Viva, Eduardo:

Para decidir se um certo operador de "negação" é paraconsistente você
precisa antes definir qual a noção de *consequência* com a qual está
trabalhando.  (A relação de ordem "natural" do seu espaço topológico?)

Joao Marcos


PS: a co-implicação é importante nesta história, sim --- embora os
paraconsistentistas raramente tenham apontado isso


2012/4/24 Eduardo Ochs <eduardoo...@gmail.com>:
> Supondo que não vá pegar mal eu fazer uma pergunta bem ingênua sobre
> negações paraconsistentes, lá vai...
>
> O meu modo preferido de pensar em lógica(s) intuicionista(s) tem sido
> fixar um espaço topológico (X, O(X)) e aí dizer que os meus valores de
> verdade vão ser os ABERTOS desse espaço topológico. Aliás, acho que é
> melhor eu explicar de outra forma: ao invés de pensar em "lógica
> intuicionista em geral" eu tenho preferido começar escolhendo um
> espaço topológico (X, O(X)) e aí olhar pra álgebra dos abertos dele,
> que é uma Álgebra de Heyting - ou seja, dá pra interpretar cálculo
> proposicional nela - e aí eu trabalho nessa Álgebra de Heyting.
> Defino:
>
>   um "valor de verdade clássico" em (X, O(X)) é um subconjunto
>   qualquer de X,
>
>   um "valor de verdade intuicionista" em (X, O(X)) é um suconjunto
>   aberto de X,
>
>   o "verdadeiro", o "falso", a conjunção e a disjunção
>   "intuicionistas" são definidos da mesma forma que as suas versões
>   "clássicas" - são o X, o vazio, a interseção e a união de
>   subconjuntos,
>
>   a implicação clássica (P ->_C Q) é a união de (X \ P) e Q,
>
>   a implicação intuicionista (P ->_I Q) é o interior de (P ->_C Q),
>
>   a negação clássica é      not_C P = (P ->_C F) = (X \ P),
>
>   a negação intuicionista é not_I P = (P ->_I F) = int (X \ P).
>
> e repare que a operação "interior" transforma qualquer valor de
> verdade clássico num intuicionista.
>
> Se o nosso espaço topológico (X, O(X)) é Alexandroff a gente tem uma
> operação "cointerior": o interior de P é o maior aberto contido em P,
> e o cointerior de P é o menor aberto contendo P. Isto gera uma
> "coimplicação" - que não interessa agora - e uma "conegação": a
> conegação de P é o menor aberto contendo o complemento de P.
>
> Agora eu posso fazer a minha pergunta: essa conegação é uma negação
> paraconsistente?
>
>   Obrigado! =)
>     [[]], Eduardo

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