Ai, há uma ligeira confusão, talvez por não me fazer entender
explicitamente. Na verdade, todos os esquemas modais que eu mencionei eu
disse que fazem sentido. Mas, muito embora isso acarrete que S5 também faça
sentido filosoficamente, não quero com isso dizer que S5 seja meu sistema
"favorito". Quero dizer, nada impede que uns sistemas sejam filosoficamente
 mais interessantes que outros. No caso, eu ainda posso dizer que os
teoremas de absorção e redução não sirvam para o tipo de reflexão
filosófica que eu queira fazer, embora sirvam para outros tipos. Isto
dependerá do que se pretende examinar. Ainda mais que remanescem vários
paradoxos conhecidos que não cabe agora citar.

Mas, enfim, João Marcos, acho que no final você queria falar de
sub-contrárias. Eu não tenho ainda nenhuma proposta de como se definiria a
negação paraconsistente. Pelo que eu pude apreciar, a ideia de definir
negação paraconsistente a partir de sub-contrárias é objeto de discussão e
há pessoas que apressadamente dizem que isto seria um argumento contra
lógicas paraconsistentes. Não posso agora assumir nenhum compromisso com
nenhuma dessas posições. Posso apenas alertar que nada impede que a negação
paraconsistente seja definida de outro modo e que em certos sistemas modais
ela coincida com sub-contrariedade: é uma hipótese sobre a qual quero
refletir mais adiante.

Em 1 de maio de 2012 20:46, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> escreveu:

> > 1. Sim, a regra de necessitação faria sentido também. Por exemplo, todas
> as
> > teses de PC seriam consistentes, por essa regra.
>
> Certo, então todas as teses de S5 "fazem sentido"...
>
> > 2. Sobre as perguntas finais, consistente p e consistente não p, sob essa
> > ótica, são contrárias: podem ser ambas falsas, mas não ambas
> verdadeiras. Se
> > não-p não for consistente, então p é testável, pela definição do dual de
> > consistente, e assim por diante. Isto sim faz sentido para algumas
> lógicas.
>
> Bom, como você já assume S5, é natural que assuma a serialidade (de
> onde segue a sua observação sob contrariedade)...
>
> > No caso, uma vantagem de tratar o operador de consistência como um modal
> > primitivo é que eu o posso usar em lógicas do tipo KT. Não precisa ser um
> > dentre os muitos cálculos paraconsistentes que se propuseram nas últimas
> > décadas.
>
> Bem, até agora não falamos em negação paraconsistente...  Os cálculos
> da essência e do acidente, em particular, não pressupõem em geral a
> existência de uma tal negação.
>
> > Mas, note que daí eu estou supondo que seja primitivo o operador de
> > consistência: não estou dando-lhe uma definição. O resto ainda está em
> > objeto de estudo, mas agradeço sugestões.
>
> Como você sabe, assumir que o operador de consistência é primitivo foi
> *exatamente* o que eu fiz no mencionado paper...  E em seguida mostrei
> como lhe dar uma axiomatização adequada com relação à semântica
> proposta (que satisfaz a definição precisa de _consistência_
> subjacente às chamadas "lógicas da inconsistência formal").
>
> Não sei exatamente o que você está fazendo.  Mas me parece no mínimo
> curioso que o significado de "consistência" para você seja tal que
> negar (classicamente) a "consistência" resulte na definição de uma
> negação paraconsistente (já bem estudada).  A propósito: todo sistema
> modal pode ser apresentado a partir de uma linguagem que contém o
> fragmento positivo da lógica clássica e a negação paraconsistente
> definida pela rejeição deste seu conectivo de "consistência" /
> necessidade.
>
> Bom trabalho,
> Joao Marcos
>
> --
> http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
>
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