agradeço aos colegas por todos os detalhamentos e respostas pensei bastante e no final volto exatamente à mesma pergunta crucial do debate de 2013: afinal o que queremos representar no mapa? O país como ele é ou como deveria ser?
A minha postura desde aquela época continua a mesma: quero um mapa que represente a realidade das rodovias. Falo como usuário e como mapeador. Gostei da descrição "salada de frutas" de classificação viária, mas francamente, não é essa a realidade das nossas rodovias? Porque mascarar? Qual exatamente é o problema em olhar para o mapa do Brasil e ver pouca densidade de rodovias tipo trunk? Não é essa a nossa realidade? A nossa malha viária não é deficiente? Alguém aqui acha que é boa? Ou, devemos fazer que nem na Argentina, mascarar a realidade e elevar qualquer coisa a trunk só para ficar mais denso no mapa? Isto não é mapear para o renderizador? Voltando a proposta apresentada, agora que entendi melhor, eu fiquei profundamente incomodado. Agora vamos mapear por "inferência"? Se tem duas cidades com mais de 200 mil habitantes nós vamos "inferir" que as rodovias são tipo trunk? E o que fazemos com a "realidade"? Deixa para lá porque não fica tão bonito no mapa? Da minha parte eu me oponho a esta proposta porque ela fere um princípio fudamental do OSM: the truth is on the ground. A verdade não pode ser inferida por regras arbitrárias e abstratas. É um fato que a hierarquia rodoviária neste país é um caos, porque disfarçar? Vamos fazer um pequeno exercício. Hoje, se eu olho o mapa e vejo uma rodovia tipo trunk o que eu posso pensar? Pela proposta de 2013, eu deduzo que se trata de uma rodovia de maior porte, melhor que uma primary. Esta é uma informação útil, fácilmente acessível por qualquer usuário leigo do OSM. Desde proposta do top+5, eu já não posso mais fazer esta afirmação facilmente. Uma trunk pode ser uma rodovia bem estruturada ou uma completa porcaria. Tá legal, posso olhar as tag acessórias, quantas lanes etc, mas quem sabe fazer isto ou tem tempo para olhar? Quantas vezes você estava com o aplicativo aberto e tendo de tomar uma decisão rápida? se você vê uma rodovia tipo trunk, você vai por ela e pronto. Agora, por esta proposta apresentada, todas as classificações passam as ser "inferidas"? Então se eu vejo "trunk" significa que liga cidades de maior porte. Tá, e daí? No que isso me ajuda? Eu já não estou vendo as cidades de maior porte no mapa? Eu quero saber se é uma rodovia boa ou não, Agora se for o contrário, essas duas cidades, onde pela lógica deveria haver uma rodovia "trunk" mas eu vejo uma "secondary". Agora sim, isso é útil. Agora eu sei que há uma infraestrutura deficiente. Por que mascarar isto? Por que fazer de conta que é trunk? Então, com todo respeito pelos esforços, me desculpem, mas acho que indo pelo caminho errado. A top+5 já foi uma proposta equivocada, mas foi uma interferência pontual. Esta proposta é bem pior, pois todas as classificações agora passariam a ser fictícias. Não tenho como concordar com isto, não faz sentido. Eu penso que o que foi apresentado não é uma proposta de mapeamento, e sim uma proposta de roteamento, algo que poderia ser implementado em um aplicativo. Ou um exercício para saber se a realidade da infraestrutura rodoviária condiz com o que seria "ideal". E nem se fala da questão dos critérios, raio de influência, tamanho da população é algo tão arbitrário, e francamente bastante complicado. Algo que teria de sofrer tantos ajustes regionais, centros metropolitanos, mesmo se aprovado acho que se transformaria num inferno sem nenhum benefício além do meramente estético. Não há dúvidas que existem várias rodovias que poderiam ser reclassificadas para trunk, o que nos falta são critérios objetivos e simples. Na época do top+5 eu fiz a proposta de que rodovias com cobrança de pedágio ou que são consideradas privatizáveis poderiam ser consideradas trunk. É uma idéia, não sei se é boa. Usar classificações oficiais para embasar as nossas é outra sugestão. Por exemplo, uma via que poderia ser tanto secondary com primary, às vezes o desempate poderia vir da classificação dos DEERs. E sim, o DEER faz estudos de fluxo de trânsito, já fui parado para responder a questionários (para onde vai? de onde vem? turismo ou trabalho?), sem falar nos sensores permanentes ou temporários (parecendo uma mangueira atravessada na pista). Quero crer que as classificações do DEER não são simplesmente inferidas, pelo menos não me parecem. então resumindo: sou contra a proposta, pois assim como no top+5, introduz elementos ficionais no mapa com a justificativa de adensar artificialmente a renderização dito tudo isto, na verdade realmente tanto faz, ninguém usa o OSM para quase nada. Depois de 15 anos a maioria das pessoas nem nunca ouviu falar, tudo é só Google Maps. Além disto o mapa não é confiável, e da maneira como opera, nunca vai ser. sorry Gerald
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