdade, de a 
 francesada toda (!)
 - ter ouvido falar (ha semanas) do feito que temos no Brasil muitos 
 filosofos eguais e mesmo melhores do G. Priest (!!)
 - ver tão muitos emails (nesses dias) sobre issa questão importantissima do 
 estatudo cientifico ou não da homeopatia (!!!).
 
 Sera que ha (também) algunas outras pequenas questões na filosofia 
 contemporanea?
 Quero dizer: mesmo - sem falar da continental! - naquela que esta relacionada 
 com a logica?
 
 Pessoalmente, confesso que seria mais interessado, mesmo nessa lista, por 
 conversas sobre, dizemos:
 
 - o conceito de conceito (= tem razão o Gärdenfors em pensar que é 
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
 - o conceito de oposição (= tem razão o Moretti [= eu] em pensar que é 
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
 - o conceito de mental (= tem razão o Matte Blanco em pensar que isso é, no 
 mesmo tempo, (bi-)logico e geometrico?)
 - o conceito de logica (= tem razão os Shramko e Wansing no pensar [contra 
 Béziau e Tsuji] que pode - e deve - haver logicas irredutiveis à noção 
 logica-universalista [do Béziau] de um qualquier conjunto + uma qualquer ley 
 de dedução ?)
 - o conceito de formal (= tem razão o Moretti [= eu, outra vez] em pensar 
 que a noção de estrutura é mais potente do que a noção de calculo logico 
 [ou logica] e que, por isso, a teoria de modelos ofrece uma noção de 
 estrutura bem problematica ?) (e que isso tem consequencias bastante 
 catastroficas for the very idea of 'analytical philosophy'?)
 - o conceito de paraconsistencia (= tem razão o Slater em pensar que ha 
 alguns probleminhos bem fortinhos relativamente ao conceito de contradição 
 paraconsistente e que para isso é importante de comprender de melhor maneira 
 os conceitos de negação e de oposição?)
 - a hipotese do que as geometrias não-euclidianas foram descobridas (cum 
 grano salis) ja na Academia de Platão (tem razão os Peirce, Mugler, Toth, 
 Hösle, Richard, ... ?)
 - etc.
 
 Não duvido nem um segundo sobre o feito que vocês tem milhões de outras 
 questões semelhantes a issas (e ainda por cima melhores).
 Mas, sem faltar de respeito pelas coisas dichas nas discussões aqui, ficar 
 falando sem fim da homeopatia parece-me um pouco barroco, senão surrealista.
 
 Ja que estou aqui, num bom espirito (boa Pascoa a tudas e tudos!!!), 
 cientifico como aquele dessa lista, quereria uma prova minimal (mas 
 constructivista, claro) da tese que diz que ha muitos filosofos brasileiros 
 melhores do Priest (o divertido, nesso, é que eu nem sequer sou 
 Priest-fetichista, pois não). Quais nomes? (muito obrigado pelas respostas, 
 vou tomar notas e, depois, vou comprar / imprimir e, depois, vou ler essos 
 filosofos com muito interesse e muita vontade de aprender)
 - [filosofo BR 1]
 - [filosofo BR 2]
 - [filosofo BR 3]
 - [filosofo BR 4]
 - [...]
 - [etc.]
 
 Abraços talvez polemicos mas sempre respeituosos
 (e pedindo desculpa pelo meu mau português)
 
 Alessio
 
 
 
 - Original Message - From: Francisco Antonio Doria 
 famado...@gmail.com
 To: Décio Krause deciokra...@gmail.com
 Cc: Joao Marcos botoc...@gmail.com; Lista acadêmica brasileira dos 
 profissionais e estudantes da área de LOGICA logica-l@dimap.ufrn.br
 Sent: Sunday, April 08, 2012 1:05 PM
 Subject: Re: [Logica-l]Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser 
 ciência?
 
 
 concordo.
 
 On Sat, Apr 7, 2012 at 2:30 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.com wrote:
 
 Não, se funcionar não precisa ser ciência. Mesmo porque não há definição
 do que seja ciência.   Tecnologia, estritamente falando, não deveria ser
 ciência, ainda que se valha dela.
 Acho que vou tomar uma homeopatia.
 D
 
 
 
 --
 Décio Krause
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 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --
 
 Em 07/04/2012, às 12:43, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:
 
  João Marcos,
 
  Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
  relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não foi
  apenas relato pessoal. E não é culpa dos 

Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Walter,

Como ao menos uma das afirmações foi minha, esclareço ao nosso amigo
ítalo-francês:

Ainda que alguns não concordem, pelo menos o trabalho da Ítala e dos demais
homens citados merece leitura atenta e aprofundada para quem quer aprender
alguma coisa mais avançada de lógica. Aliás, foi o que me chamou a atenção
há muitos anos: os trabalhos dos lógicos brasileiros das últimas décadas
encaravam problemas mais complexos e mais difíceis que os de vários lógicos
bons espalhados pelo mundo. Respeito e gosto muito do Priest, dou-lhe
importância e fico honrado até quando falo com ele, mas tenho de respeitar
e reconhecer a competência de outros. Sobretudo, devo valorizar o trabalho
dos meus compatriotas quando produzem coisas de alta qualidade.

Em 8 de abril de 2012 16:31, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Caríssimo Alessio,

 Parabéns pela ótima mensagem! Eh sempre bom saber que voce esta quietinho
 ai ouvindo  a Lista!
 Nao se aveche com a expressão a francesada toda; isso eh uma reação ao
  Villegaignon na história do Brasil.

 Quanto aos filósofos da envergadura de Priest, pelo menos no que se refere
 aa paraconsistencia, Marcelo Coniglio, Joao Marcos e eu temos feito um
 trabalho bem melhor...
 Abs.,
 Walter
 Walter A. Carnielli
 Enviado via iPhone

 Em 08/04/2012, às 11:48, Alessio Moretti alem...@club-internet.fr
 escreveu:

  Caros logicos e filosofos brasileiros,
 
  do minho ponto de vista (velho-europeo, italo-francês e
 formal-continental) é um bocado divertido, nessa famosa lista, o feito de:
 
  - ter ouvido falar (ha ja meses), sem muito respeito na verdade, de a
 francesada toda (!)
  - ter ouvido falar (ha semanas) do feito que temos no Brasil muitos
 filosofos eguais e mesmo melhores do G. Priest (!!)
  - ver tão muitos emails (nesses dias) sobre issa questão importantissima
 do estatudo cientifico ou não da homeopatia (!!!).
 
  Sera que ha (também) algunas outras pequenas questões na filosofia
 contemporanea?
  Quero dizer: mesmo - sem falar da continental! - naquela que esta
 relacionada com a logica?
 
  Pessoalmente, confesso que seria mais interessado, mesmo nessa lista,
 por conversas sobre, dizemos:
 
  - o conceito de conceito (= tem razão o Gärdenfors em pensar que é
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
  - o conceito de oposição (= tem razão o Moretti [= eu] em pensar que é
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
  - o conceito de mental (= tem razão o Matte Blanco em pensar que isso
 é, no mesmo tempo, (bi-)logico e geometrico?)
  - o conceito de logica (= tem razão os Shramko e Wansing no pensar
 [contra Béziau e Tsuji] que pode - e deve - haver logicas irredutiveis à
 noção logica-universalista [do Béziau] de um qualquier conjunto + uma
 qualquer ley de dedução ?)
  - o conceito de formal (= tem razão o Moretti [= eu, outra vez] em
 pensar que a noção de estrutura é mais potente do que a noção de calculo
 logico [ou logica] e que, por isso, a teoria de modelos ofrece uma noção
 de estrutura bem problematica ?) (e que isso tem consequencias bastante
 catastroficas for the very idea of 'analytical philosophy'?)
  - o conceito de paraconsistencia (= tem razão o Slater em pensar que
 ha alguns probleminhos bem fortinhos relativamente ao conceito de
 contradição paraconsistente e que para isso é importante de comprender de
 melhor maneira os conceitos de negação e de oposição?)
  - a hipotese do que as geometrias não-euclidianas foram descobridas (cum
 grano salis) ja na Academia de Platão (tem razão os Peirce, Mugler, Toth,
 Hösle, Richard, ... ?)
  - etc.
 
  Não duvido nem um segundo sobre o feito que vocês tem milhões de outras
 questões semelhantes a issas (e ainda por cima melhores).
  Mas, sem faltar de respeito pelas coisas dichas nas discussões aqui,
 ficar falando sem fim da homeopatia parece-me um pouco barroco, senão
 surrealista.
 
  Ja que estou aqui, num bom espirito (boa Pascoa a tudas e tudos!!!),
 cientifico como aquele dessa lista, quereria uma prova minimal (mas
 constructivista, claro) da tese que diz que ha muitos filosofos brasileiros
 melhores do Priest (o divertido, nesso, é que eu nem sequer sou
 Priest-fetichista, pois não). Quais nomes? (muito obrigado pelas respostas,
 vou tomar notas e, depois, vou comprar / imprimir e, depois, vou ler essos
 filosofos com muito interesse e muita vontade de aprender)
  - [filosofo BR 1]
  - [filosofo BR 2]
  - [filosofo BR 3]
  - [filosofo BR 4]
  - [...]
  - [etc.]
 
  Abraços talvez polemicos mas sempre respeituosos
  (e pedindo desculpa pelo meu mau português)
 
  Alessio
 
 
 
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  Subject: Re: [Logica-l]Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser
 ciência?