Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-09 Por tôpico Gustavo Noronha Silva
On Thu, 7 Oct 2004 09:16:58 -0300
Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> Do contrato social do Debian:
> 
> 4. Nossas prioridades são nossos usuários e o software livre
> 
> A prioridade é o usuário, não os TEUS valores.

Não confunda isso com 'decidimos tudo baseado no que o usuário quer'. Por
vezes o usuário não tem conhecimento suficiente para tomar uma decisão
técnica, por exemplo, e não tem que ter direito de voto ou veto.

Na questão da tradução, especificamente, nós como projeto podemos assumir
uma política de resguardo da língua e com isso não estaremos ferindo o
interesse dos nossos usuários.

Pensando por outro lado, podemos até estar defendendo os usuários, criando
um vocabulário mais compreensível. Não sei se você percebe o mesmo que eu,
mas muitas coisas são de entendimento complexificado no estudo das coisas
relacionadas ao computador pelo simples motivo de que o nome, que ajuda na
definição da coisa, não é compreensível à pessoa e ela acaba vendo aquilo
como algo meio mágico.

Threads, por exemplo, apareceram na minha cabeça como entidades superiores
e complexas, tecnologias nada triviais. Se eu soubesse desde o começo que
uma 'thread' é 'linha' eu provavelmente teria tido mais facilidade em
compreender a explicação do tutorial.

Então até concordo que os valores individuais não devem estar, de acordo
com o contrato social, acima dos interesses da coletividade debiânica, mas
isso se aplica aos seus valores tanto quanto aos valores do marciotex e aos
meus, e nós como projeto temos a tarefa de tentar chegar ao ponto ideal.

> Repito o de cima. Se pra ti que traduziu tu entenda aquela tradução de
> threads, ótimo. Agora, se pra mim não é usável, e creio que maioria
> também (não as pessoas desta lista), não é. Acho que faltou essa
> "pequena" preocupação com o usuário.

Acho que está acontecendo um probleminha de comunicação... não acho que o
marciotex esteja defendendo tão arduamente a tradução de 'thread' como
parece que você entende.

> PS: só gaúcho discute aqui tchê, mas que barbaridade (eu, Márcio e
> Antônio)

Tem mineiro também ;)...

PS: tira o reply-to dos seus emails para a lista =P

[]s!

-- 
[EMAIL PROTECTED]: Gustavo Noronha 
Debian:    *  
  "Não deixe para amanhã, o WML que você pode traduzir hoje!"
http://debian-br.alioth.debian.org/?id=WebWML




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-08 Por tôpico marciotex
-BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
Hash: SHA1

Gustavo Noronha Silva <[EMAIL PROTECTED]> writes:

> On Tue, 5 Oct 2004 14:39:56 -0300
> Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>
>> reafirmar nossa língua? Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
>> quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
>> não pratriotismo.
>> 
>> Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
>> barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
>> exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
>> (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.
>
> Mouse de rato e software de logicial sou contra.
>
> Você tem de concordar, no entanto, que nos seus outros exemplos,
> 'fotocópia' e 'lâmina de barbear' são termos completamente "entendíveis" e
> evitam um uso distorcido da língua.
>
> É uma questão de usar o bom senso... procurar defender a língua, mas usando
> bom senso. Existem traduções cabíveis para vários termos e que não usamos
> por simples acomodação. Podemos melhorar nisso.
>
> Abraço,
>

É este o meu ponto. Não à inércia nas traduções. Sem traduzir mouse por
rato (embora eu preferisse mause, mas tudo bem). Mas também sem embarcar
direto na idéia de que, e.g., threads não pode ser traduzida. Talvez não
possa, não sei. Mas vamos discutir estas coisas. E traduzir, também, é claro.
 
Um abraço,
- -- 
Marcio Roberto Teixeira

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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-08 Por tôpico marciotex
Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> writes:

>> Das duas, uma: ou tu não leste minha mensagem com boa-vontade ou eu não
>> me expressei bem. A cortesia me obriga à segunda hipótese. Nossas
>> divergências, ao que me parece, são menores do que tu sugeres.
>
> Assim espero.
>
>> 
>> > Ótimo. Vamos usar nossas expressões inventadas, adaptadas, que ninguém
>> > entenda, apenas para nos darmos ao luxo de usar somente nossa língua.
>> 
>> Para quem tu escreveste isto? Eu não sugeri isto. Sugeri algo sutilmente
>> diferente. Releia a mensagem se quiseres entender.
>
> Não sei, mas parece ser essa a sugestão que estou indo contra, não foi
> direcionada a ninguém em especial.

Ok. Achei que tu estavas atribuindo aquela posição a mim. Não
estavas. Questão encerrada, de minha parte.
 
>> > Não sei qual o problema com estrangeirismos. Aliás, acho péssima as
>> > traduções em que alguém pegou uma palavra totalmente compreensível em
>> > inglês
>> 
>> "palavra totalmente compreensível em inglês": segundo esta expressão, as
>> palavras têm inscritas, nelas, uma certa natureza que as faz naturalmente
>> compreensíveis. Estás errado! Palavras são mais ou menos compreensíveis
>> conforme as usemos. Uma palavra é "totalmente compreensível em inglês"
>> quando é muito usada em inglês.
>> 
>
> Creio que algumas expressões que tem traduções chulas em português,
> mesmo que não sejam palavras comumasmente utilizadas, não devem ser
> traduzidas. Totalmente compreensível pra mim é algo que eu leia e
> saiba o que é, sem precisar pensar.

"Algo que ***eu*** leia"? Não há problemas com o eu e o Contrato Social
Debian? :) Estou sendo um pouco sacana, entendo o que tu queres dizer.

s/eu leia e saiba/os usuários leiam e saibam o que é

>> >  e transformou em uma coisa tosca em português. Pra que? Só pra
>> > reafirmar nossa língua?
>> 
>> Reafirmar nossa língua é, para mim, um valor. Tu não achas?
>> Perfeito. Esta é uma questão ideológica, não técnica. E, nesta medida,
>> em última análise se funda nos valores que cultivamos. Que bom
>> que podemos cultivar diferentes valores. É deplorável a perspectiva
>> segundo a qual o que não tem valor para mim não tem valor.
>> 
>
> Do contrato social do Debian:
>
> 4. Nossas prioridades são nossos usuários e o software livre
>
> A prioridade é o usuário, não os TEUS valores.

Se a adesão ao Contrato Social (não o de Rousseau :) ) implicasse rebaixar
a prioridade dos meus valores, eu não aderiria ao Contrato Social. Eu
não creio que haja esta implicação. O lema: não à inércia nas traduções
não me parece ser incompatível com o CS.

>> > Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
>> > quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
>> > não pratriotismo.
>> 
>> Não aceito o dilema. Há outra via. Eu quero usabilidade e patriotismo!
>> 
>
> Repito o de cima. Se pra ti que traduziu tu entenda aquela tradução de
> threads, ótimo. Agora, se pra mim não é usável, e creio que maioria
> também (não as pessoas desta lista), não é. Acho que faltou essa
> "pequena" preocupação com o usuário.

Esta é uma questão discutível. E não, não tem faltado preocupação com o
usuário.

>> > Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
>> > barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox?
>> 
>> O que eu faço é parte do que importa nesta discussão, não resolve nem
>> determina nenhuma posição. Respondendo: eu chamo de mouse. Na verdade,
>> eu chamo de mause. And so what? O que se segue disto? Apenas que estou
>> acostumado a um certo uso.
>> 
>
> Ótimo, e você não está acostumado a falar threads? Pra que mudar a
> tradução então? Somente um exemplo, mas vale pra todas as outras
> traduções.

É difícil medir o grau de hábito. Para mouse, eu não discutiria. Para
threads, não sei não.

>> > Os
>> > exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
>> > (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.
>> 
>> Sim, tudo isto ilustra uma tese já bastante conhecida: nós, de fato,
>> usamos estrangeirismos. Mas, de novo, é preciso reconhecer que o que ser
>> não funda o dever ser. Carros avançam no sinal vermelho. Disto não se
>> segue que devam avançar.
>> 
>> Além disto, o ponto de vista que defendo não é a
>> abolição dos estrangeirismos. Em muitos casos não convém isto. Defendo
>> que o uso dos estrangeirismos em nossas traduções não sejam conseqüência
>> da nossa inércia. É apenas isto. Eu não creio que tu discordes
>> disto. Por isso acho que divergimos menos do que tu pareces sugerir. Mas
>> se discordas, este é o ponto de divergência.
>
> Eu concordo. E sobre a consequência da inércia, acho que as vezes tu
> sai dessa inércia querendo traduzir tudo pra português brasileiro, e
> acaba criando coisas ruins. Esse é o meu ponto.

Perfeito. Viu como concordávamos! :)

>> 
>> > Não sei porque essa defesa.
>> 
>> Porque ***eu*** considero importante minha língua. Tu não precisas
>> concordar com isto.
>> 
>
> De novo, o "eu". Novamente remeto

Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-08 Por tôpico marciotex
-BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
Hash: SHA1

"Antonio S. de A. Terceiro" <[EMAIL PROTECTED]> writes:

> Luciano Macedo Rodrigues escreveu isso aí:
> [corta]
>> > Errado. Eu sou um usuário comum e estou "me lixando sobre o que é
>> > threads". Conheço outras pessoas que também estão se lixando prá
>> > isto. Generalizar opiniões a partir de nossa própria ou do estreito
>> > universo que nos circunda pode ser uma boa estratégia retórica mas não
>> > colabora com a discussão.
>> > 
>> 
>> Então você se contradiz, usando os teus "**eu**". E você mesmo disse
>> que é errado, mas você é um dos usuários que citei, e conhece outros
>> também que o são. Mostre-me um caso contrário ao que falei, e você
>> terá provado que estou errado.
>
> Pense comigo: Um falante de inglês que não é técnico de informática lê
> "threads" e entende "linha" (o conceito de linha, sequência), que é a
> tradução no dicionário inglês/português para thread.
>
> Um falante de inglês que não sabe o que é um computador lê "mouse" e
> entende "rato" (o animal, eventualmente nojento :-)).
>
> Porque temos que usar termos que são metáforas (e que fora da
> informática significam outras coisas) em inglês como se fossem
> intraduzíveis? Será que nós somos -- que somos a razão desse
> não-traduzir de termos -- somos incapazes de associar a palavra "rato"
> no contexto de informática àquele trocinho que comando um cursor na tela
> e que nos foi apresentado como "mouse"
>
> É claro que a literatura em inglês contribui para isso, e é indiscutível
> que coisas assim estão enraizadas na gente (sim, estão), mas meu ponto
> é: qual a real necessidade de usar tais termos em inglês?
>
> A gente pode até convencionar alguns termos como intraduzíveis, mas acho
> que isso não é necessário.  "Mouse" (e semelhantes) é tão "povão" que eu
> acho que nem vale à pena traduzir mesmo. :-( Mas acho que coisas
> técnicas bem específicas merecem uma traduçãozinha sim. Mesmo que a
> gente tenha que colocar o termo original entre parênteses.

Concordo integralmente.

> [corta]
>
>> Eu disse que estava certo na forma de expressão que eu queria passar,
>> não no conteúdo. Esse teu comentário é ótimo pra iniciar um flame.
>> Recebi um e-mail do Antônio dizendo que eu tinha iniciado um flame
>> aqui. Será? Ou vocês não estão querendo aceitar minha opinião?
>> 
>> Essa é a minha forma de lidar com as coisas, foi um pouco
>> "revolucionária", mas pelo menos chamei a atenção da lista pra causa.
>> O Antônio também falou em "clima chato" que ficou. Não estou aqui
>> discutindo ou xingando vocês na frente do computador enquanto escrevo
>> isso. Estou pensando como posso fazer para que eu seja entendido e as
>> traduções do Debian fiquem melhor. Pra mim não há inimizade, somos
>> apenas mais uma comunidade discutindo um assunto, e é normal que
>> aparecem divergências. Aconteceu já entre DDs como o Matthew Garrett e
>> MJ Ray sobre licenças, com o Norbert Tretkowski e o Marco d'Itri, acho
>> que é normal.
>
> Admito que levei a coisa meio pessoal, afinal fui em quem começou essa
> onda toda colocando "processos leves" como tradução de threads (que por
> sinal o meu professor de SO usava sem nenhum constrangimento e eu nunca
> vi problema nisso).
>
> Mea culpa. Abstraia.

Tudo na paz

>> Agora, eu estive pronto pra aceitar o que tu falou. Estaria tu pronto
>> pra aceitar o que eu estou falando?
>
> Acho que às vezes esse assunto é quase da classe de "futebol e
> religião". Mas vamos ver até aonde a gente vai.

A propósito: nós gaúchos não falamos de futebol, Inter e Grêmio não
disputam o brasileirão e a Gisele Bündchen é muito feia.
  
>> PS: só gaúcho discute aqui tchê, mas que barbaridade (eu, Márcio e Antônio)
>
> Opa, opa, opa. Eu só estudo no II, mas não sou gaúcho não.  O Rio Grande
> so Sul é uma terra bonita, gosto daqui, mas estou só de passagem. :-)

Tá bem, mas já toma um matezinho, digo, um matezinho quente, daqueles
que dá saudade do Rio Grande?

>
>> Luciano "sp00ky" Rodrigues
>> 
>
> -- 
> Antonio S. de A. Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>
> http://www.inf.ufrgs.br/~asaterceiro
>

té+v
- -- 
Marcio Roberto Teixeira

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=ymmn
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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico Luiz Guaraldo (Software Livre)
Pessoal,
Como iniciante desta discuÃÃo (creio que fui eu quem comecei, nÃo?), me 
vi na obrigaÃÃo de dizer mais algumas palavras a respeito:

Primeiro: Acredito que toda traduÃÃo deva ser feita da maneira mais 
compreensÃvel possÃvel, isto Ã, traduzir para o PortuguÃs ClÃssico 
(aquele usado por estudiosos da lingua portuguesa) pode tornar o texto 
pesado e obscuro. No entanto, traduzir para os termos falados entre 
rodas de especialistas da Ãrea pode cair no mesmo erro.

Certos termos (e acredito que "thread" seja um deles) cabe uma traduÃÃo, 
mesmo que aproximada, seguido do termo original entre parenteses e 
aspas/itÃlico, mostrando que o termo nÃo à na lingua do documento, mas 
torna o documento mais compreensÃvel.

Outros termos (e aqui entra "mouse", "vÃdeo" - desculpem-me os 
portugueses, mas ecrà à horrÃvel -, "mousepad", "RAM", entre outros) 
devam ser mantidos por serem largamente usados (mesmo entre leigos), e 
aqui fica a diferenÃa: "thread" Ã um termo largamente usado entre 
PROGRAMADORES, mas nÃo muito conhecido entre leigos.

Pelo meu ponto de vista, devemos pensar de uma maneira nÃo muito 
conservadora (manter porque nÃo tem traduÃÃo jà usada - lembro que isso 
era usado em filmes, mesmo os infantis), enm totalmente radical 
(traduzir tudo - isso pode causar confusÃes como o "MAA"), mas sim usar 
o bom senso, que creio que todos nÃs temos muito bem estruturado, 
discutindo o assunto, como fizemos aqui nesse quase "flame", e chegando 
a uma conclusÃo em conjunto, que ainda nÃo foi falado aqui: THREAD, 
traduzir ou nÃo traduzir, eis a questÃo!

Grande abraÃo a todos...
--
Att,
   Luiz Guaraldo
   Administrador de Redes  .''`.
(o- [EMAIL PROTECTED] : :'  :
//\  [EMAIL PROTECTED]  `. `'`
V_/_ "Seja Livre, use GNU/Linux"`-
 Linux User 328686   debian-br
  ICQ - 25618



Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico Carlos Correia
A Qui, 2004-10-07 Ãs 21:32, hggdh escreveu:
> Hello Carlos,
> 
> Wednesday, October 6, 2004, 07:58:53, you wrote:
> 
> (...)
> CC> Quando leio documentaÃÃo em portuguÃs, sobretudo (mas nÃo sÃ) quando 
> Ã
> CC> feita por brasileiros, encontro-me demasiadas vezes com a necessidade de
> CC> ter de traduzir algumas expressÃes para inglÃs para compreender o texto.
> (...)
> 
> Absolutamente correcto. VÃrios motivos contribuem para tal, entre eles
> o afastamento natural entre o Portugues Lusitano e Brasileiro. Digo
> "natural", e de forma enfÃtica. Tal nÃo ocorre por conta do desejo dos
> povos, mas por conta de diferentes bases culturais, sociais, etc.
> 
> à semelhante à diferenÃa entre O Porto e Lisboa, e entre o NE
> Brasileiro e o Sul (para ficar com exemplos simples). Por este motivo
> temos diferentes traduÃÃes (Portugual/Brasil).
> 

NÃo! A diferenÃa à muito maior da que existe entre o Porto e Lisboa e,
muito provavelmente, da que existe entre o sul e o norte do Brasil.

A verdade à que, se se tratar de um romance, a diferenÃa atà nÃo serÃ
assim tÃo grande (hà sempre termos que desconhecemos, atà nas nossas
prÃprias lÃnguas), mas tratando-se de manuais tÃcnicos, sem ambiÃÃes
literÃrias, o que importa à mesmo a gente ser capaz de entender Ã
primeira!

> Temos, tambÃm, boas e mÃs traduÃÃes, a ocorrer em ambos os lados. 
> Novamente,
> nada extraordinÃrio. HÃ revisores. E havemos de ter "bug reports"
> (relatÃrios de insectos?), que solicitarÃo ajustes. Enquanto isto, os
> traductores estarÃo a aprender, mais e mais. E suas traduÃÃes tenderÃo
> a tornar-se mais e mais correctas.
> 

Inch' Allah!

> Idiotismos nÃo mostram intenÃÃo criminosa. mas o simples progresso da
> lÃngua (ou regresso). A lÃngua à o que à falado por um povo, ou
> sociedade. Se este povo à ignorante, da mesma forma a lÃngua o serÃ.
> Se desejais proteger vossa lÃngua, que se invista na educaÃÃo. Tanto
> cÃ, neste forum, quanto nas escolas.
> 

Nem mais! Mas os tradutores tambÃm deverÃo ter essa preocupaÃÃo ;-)

> Cabe-nos, a todos os falantes desta maravilhosa e enporcalhada lÃngua,
> o esforÃo de mante-la viva (e honesta). Mas nÃo devemos permitir
> extremos, seja ao lado do "traduza-se tudo", seja ao lado do
> "mantenha-se o original". Basta-nos, creio, bom-senso e discussÃo.
> 
> Pois que seja. Defenda-se a lÃngua, mas nÃo ao custo de sangue.
> 

Concordo completamente!

> Diga-se, de passagem: nos significados da palavra
> "thread", nÃo hà um Ãnico que se refira ao seu uso em nossa Ãrea.
> Literalmente, "thread" pode ser traduzido por "linha", "fio" (de cerzir)
> e *TODOS* os significados associam-se a este conceito. Por extensÃo e
> neologismo, a Ãrea tÃcnica passou a usar "thread" em situaÃÃes
> semelhantes: "e-mail thread", "process thread", etc. Veja-se o
> "Webster's Unabridged", por exemplo. E... o que disse o Professor Dr
> Carissimi quanto a isto? Todas as sugestÃes sÃo ebm-vindas.
> 
> E, finalmente: em meus sistemas, o LOCALE Ã sempre EN, e meu mÃvel esta
> em Frances. E daÃ?

Numa situaÃÃo ideal, essas expressÃes deveriam ser usadas na sua forma
mais comum (se aà no Brasil se chama 'mouse' ao 'rato', tudo bem: Ã
coisa que se traduz sem pensar!), sendo remetidas para um glossÃrio
aquelas palavras que 'toda a gente' conhece em inglÃs, mas nÃo sabe a
sua traduÃÃo literal (estou-me a lembrar de 'kernel', por exemplo, que
demorei alguns anos a descobrir o seu significado original -- o miolo do
caroÃo da ameixa -- enfim o NÃCLEO).

Por favor: entendam isto apenas como um comentÃrio de quem jà teve de
ler *toneladas* de documentaÃÃo -- a propÃsito: os franceses e os
espanhÃis atà conseguem ser piores mas, se calhar, as traduÃÃes tambÃm
sÃo efectuadas mais rapidamente :-(. E esta talvez seja a grande
diferenÃa: devido, talvez, ao menor poder econÃmico e editorial, quem se
quiser manter actualizado à *obrigado* a 'devorar' documentaÃÃo em
inglÃs (macarrÃnico, grande parte das vezes).

Cumprimentos,

Carlos Correia


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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico hggdh
Hello Carlos,

Wednesday, October 6, 2004, 07:58:53, you wrote:

(...)
CC> Quando leio documentação em português, sobretudo (mas não só) quando é
CC> feita por brasileiros, encontro-me demasiadas vezes com a necessidade de
CC> ter de traduzir algumas expressões para inglês para compreender o texto.
(...)

Absolutamente correcto. Vários motivos contribuem para tal, entre eles
o afastamento natural entre o Portugues Lusitano e Brasileiro. Digo
"natural", e de forma enfática. Tal não ocorre por conta do desejo dos
povos, mas por conta de diferentes bases culturais, sociais, etc.

É semelhante à diferença entre O Porto e Lisboa, e entre o NE
Brasileiro e o Sul (para ficar com exemplos simples). Por este motivo
temos diferentes traduções (Portugual/Brasil).

Temos, também, boas e más traduções, a ocorrer em ambos os lados. Novamente,
nada extraordinário. Há revisores. E havemos de ter "bug reports"
(relatórios de insectos?), que solicitarão ajustes. Enquanto isto, os
traductores estarão a aprender, mais e mais. E suas traduções tenderão
a tornar-se mais e mais correctas.

Idiotismos não mostram intenção criminosa. mas o simples progresso da
língua (ou regresso). A língua é o que é falado por um povo, ou
sociedade. Se este povo é ignorante, da mesma forma a língua o será.
Se desejais proteger vossa língua, que se invista na educação. Tanto
cá, neste forum, quanto nas escolas.

Cabe-nos, a todos os falantes desta maravilhosa e enporcalhada língua,
o esforço de mante-la viva (e honesta). Mas não devemos permitir
extremos, seja ao lado do "traduza-se tudo", seja ao lado do
"mantenha-se o original". Basta-nos, creio, bom-senso e discussão.

Pois que seja. Defenda-se a língua, mas não ao custo de sangue.

Diga-se, de passagem: nos significados da palavra
"thread", não há um único que se refira ao seu uso em nossa área.
Literalmente, "thread" pode ser traduzido por "linha", "fio" (de cerzir)
e *TODOS* os significados associam-se a este conceito. Por extensão e
neologismo, a área técnica passou a usar "thread" em situações
semelhantes: "e-mail thread", "process thread", etc. Veja-se o
"Webster's Unabridged", por exemplo. E... o que disse o Professor Dr
Carissimi quanto a isto? Todas as sugestões são ebm-vindas.

E, finalmente: em meus sistemas, o LOCALE é sempre EN, e meu móvel esta
em Frances. E daí?
-- 

 ..hggdh..

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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico Carlos Correia
A Qui, 2004-10-07 Ãs 15:56, Antonio S. de A. Terceiro escreveu:
> Luciano Macedo Rodrigues escreveu isso aÃ:
> [corta]
> > > Errado. Eu sou um usuÃrio comum e estou "me lixando sobre o que Ã
> > > threads". ConheÃo outras pessoas que tambÃm estÃo se lixando prÃ
> > > isto. Generalizar opiniÃes a partir de nossa prÃpria ou do estreito
> > > universo que nos circunda pode ser uma boa estratÃgia retÃrica mas nÃo
> > > colabora com a discussÃo.
> > > 
> > 
> > EntÃo vocà se contradiz, usando os teus "**eu**". E vocà mesmo disse
> > que à errado, mas vocà à um dos usuÃrios que citei, e conhece outros
> > tambÃm que o sÃo. Mostre-me um caso contrÃrio ao que falei, e vocÃ
> > terà provado que estou errado.
> 
> Pense comigo: Um falante de inglÃs que nÃo à tÃcnico de informÃtica lÃ
> "threads" e entende "linha" (o conceito de linha, sequÃncia), que à a
> traduÃÃo no dicionÃrio inglÃs/portuguÃs para thread.
> 
> Um falante de inglÃs que nÃo sabe o que à um computador là "mouse" e
> entende "rato" (o animal, eventualmente nojento :-)).
> 
> Porque temos que usar termos que sÃo metÃforas (e que fora da
> informÃtica significam outras coisas) em inglÃs como se fossem
> intraduzÃveis? Serà que nÃs somos -- que somos a razÃo desse
> nÃo-traduzir de termos -- somos incapazes de associar a palavra "rato"
> no contexto de informÃtica Ãquele trocinho que comando um cursor na tela
> e que nos foi apresentado como "mouse"
> 

Porque, infelizmente, a *maior parte dos manuais de qualidade* està em
inglÃs, e nÃo vejo maneira de alterar isso :-(

VÃo-se continuar a escrever as versÃes originais dos manuais em inglÃs
durante, pelo menos, mais uns anos!

> à claro que a literatura em inglÃs contribui para isso, e à indiscutÃvel
> que coisas assim estÃo enraizadas na gente (sim, estÃo), mas meu ponto
> Ã: qual a real necessidade de usar tais termos em inglÃs?
> 
> A gente pode atà convencionar alguns termos como intraduzÃveis, mas acho
> que isso nÃo à necessÃrio.  "Mouse" (e semelhantes) à tÃo "povÃo" que eu
> acho que nem vale à pena traduzir mesmo. :-( Mas acho que coisas
> tÃcnicas bem especÃficas merecem uma traduÃÃozinha sim. Mesmo que a
> gente tenha que colocar o termo original entre parÃnteses.
> 
> [corta]

Ora, eu acho precisamente o contrÃrio: as palavras de uso mais
generalizado (povÃo) deviam tentar-se traduzir (afinal, rato Ã
perfeitamente entendÃvel), enquanto que as outras ou nÃo sÃo traduzidas
ou, no mÃnimo, inclui-se a designaÃÃo original (ou seja, a designaÃÃo
comum) entre parÃntesis. 

Agora, *por favor*, nÃo voltem a traduzir RAM (Random Access Memory) por
MAA (MemÃria de Acesso AleatÃrio) -- està correcto, mas ninguÃm entende
à primeira!


Cumprimentos,

Carlos Correia


signature.asc
Description: Esta =?ISO-8859-1?Q?=E9?= uma parte de mensagem	assinada digitalmente


Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico Antonio S. de A. Terceiro
Luciano Macedo Rodrigues escreveu isso aí:
[corta]
> > Errado. Eu sou um usuário comum e estou "me lixando sobre o que é
> > threads". Conheço outras pessoas que também estão se lixando prá
> > isto. Generalizar opiniões a partir de nossa própria ou do estreito
> > universo que nos circunda pode ser uma boa estratégia retórica mas não
> > colabora com a discussão.
> > 
> 
> Então você se contradiz, usando os teus "**eu**". E você mesmo disse
> que é errado, mas você é um dos usuários que citei, e conhece outros
> também que o são. Mostre-me um caso contrário ao que falei, e você
> terá provado que estou errado.

Pense comigo: Um falante de inglês que não é técnico de informática lê
"threads" e entende "linha" (o conceito de linha, sequência), que é a
tradução no dicionário inglês/português para thread.

Um falante de inglês que não sabe o que é um computador lê "mouse" e
entende "rato" (o animal, eventualmente nojento :-)).

Porque temos que usar termos que são metáforas (e que fora da
informática significam outras coisas) em inglês como se fossem
intraduzíveis? Será que nós somos -- que somos a razão desse
não-traduzir de termos -- somos incapazes de associar a palavra "rato"
no contexto de informática àquele trocinho que comando um cursor na tela
e que nos foi apresentado como "mouse"

É claro que a literatura em inglês contribui para isso, e é indiscutível
que coisas assim estão enraizadas na gente (sim, estão), mas meu ponto
é: qual a real necessidade de usar tais termos em inglês?

A gente pode até convencionar alguns termos como intraduzíveis, mas acho
que isso não é necessário.  "Mouse" (e semelhantes) é tão "povão" que eu
acho que nem vale à pena traduzir mesmo. :-( Mas acho que coisas
técnicas bem específicas merecem uma traduçãozinha sim. Mesmo que a
gente tenha que colocar o termo original entre parênteses.

[corta]

> Eu disse que estava certo na forma de expressão que eu queria passar,
> não no conteúdo. Esse teu comentário é ótimo pra iniciar um flame.
> Recebi um e-mail do Antônio dizendo que eu tinha iniciado um flame
> aqui. Será? Ou vocês não estão querendo aceitar minha opinião?
> 
> Essa é a minha forma de lidar com as coisas, foi um pouco
> "revolucionária", mas pelo menos chamei a atenção da lista pra causa.
> O Antônio também falou em "clima chato" que ficou. Não estou aqui
> discutindo ou xingando vocês na frente do computador enquanto escrevo
> isso. Estou pensando como posso fazer para que eu seja entendido e as
> traduções do Debian fiquem melhor. Pra mim não há inimizade, somos
> apenas mais uma comunidade discutindo um assunto, e é normal que
> aparecem divergências. Aconteceu já entre DDs como o Matthew Garrett e
> MJ Ray sobre licenças, com o Norbert Tretkowski e o Marco d'Itri, acho
> que é normal.

Admito que levei a coisa meio pessoal, afinal fui em quem começou essa
onda toda colocando "processos leves" como tradução de threads (que por
sinal o meu professor de SO usava sem nenhum constrangimento e eu nunca
vi problema nisso).

Mea culpa. Abstraia.

> Agora, eu estive pronto pra aceitar o que tu falou. Estaria tu pronto
> pra aceitar o que eu estou falando?

Acho que às vezes esse assunto é quase da classe de "futebol e
religião". Mas vamos ver até aonde a gente vai.
 
> PS: só gaúcho discute aqui tchê, mas que barbaridade (eu, Márcio e Antônio)

Opa, opa, opa. Eu só estudo no II, mas não sou gaúcho não.  O Rio Grande
so Sul é uma terra bonita, gosto daqui, mas estou só de passagem. :-)


> Luciano "sp00ky" Rodrigues
> 

-- 
Antonio S. de A. Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>
http://www.inf.ufrgs.br/~asaterceiro





Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-07 Por tôpico Luciano Macedo Rodrigues
> Das duas, uma: ou tu não leste minha mensagem com boa-vontade ou eu não
> me expressei bem. A cortesia me obriga à segunda hipótese. Nossas
> divergências, ao que me parece, são menores do que tu sugeres.

Assim espero.

> 
> > Ótimo. Vamos usar nossas expressões inventadas, adaptadas, que ninguém
> > entenda, apenas para nos darmos ao luxo de usar somente nossa língua.
> 
> Para quem tu escreveste isto? Eu não sugeri isto. Sugeri algo sutilmente
> diferente. Releia a mensagem se quiseres entender.

Não sei, mas parece ser essa a sugestão que estou indo contra, não foi
direcionada a ninguém em especial.

> 
> > Não sei qual o problema com estrangeirismos. Aliás, acho péssima as
> > traduções em que alguém pegou uma palavra totalmente compreensível em
> > inglês
> 
> "palavra totalmente compreensível em inglês": segundo esta expressão, as
> palavras têm inscritas, nelas, uma certa natureza que as faz naturalmente
> compreensíveis. Estás errado! Palavras são mais ou menos compreensíveis
> conforme as usemos. Uma palavra é "totalmente compreensível em inglês"
> quando é muito usada em inglês.
> 

Creio que algumas expressões que tem traduções chulas em português,
mesmo que não sejam palavras comumasmente utilizadas, não devem ser
traduzidas. Totalmente compreensível pra mim é algo que eu leia e
saiba o que é, sem precisar pensar.

> >  e transformou em uma coisa tosca em português. Pra que? Só pra
> > reafirmar nossa língua?
> 
> Reafirmar nossa língua é, para mim, um valor. Tu não achas?
> Perfeito. Esta é uma questão ideológica, não técnica. E, nesta medida,
> em última análise se funda nos valores que cultivamos. Que bom
> que podemos cultivar diferentes valores. É deplorável a perspectiva
> segundo a qual o que não tem valor para mim não tem valor.
> 

Do contrato social do Debian:

4. Nossas prioridades são nossos usuários e o software livre

A prioridade é o usuário, não os TEUS valores.

> > Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
> > quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
> > não pratriotismo.
> 
> Não aceito o dilema. Há outra via. Eu quero usabilidade e patriotismo!
> 

Repito o de cima. Se pra ti que traduziu tu entenda aquela tradução de
threads, ótimo. Agora, se pra mim não é usável, e creio que maioria
também (não as pessoas desta lista), não é. Acho que faltou essa
"pequena" preocupação com o usuário.

> > Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
> > barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox?
> 
> O que eu faço é parte do que importa nesta discussão, não resolve nem
> determina nenhuma posição. Respondendo: eu chamo de mouse. Na verdade,
> eu chamo de mause. And so what? O que se segue disto? Apenas que estou
> acostumado a um certo uso.
> 

Ótimo, e você não está acostumado a falar threads? Pra que mudar a
tradução então? Somente um exemplo, mas vale pra todas as outras
traduções.

> > Os
> > exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
> > (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.
> 
> Sim, tudo isto ilustra uma tese já bastante conhecida: nós, de fato,
> usamos estrangeirismos. Mas, de novo, é preciso reconhecer que o que ser
> não funda o dever ser. Carros avançam no sinal vermelho. Disto não se
> segue que devam avançar.
> 
> Além disto, o ponto de vista que defendo não é a
> abolição dos estrangeirismos. Em muitos casos não convém isto. Defendo
> que o uso dos estrangeirismos em nossas traduções não sejam conseqüência
> da nossa inércia. É apenas isto. Eu não creio que tu discordes
> disto. Por isso acho que divergimos menos do que tu pareces sugerir. Mas
> se discordas, este é o ponto de divergência.

Eu concordo. E sobre a consequência da inércia, acho que as vezes tu
sai dessa inércia querendo traduzir tudo pra português brasileiro, e
acaba criando coisas ruins. Esse é o meu ponto.

> 
> > Não sei porque essa defesa.
> 
> Porque ***eu*** considero importante minha língua. Tu não precisas
> concordar com isto.
> 

De novo, o "eu". Novamente remeto a preocupação que deveria ter com o usuário.

> >Porque não threads? Qualquer uma pessoa
> > que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
> > digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
> > palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
> > palavra em inglês. Ponto.
> 
> Quando alguém diz "Ponto", entendo que quer dizer: não quero discutir a
> questão. Logo, não discuto.
> 

Não creio que haja um ponto para refutar, logo o "Ponto".

> > Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
> > que é threads, em qual seria melhor tradução em português.
> 
> Errado. Eu sou um usuário comum e estou "me lixando sobre o que é
> threads". Conheço outras pessoas que também estão se lixando prá
> isto. Generalizar opiniões a partir de nossa própria ou do estreito
> universo que nos circunda pode ser uma boa estratégia retórica mas não
> colabora com a discussão.
> 

Então você se c

Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Luiz Guaraldo (Software Livre)
Gustavo Noronha Silva escreveu:
É uma questão de usar o bom senso... procurar defender a língua, mas usando
bom senso. Existem traduções cabíveis para vários termos e que não usamos
por simples acomodação. Podemos melhorar nisso.
 

E digo mais... Depende de tradutores como nós não ter "comodismo" na 
tradução dos softwares. O resto é questão de costume...

--
Att,
  Luiz Guaraldo  
  Administrador de Redes  .''`.  
(o- [EMAIL PROTECTED] : :'  : 
//\  [EMAIL PROTECTED]  `. `'`  
V_/_ "Seja Livre, use GNU/Linux"`-
Linux User 328686   debian-br
 ICQ - 25618 




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico marciotex
-BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
Hash: SHA1

Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> writes:

Olá Luciano.

Das duas, uma: ou tu não leste minha mensagem com boa-vontade ou eu não
me expressei bem. A cortesia me obriga à segunda hipótese. Nossas
divergências, ao que me parece, são menores do que tu sugeres.

> Ótimo. Vamos usar nossas expressões inventadas, adaptadas, que ninguém
> entenda, apenas para nos darmos ao luxo de usar somente nossa língua.

Para quem tu escreveste isto? Eu não sugeri isto. Sugeri algo sutilmente
diferente. Releia a mensagem se quiseres entender.

> Não sei qual o problema com estrangeirismos. Aliás, acho péssima as
> traduções em que alguém pegou uma palavra totalmente compreensível em
> inglês

"palavra totalmente compreensível em inglês": segundo esta expressão, as
palavras têm inscritas, nelas, uma certa natureza que as faz naturalmente
compreensíveis. Estás errado! Palavras são mais ou menos compreensíveis
conforme as usemos. Uma palavra é "totalmente compreensível em inglês"
quando é muito usada em inglês.

>  e transformou em uma coisa tosca em português. Pra que? Só pra
> reafirmar nossa língua? 

Reafirmar nossa língua é, para mim, um valor. Tu não achas?
Perfeito. Esta é uma questão ideológica, não técnica. E, nesta medida,
em última análise se funda nos valores que cultivamos. Que bom
que podemos cultivar diferentes valores. É deplorável a perspectiva
segundo a qual o que não tem valor para mim não tem valor.

> Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
> quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
> não pratriotismo.

Não aceito o dilema. Há outra via. Eu quero usabilidade e patriotismo!

> Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
> barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox?

O que eu faço é parte do que importa nesta discussão, não resolve nem
determina nenhuma posição. Respondendo: eu chamo de mouse. Na verdade,
eu chamo de mause. And so what? O que se segue disto? Apenas que estou
acostumado a um certo uso. 

> Os
> exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
> (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.

Sim, tudo isto ilustra uma tese já bastante conhecida: nós, de fato,
usamos estrangeirismos. Mas, de novo, é preciso reconhecer que o que ser
não funda o dever ser. Carros avançam no sinal vermelho. Disto não se
segue que devam avançar.

Além disto, o ponto de vista que defendo não é a
abolição dos estrangeirismos. Em muitos casos não convém isto. Defendo
que o uso dos estrangeirismos em nossas traduções não sejam conseqüência
da nossa inércia. É apenas isto. Eu não creio que tu discordes
disto. Por isso acho que divergimos menos do que tu pareces sugerir. Mas
se discordas, este é o ponto de divergência.

> Não sei porque essa defesa. 

Porque ***eu*** considero importante minha língua. Tu não precisas
concordar com isto.

>Porque não threads? Qualquer uma pessoa
> que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
> digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
> palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
> palavra em inglês. Ponto.

Quando alguém diz "Ponto", entendo que quer dizer: não quero discutir a
questão. Logo, não discuto.

> Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
> que é threads, em qual seria melhor tradução em português.

Errado. Eu sou um usuário comum e estou "me lixando sobre o que é
threads". Conheço outras pessoas que também estão se lixando prá
isto. Generalizar opiniões a partir de nossa própria ou do estreito
universo que nos circunda pode ser uma boa estratégia retórica mas não
colabora com a discussão.

> Uma pessoa
> da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
> tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
> uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
> O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?

Ficou.

> Não vou revisar o texto porque assim tá espontâneo e revoltado, que é o certo.
>
> Luciano "sp00ky" Rodrigues

[corta]

Que bom. Tua mensagem ainda me ensina o que é "o certo". Quem sabe eu
não aprendo?

té+v
- - -- 
Marcio Roberto Teixeira

endereço eletrônico: [EMAIL PROTECTED]
chave pública: hkp://wwwkeys.pgp.net
http://www.marciotex.pop.com.br/keypub_8709626B.asc
página pessoal (em construção): http://www.marciotex.pop.com.br
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Version: GnuPG v1.2.4 (GNU/Linux)
Comment: Processed by Mailcrypt 3.5.8 

iD8DBQFBZE0wrD1pS4cJYmsRAj5dAJ4lRCpJ6F/9gVxvCQlyITM9ENBGMgCggSwq
hoOi8e/xg295J0DjAph+LTU=
=FpZr
-END PGP SIGNATURE-




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Luciano Macedo Rodrigues
Infelizmente não tenho tempo de ficar corrigindo cada pacote que acho
traduções bizarras. Por isso troquei de locale. Vim aqui contribuir, e
esperava que a comunidade de tradutores aceitassem minhas críticas
construtivas, e que seguissem a filosofia Debian de ser leal à
qualidade (e ao software livre) acima de tudo.

Mas se quiser, faço a correção, só me dizer os pacotes.

Att.

Luciano "sp00ky" Rodrigues

On Wed, 6 Oct 2004 15:37:04 -0300, Antonio S. de A. Terceiro
<[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> Luciano Macedo Rodrigues escreveu isso aí:
> > [corta]
> > É por causa desse tipo de pensamento que uso o locale em en_US.
> >
> > Luciano sp00ky Rodrigues
> 
> Ótimo. Parabéns.
> 
> Faz assim então: pega o pacote pra revisar e desfaz a tradução,
> que eu aprovo. Você já fez isso antes, né?
> 
> 
> 
> --
> Antonio S. de A. Terceiro <[EMAIL PROTECTED] >
> http://www.inf.ufrgs.br/~asaterceiro 
> 
> --
> To UNSUBSCRIBE, email to [EMAIL PROTECTED] 
> with a subject of "unsubscribe". Trouble? Contact [EMAIL PROTECTED] 
> 
>




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico marciotex
Miguel Filho <[EMAIL PROTECTED]> writes:

>> Não sei porque essa defesa. Porque não threads? Qualquer uma pessoa
>> que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
>> digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
>> palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
>> palavra em inglês. Ponto. Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
>> que é threads, em qual seria melhor tradução em português. Uma pessoa
>> da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
>> tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
>> uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
>> O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?
>
> Disse bem, algumas traduções podem ficar mais confusas do que o texto 
> original.
> Tanto que tenho vários conhecidos, por terem facilidade com inglês, não usam
> o sistema localizado, ou seja, fica tudo em inglês mesmo.
>
> As vezes não tem como traduzir alguns termos, threads, wrapper, são os
> que me vêm
> a cabeça.

Às vezes não têm. E às vezes têm e deixamos de fazê-lo por uma certa
comodidade / desatenção.

> -- 
> Miguel Di Ciurcio Filho
> Slackware 10 - Debian Sarge
> Linux Professional 102 ID 22833
> Linux user # 347217
>
>

-- 
Marcio Roberto Teixeira

endereço eletrônico: [EMAIL PROTECTED]
chave pública: hkp://wwwkeys.pgp.net
http://www.marciotex.pop.com.br/keypub_8709626B.asc
página pessoal (em construção): http://www.marciotex.pop.com.br
Usuário "tchê" Debian/GNULinux

Porto Alegre - RS - Brasil




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico marciotex
-BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
Hash: SHA1

Carlos Correia <[EMAIL PROTECTED]> writes:

> Olá,

Olá

> Visto deste lado do Atlântico (Portugal), as traduções feitas por
> brasileiros parecem-nos sempre algo estranhas (tal como as traduções
> feitas por portugueses vos devem parecer a vós).
>
> Há, no entanto, algumas coisas que acho que deveriam evitar se
> pretenderem que os vossos textos sejam lidos (também) por portugueses e
> que têm a haver com a 'overdose' de tradução.

Esta é uma questão complicada, Carlos. Não sei se é possível
compatibilizar. Prá pensar

> Vou dar um exemplo: é sempre um momento de confusão quando vejo
> expressões do género '128MB MAA' em vez de '128MB RAM', por exemplo. E
> isto repete-se com tanta frequência que chego a preferir ler os manuais
> no original em vez das traduções (sim, os portugueses tb cometem erros
> do género).

Este é um exemplo de situação em que deveríamos manter o original,
concordo. Muitas situações não são assim. E é apenas uma certa preguiça
que faz com que não traduzamos. É contra estas que me oponho.

> Há expressões que, de tal maneira usadas, se integrem naturalmente na
> nossa linguagem do dia-a-dia, pelo que penso que essas poderão
> (deverão!) ser mantidas no original inglês.

Concordo.

> A Ter, 2004-10-05 às 18:39, Luciano Macedo Rodrigues escreveu:
>
>> Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
>> barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
>
> Esses exemplos só são válidos *desse* lado do Atlântico. Nós usamos
> 'rato', tiramos 'fotocópias' e compramos 'lâminas de barbear' ;-)
>
Fico pensando: o  que Luciano Macedo dirá a respeito?

>> Não sei porque essa defesa. Porque não threads? Qualquer uma pessoa
>> que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
>> digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
>> palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
>> palavra em inglês. Ponto. Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
>> que é threads, em qual seria melhor tradução em português. Uma pessoa
>> da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
>> tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
>> uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
>> O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?
>> 
>
> Concordo completamente, até porque a tradução de threads não é óbvia.
>
> Por curiosidade: qual a tradução escolhida para 'threads'?

Ainda não foi resolvida a questão.

> Cumprimentos,
>
> Carlos Correia
> -- 
> MEMÓRIA PERSISTENTE, Lda.
> Tel.: 219 291 591
> GSM:  967 511 762
> e-mail: [EMAIL PROTECTED]
> URL: http://www.m16e.com
> AIM: m16e
> ICQ: 257488263
> Jabber: [EMAIL PROTECTED]
>

Um abraço,
- -- 
Marcio Roberto Teixeira

endereço eletrônico: [EMAIL PROTECTED]
chave pública: hkp://wwwkeys.pgp.net
http://www.marciotex.pop.com.br/keypub_8709626B.asc
página pessoal (em construção): http://www.marciotex.pop.com.br
Usuário "tchê" Debian/GNULinux

Porto Alegre - RS - Brasil
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Version: GnuPG v1.2.4 (GNU/Linux)
Comment: Processed by Mailcrypt 3.5.8 

iD8DBQFBZCnbrD1pS4cJYmsRAn2bAJ96lD/nTzBW4twMa1P0SpQ1UcsS6wCfZjLT
FX3721g5RxYJo9kus+oS1eY=
=IuiJ
-END PGP SIGNATURE-




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Antonio S. de A. Terceiro
Luciano Macedo Rodrigues escreveu isso aí:
> [corta]
> É por causa desse tipo de pensamento que uso o locale em en_US.
> 
> Luciano sp00ky Rodrigues

Ótimo. Parabéns.

Faz assim então: pega o pacote pra revisar e desfaz a tradução,
que eu aprovo. Você já fez isso antes, né?

-- 
Antonio S. de A. Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>
http://www.inf.ufrgs.br/~asaterceiro





Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Gustavo Noronha Silva
On Wed, 6 Oct 2004 13:15:03 -0300
Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> genuinamente brasileiro. Aliás, vi que teu e-mail é inf.ufrgs.br,
> então estudo na mesma faculdade que tu, então pergunta pro Prof.
> Carissimi, chefe do departamento da área de sistemas operacionais o
> que ele acha dessa tua "tradução".

Que a opinião do Prof. Carissimi se exploda =D. Títulos não servem pra
nada. O que ele fez de grande valor para a internacionalização que torne a
opinião dele importante?

Abraço,

PS: tira o Reply-To dos seus emails pra a lista =/

-- 
[EMAIL PROTECTED]: Gustavo Noronha 
Debian:    *  
  "Não deixe para amanhã, o WML que você pode traduzir hoje!"
http://debian-br.alioth.debian.org/?id=WebWML




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Luciano Macedo Rodrigues
Concordo. Na verdade eu me passei nos exemplos, visto que aquilo são
mais marcas que tiveram seus nomes adaptados. Seria apenas uma "sanity
check" se o cara que tinha escrito o e-mail era totalmente paranóico
com o uso da língua portuguesa.

Luciano "sp00ky" Rodrigues

On Wed, 6 Oct 2004 13:08:40 -0300, Gustavo Noronha Silva <[EMAIL PROTECTED]> 
wrote:
> On Tue, 5 Oct 2004 14:39:56 -0300
> Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED] > wrote:
> 
> > reafirmar nossa língua? Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
> > quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
> > não pratriotismo.
> >
> > Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
> > barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
> > exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
> > (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.
> 
> Mouse de rato e software de logicial sou contra.
> 
> Você tem de concordar, no entanto, que nos seus outros exemplos,
> 'fotocópia' e 'lâmina de barbear' são termos completamente "entendíveis" e
> evitam um uso distorcido da língua.
> 
> É uma questão de usar o bom senso... procurar defender a língua, mas usando
> bom senso. Existem traduções cabíveis para vários termos e que não usamos
> por simples acomodação. Podemos melhorar nisso.
> 
> Abraço,
> 
> --
> [EMAIL PROTECTED] : Gustavo Noronha 
> Debian:    *  
>   "Não deixe para amanhã, o WML que você pode traduzir hoje!"
> http://debian-br.alioth.debian.org/?id=WebWML 
> 
>




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Gustavo Noronha Silva
On Tue, 5 Oct 2004 14:39:56 -0300
Luciano Macedo Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> reafirmar nossa língua? Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
> quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
> não pratriotismo.
> 
> Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
> barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
> exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
> (meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.

Mouse de rato e software de logicial sou contra.

Você tem de concordar, no entanto, que nos seus outros exemplos,
'fotocópia' e 'lâmina de barbear' são termos completamente "entendíveis" e
evitam um uso distorcido da língua.

É uma questão de usar o bom senso... procurar defender a língua, mas usando
bom senso. Existem traduções cabíveis para vários termos e que não usamos
por simples acomodação. Podemos melhorar nisso.

Abraço,

-- 
[EMAIL PROTECTED]: Gustavo Noronha 
Debian:    *  
  "Não deixe para amanhã, o WML que você pode traduzir hoje!"
http://debian-br.alioth.debian.org/?id=WebWML




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Luciano Macedo Rodrigues
Mas nem toda pessoa que lê "linhas paralelas de execução" sabe que
isso quer dizer threads. Não percebe do que eu estou falando?

Linhas paralelas de execução pode ser um fuzilamento de chineses lado
a lado, com várias filas. Pode ser também a execução de uma instrução
matricial num processador vetorial. Pode ser a execução de um programa
em paralelo em vários computadores (não necessariamente em clusters),
como o exemplo de execução de um mesmo ou diferentes programas em
várias plataformas para verificar se tem o mesmo resultado. Ou seja,
tu confundiu o usuário de graça apenas porque quis usar um termo
genuinamente brasileiro. Aliás, vi que teu e-mail é inf.ufrgs.br,
então estudo na mesma faculdade que tu, então pergunta pro Prof.
Carissimi, chefe do departamento da área de sistemas operacionais o
que ele acha dessa tua "tradução".

É por causa desse tipo de pensamento que uso o locale em en_US.

Luciano sp00ky Rodrigues

On Wed, 06 Oct 2004 13:58:53 +0100, Carlos Correia <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> A Qua, 2004-10-06 às 00:31, Antonio S. de A. Terceiro escreveu:
> > Carlos Correia escreveu isso aí:
> 
> > > Por curiosidade: qual a tradução escolhida para 'threads'?
> >
> > Linhas paralelas de execução. Qualquer pessoa que saiba o que são
> > 'threads' sabe que linhas paralelas de execução são 'threads'.
> >
> 
> Mas que coisa mais esdrúxula... Ora aí está um bom exemplo daquilo que
> devia ser deixado no original ;-)
> 
> Quando leio documentação em português, sobretudo (mas não só) quando é
> feita por brasileiros, encontro-me demasiadas vezes com a necessidade de
> ter de traduzir algumas expressões para inglês para compreender o texto.
> 
> A verdade, e como já foi dito num post anterior, quem sabe o que são
> threads, pode ficar confuso com a tradução, quem não sabe, também não
> fica a saber...
> 
> 
> 
> Cumprimentos,
> 
> Carlos Correia
> --
> MEMÓRIA PERSISTENTE, Lda.
> Tel.: 219 291 591
> GSM:  967 511 762
> e-mail: [EMAIL PROTECTED] 
> URL: http://www.m16e.com 
> AIM: m16e
> ICQ: 257488263
> Jabber: [EMAIL PROTECTED] 
> 
> 
>




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-06 Por tôpico Carlos Correia
A Qua, 2004-10-06 Ãs 00:31, Antonio S. de A. Terceiro escreveu:
> Carlos Correia escreveu isso aÃ:

> > Por curiosidade: qual a traduÃÃo escolhida para 'threads'?
> 
> Linhas paralelas de execuÃÃo. Qualquer pessoa que saiba o que sÃo
> 'threads' sabe que linhas paralelas de execuÃÃo sÃo 'threads'.
> 

Mas que coisa mais esdrÃxula... Ora aà està um bom exemplo daquilo que
devia ser deixado no original ;-)

Quando leio documentaÃÃo em portuguÃs, sobretudo (mas nÃo sÃ) quando Ã
feita por brasileiros, encontro-me demasiadas vezes com a necessidade de
ter de traduzir algumas expressÃes para inglÃs para compreender o texto.

A verdade, e como jà foi dito num post anterior, quem sabe o que sÃo
threads, pode ficar confuso com a traduÃÃo, quem nÃo sabe, tambÃm nÃo
fica a saber...

Cumprimentos,

Carlos Correia
-- 
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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-05 Por tôpico Antonio S. de A. Terceiro
Carlos Correia escreveu isso aí:
> [corta]
> > Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
> > barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
> 
> Esses exemplos só são válidos *desse* lado do Atlântico. Nós usamos
> 'rato', tiramos 'fotocópias' e compramos 'lâminas de barbear' ;-)

Quisera eu que assim fosse *do lado de cá* do Atlântico. ;-)

> Por curiosidade: qual a tradução escolhida para 'threads'?

Linhas paralelas de execução. Qualquer pessoa que saiba o que são
'threads' sabe que linhas paralelas de execução são 'threads'.

-- 
Antonio S. de A. Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>
http://www.inf.ufrgs.br/~asaterceiro





Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-05 Por tôpico Miguel Filho
> Não sei porque essa defesa. Porque não threads? Qualquer uma pessoa
> que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
> digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
> palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
> palavra em inglês. Ponto. Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
> que é threads, em qual seria melhor tradução em português. Uma pessoa
> da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
> tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
> uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
> O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?

Disse bem, algumas traduções podem ficar mais confusas do que o texto original.
Tanto que tenho vários conhecidos, por terem facilidade com inglês, não usam
o sistema localizado, ou seja, fica tudo em inglês mesmo.

As vezes não tem como traduzir alguns termos, threads, wrapper, são os
que me vêm
a cabeça.

-- 
Miguel Di Ciurcio Filho
Slackware 10 - Debian Sarge
Linux Professional 102 ID 22833
Linux user # 347217




Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-05 Por tôpico Carlos Correia
OlÃ,

Visto deste lado do AtlÃntico (Portugal), as traduÃÃes feitas por
brasileiros parecem-nos sempre algo estranhas (tal como as traduÃÃes
feitas por portugueses vos devem parecer a vÃs).

HÃ, no entanto, algumas coisas que acho que deveriam evitar se
pretenderem que os vossos textos sejam lidos (tambÃm) por portugueses e
que tÃm a haver com a 'overdose' de traduÃÃo.

Vou dar um exemplo: Ã sempre um momento de confusÃo quando vejo
expressÃes do gÃnero '128MB MAA' em vez de '128MB RAM', por exemplo. E
isto repete-se com tanta frequÃncia que chego a preferir ler os manuais
no original em vez das traduÃÃes (sim, os portugueses tb cometem erros
do gÃnero).

HÃ expressÃes que, de tal maneira usadas, se integrem naturalmente na
nossa linguagem do dia-a-dia, pelo que penso que essas poderÃo
(deverÃo!) ser mantidas no original inglÃs.

A Ter, 2004-10-05 Ãs 18:39, Luciano Macedo Rodrigues escreveu:

> Como eu jà perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lÃmina de
> barbear ao invÃs de gilete? tira fotocÃpia ao invÃs de xerox? Os

Esses exemplos sà sÃo vÃlidos *desse* lado do AtlÃntico. NÃs usamos
'rato', tiramos 'fotocÃpias' e compramos 'lÃminas de barbear' ;-)

> NÃo sei porque essa defesa. Porque nÃo threads? Qualquer uma pessoa
> que saiba o que significa threads, saberà que threads à threads. Eu
> digo: se um usuÃrio tem uma noÃÃo mÃnima do que à threads, saberà a
> palavra em inglÃs. Se nÃo tem nenhuma noÃÃo, pra ele à sà mais uma
> palavra em inglÃs. Ponto. Um usuÃrio comum tà pouco se lixando sobre o
> que à threads, em qual seria melhor traduÃÃo em portuguÃs. Uma pessoa
> da Ãrea saberà o que à se for escrito threads, agora se tu colocar uma
> traduÃÃo por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
> uma noÃÃo mÃnima nÃo vai saber o que Ã. Ou seja, onde està a vantagem?
> O Brasil ficou melhor porque tu nÃo usou threads?
> 

Concordo completamente, atà porque a traduÃÃo de threads nÃo à Ãbvia.

Por curiosidade: qual a traduÃÃo escolhida para 'threads'?

Cumprimentos,

Carlos Correia
-- 
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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-05 Por tôpico Luciano Macedo Rodrigues
Ótimo. Vamos usar nossas expressões inventadas, adaptadas, que ninguém
entenda, apenas para nos darmos ao luxo de usar somente nossa língua.
Não sei qual o problema com estrangeirismos. Aliás, acho péssima as
traduções em que alguém pegou uma palavra totalmente compreensível em
inglês e transformou em uma coisa tosca em português. Pra que? Só pra
reafirmar nossa língua? Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
não pratriotismo.

Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
(meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.

Não sei porque essa defesa. Porque não threads? Qualquer uma pessoa
que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
palavra em inglês. Ponto. Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
que é threads, em qual seria melhor tradução em português. Uma pessoa
da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?

Não vou revisar o texto porque assim tá espontâneo e revoltado, que é o certo.

Luciano "sp00ky" Rodrigues


On Mon, 04 Oct 2004 23:34:20 -0300, [EMAIL PROTECTED]
<[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> -BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
> Hash: SHA1
> 
> hggdh <[EMAIL PROTECTED] > writes:
> 
> > Hello marciotex,
> 
> Olá :)
> 
> > Friday, October 1, 2004, 11:57:04, you wrote:
> >
> > mpcb> Segundo, porque creio não ser desejável. Falo a língua portuguesa, e
> > mpcb> isto é parte do que eu sou. E, por razões que eu não sei te explicar,
> > mpcb> não me agrada a idéia de ter a nossa língua invadida por termos
> > mpcb> estrangeiros. Não vou apelar aos argumentos de natureza antropológica,
> > mpcb> sociológica, cultural, etc...(até porque não saberia fazê-lo :) ). 
> > Apelo
> > mpcb> apenas à minha crença de que devemos preservar ao máximo nossa língua.
> >
> > Hum. Há espaço para as duas opções.
> >
> > O Comite para a Defesa da Língua no Brasil, até onde saiba, não mais
> > existe. Neste caso, resta ao brasileiros ou o uso descarado de uma
> > palavra estrangeira, ou a pesquisa aos arquivos lusitanos, onde este
> > cuidado é intenso.
> 
> Por quê? Não concordo com o dilema.
> 
> Eu acrescento uma outra alternativa: que nós mesmos, falantes
> do português brasilieiro, produtores de documentação do sistema Debian
> nesta língua, estabeleçamos como princípio orientador (não como regra
> absoluta) a defesa da nossa língua. Esta é uma opção. E, a meu ver, uma
> importante e correta opção.
> 
> > Falta-nos, de forma geral, o apreço à língua Portuguesa.
> 
> Concordo. Mas você também concorda comigo que o que é não funda o que
> deve ser, não é?
> 
> > Mas... uma
> > linguagem é dinâmica, sofrendo ajustes e acréscimos continuamente
> > (diga-se, de passagem, que o nome para uma adaptação de uma palavra
> > de outra língua ao Portugues é 'idiotismo'). O que era incorrecto há
> > 20 anos atras agora é parte da lingua. Como, por exemplo, 'abajur',
> > vindo do Frances 'abat-jour'. Com novas criações e conceitos ocorrendo
> > continuamente, uma ligua ou 'importa' as novas palavras, ou as cria
> > (veja-se, por exemplo, a França, com 'ordinateur', 'logiciel','octet',
> > etc. E... 'octet' virou 'octeto' nas bandas de cá: idiotismo, ou
> > Comite de Defesa da Língua?).
> 
> Ou importa, ou cria, ou usa uma palavra existente apropriada (nossas
> discussões têm visado decidir estas questões). Por exemplo, por que usar
> "to port" se temos "adaptar"?
> 
> Não quero fazer parecer que sou contra o uso de estrangeirismos em
> nossos documentos. Não, eu não sou. Apenas penso que devem ser usados
> como última alternativa, quer por já terem um uso ***muito***
> consagrado, quer por alguma outra razão que não a mera inércia de nós
> tradutores. Meu lema é: não à inércia nas traduções! :)
> 
> > Seja como for é importante manter-se coerencia e padrão. Assim, a
> > proposta de um Wiki para os tradutores é, claramente, boa.
> 
> Ok.
> 
> > E, ainda, aproveitando o momento: usa-se, na lingua Portuguesa, regras
> > diferentes da Inglesa em relação a pontuação; em uma tradução deve-se
> > ajustar o texto, sob pena de criar-se um monstro. E... pontue-se.
> > Sempre.
> 
> Concordo. E é muito oportuna esta tua lembrança. Creio que temos
> problemas em nossas traduções relacionados à desconsideração disto que
> apontas.
> 
> > A Língua é dinâmica. As traduções, também.
> 
> Já tem mais de 2000 anos, um grego (Heráclito) disse: não se pode
> atravessar o mesmo rio duas vezes porque na segunda vez já é outro o
> rio. Um sábio.
> 
> Um abraço,

Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-04 Por tôpico marciotex
-BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-
Hash: SHA1

hggdh <[EMAIL PROTECTED]> writes:

> Hello marciotex,

Olá :)

> Friday, October 1, 2004, 11:57:04, you wrote:
>
> mpcb> Segundo, porque creio não ser desejável. Falo a língua portuguesa, e
> mpcb> isto é parte do que eu sou. E, por razões que eu não sei te explicar,
> mpcb> não me agrada a idéia de ter a nossa língua invadida por termos
> mpcb> estrangeiros. Não vou apelar aos argumentos de natureza antropológica,
> mpcb> sociológica, cultural, etc...(até porque não saberia fazê-lo :) ). Apelo
> mpcb> apenas à minha crença de que devemos preservar ao máximo nossa língua.
>
> Hum. Há espaço para as duas opções.
>
> O Comite para a Defesa da Língua no Brasil, até onde saiba, não mais
> existe. Neste caso, resta ao brasileiros ou o uso descarado de uma
> palavra estrangeira, ou a pesquisa aos arquivos lusitanos, onde este
> cuidado é intenso.

Por quê? Não concordo com o dilema.

Eu acrescento uma outra alternativa: que nós mesmos, falantes
do português brasilieiro, produtores de documentação do sistema Debian
nesta língua, estabeleçamos como princípio orientador (não como regra
absoluta) a defesa da nossa língua. Esta é uma opção. E, a meu ver, uma
importante e correta opção. 

> Falta-nos, de forma geral, o apreço à língua Portuguesa. 

Concordo. Mas você também concorda comigo que o que é não funda o que
deve ser, não é?

> Mas... uma
> linguagem é dinâmica, sofrendo ajustes e acréscimos continuamente
> (diga-se, de passagem, que o nome para uma adaptação de uma palavra
> de outra língua ao Portugues é 'idiotismo'). O que era incorrecto há
> 20 anos atras agora é parte da lingua. Como, por exemplo, 'abajur',
> vindo do Frances 'abat-jour'. Com novas criações e conceitos ocorrendo
> continuamente, uma ligua ou 'importa' as novas palavras, ou as cria
> (veja-se, por exemplo, a França, com 'ordinateur', 'logiciel','octet',
> etc. E... 'octet' virou 'octeto' nas bandas de cá: idiotismo, ou
> Comite de Defesa da Língua?).

Ou importa, ou cria, ou usa uma palavra existente apropriada (nossas
discussões têm visado decidir estas questões). Por exemplo, por que usar
"to port" se temos "adaptar"?

Não quero fazer parecer que sou contra o uso de estrangeirismos em
nossos documentos. Não, eu não sou. Apenas penso que devem ser usados
como última alternativa, quer por já terem um uso ***muito***
consagrado, quer por alguma outra razão que não a mera inércia de nós
tradutores. Meu lema é: não à inércia nas traduções! :)

> Seja como for é importante manter-se coerencia e padrão. Assim, a
> proposta de um Wiki para os tradutores é, claramente, boa.

Ok.

> E, ainda, aproveitando o momento: usa-se, na lingua Portuguesa, regras
> diferentes da Inglesa em relação a pontuação; em uma tradução deve-se
> ajustar o texto, sob pena de criar-se um monstro. E... pontue-se.
> Sempre.

Concordo. E é muito oportuna esta tua lembrança. Creio que temos
problemas em nossas traduções relacionados à desconsideração disto que
apontas.

> A Língua é dinâmica. As traduções, também.

Já tem mais de 2000 anos, um grego (Heráclito) disse: não se pode
atravessar o mesmo rio duas vezes porque na segunda vez já é outro o
rio. Um sábio.

Um abraço,
- -- 
Marcio Roberto Teixeira

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Re: traduzir ou nao, eis a questao

2004-10-01 Por tôpico hggdh
Hello marciotex,

Friday, October 1, 2004, 11:57:04, you wrote:

mpcb> Segundo, porque creio não ser desejável. Falo a língua portuguesa, e
mpcb> isto é parte do que eu sou. E, por razões que eu não sei te explicar,
mpcb> não me agrada a idéia de ter a nossa língua invadida por termos
mpcb> estrangeiros. Não vou apelar aos argumentos de natureza antropológica,
mpcb> sociológica, cultural, etc...(até porque não saberia fazê-lo :) ). Apelo
mpcb> apenas à minha crença de que devemos preservar ao máximo nossa língua.

Hum. Há espaço para as duas opções.

O Comite para a Defesa da Língua no Brasil, até onde saiba, não mais
existe. Neste caso, resta ao brasileiros ou o uso descarado de uma
palavra estrangeira, ou a pesquisa aos arquivos lusitanos, onde este
cuidado é intenso.

Falta-nos, de forma geral, o apreço à língua Portuguesa. Mas... uma
linguagem é dinâmica, sofrendo ajustes e acréscimos continuamente
(diga-se, de passagem, que o nome para uma adaptação de uma palavra
de outra língua ao Portugues é 'idiotismo'). O que era incorrecto há
20 anos atras agora é parte da lingua. Como, por exemplo, 'abajur',
vindo do Frances 'abat-jour'. Com novas criações e conceitos ocorrendo
continuamente, uma ligua ou 'importa' as novas palavras, ou as cria
(veja-se, por exemplo, a França, com 'ordinateur', 'logiciel','octet',
etc. E... 'octet' virou 'octeto' nas bandas de cá: idiotismo, ou
Comite de Defesa da Língua?).

Seja como for é importante manter-se coerencia e padrão. Assim, a
proposta de um Wiki para os tradutores é, claramente, boa.

E, ainda, aproveitando o momento: usa-se, na lingua Portuguesa, regras
diferentes da Inglesa em relação a pontuação; em uma tradução deve-se
ajustar o texto, sob pena de criar-se um monstro. E... pontue-se.
Sempre.

A Língua é dinâmica. As traduções, também.

-- 

 ..hggdh..

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